EPE PREVÊ CRESCIMENTO DE 7% NA CAPACIDADE DE REFINO DO BRASIL ATÉ 2032 E SATURAÇÃO DE OLEODUTOS
A capacidade nacional de refino crescerá 7% no Brasil até 2032. O dado consta no Caderno do PDE 2032: Abastecimento de Derivados de Petróleo, divulgado nesta semana pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O documento aponta ainda para ampliação da capacidade de produção de alguns derivados, tais como o gás de cozinha (GLP), Querosene de Aviação (QAV), Lubrificantes e Óleo Diesel A. O caderno pode ser lido na íntegra neste link.
Como já é de conhecimento do mercado, o atual planejamento da Petrobrás, principal agente no setor de refino brasileiro, não trabalha com a possibilidade de construir novas refinarias. A empresa pretende apenas fazer algumas obras específicas em suas plantas, de modo a ampliar a sua capacidade de produção. A EPE cita, por exemplo, o Revamp da unidade de hidrotratamento de diesel U-2700 da Reduc, em Duque de Caxias (RJ), com capacidade autorizada de 5.500 m³ por dia.
Na Rnest, em Ipojuca (PE), a conclusão das obras da unidade de abatimento de emissões atmosféricas (SNOX) permitirá a ampliação da carga do 1º trem da refinaria. Ainda na Rnest, a conclusão das obras do 2º trem da refinaria trará uma capacidade adicional de 130 mil barris por dia. Na Replan, em Paulínia (SP), estão previstas uma nova unidade de hidrotratamento de diesel com 10.000 m³/d de capacidade, uma nova unidade de recuperação de hidrogênio, o Revamp de unidades de geração de hidrogênio, além de outras unidades auxiliares.
A EPE lembra ainda do Revamp da unidade de hidrotratamento de diesel U-272D da Revap, em São José dos Campos (SP), com capacidade autorizada de 6.500 m³ por dia. Por fim, o estudo aponta para a integração operacional entre a Reduc e o Polo Gaslub, em Itaboraí (RJ), com a conclusão das unidades de hidrocraqueamento catalítico (HCC) e de hidrotratamento (HDT) de diesel do antigo projeto da refinaria do Comperj, além da construção de nova unidade de hidroisodesparafinação (HIDW) para a produção de óleos básicos lubrificantes do Grupo II.
A EPE avalia que com a perspectiva de expansão da capacidade de refino nacional ao longo do período decenal, a produção de derivados de petróleo no país deverá crescer 1,1% ano a ano (a.a) entre 2022 e 2032. Dentro desse horizonte, o maior destaque fica com a produção de lubrificantes, que saltará 7,7% a.a durante o intervalo. Enquanto isso, a produção de GLP subirá 4,5% a.a. Outro ganho considerável acontecerá no QAV, com alta de 3,4% a.a no período decenal. Por fim, o Óleo Diesel A terá sua produção ampliada em 1,2% a.a.
SATURAÇÃO NOS OLEODUTOS E AMPLIAÇÃO DA REDE
As projeções deste PDE indicam que alguns oleodutos de transporte de derivados poderão atingir a saturação ou ficar próximos de suas capacidades máximas no horizonte decenal. Segundo o caderno publicado nesta semana, os dutos que podem passar por essa situação são o Opasc (Oleoduto Araucária/PR – Biguaçu/SC) e o Osbra (Oleoduto São Paulo/SP – Brasília/DF).
“Com a utilização máxima de alguns dutos, será necessário melhorar a eficiência operacional dos processos logísticos e investir em infraestrutura logística para evitar eventuais desabastecimentos regionais”, disse a EPE. A estatal de planejamento recordou ainda que, ao longo das últimas edições do Plano Decenal de Energia (PDE), tem indicado reiteradamente a possibilidade de saturação de alguns oleodutos.
Diante dessa possibilidade de saturação e do volume de combustíveis movimentado pelo modo rodoviário na região Centro-Sul, foram avaliados os reflexos no abastecimento com a implementação de três projetos de ampliação da malha de dutos estudados no Plano Indicativo de Oleodutos. Os empreendimentos em questão são a construção do Oleoduto Araucária-Cuiabá (Olac), a duplicação do trecho Araucária-Itajaí do Oleoduto Paraná-Santa Catarina (Opasc), e a duplicação do Oleoduto Araucária-Paranaguá (Olapa).
Veja abaixo um resumo dos projetos propostos – clique na imagem para ampliar:
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