EPE VÊ BRASIL COM POTENCIAL DE ATRAIR NOVOS INVESTIMENTOS EXPLORATÓRIOS POR MEIO DE LEILÕES DE ÓLEO E GÁS
Depois dos efeitos negativos causados pela pandemia sobre o setor de óleo e gás nos anos de 2020 e 2021, os tempos são outros. Passada a tormenta da covid-19, verificou-se o incremento gradual dos investimentos globais em exploração e produção. Para a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), poderá acontecer um crescimento da aprovação final de projetos greenfield e o interesse renovado em áreas de exploração pode incentivar a realização de novas rodadas de licitação no mundo. A empresa de planejamento também vê o Brasil com potencial para atrair novos investimentos exploratórios. A vizinha Guiana deve também ser uma das líderes de crescimento upstream na América Latina.
“[O Brasil] tem potencial para continuar atraindo investimentos exploratórios. Como bônus, empresas estabelecidas no Brasil também podem ampliar suas estratégias de descarbonização investindo em fontes renováveis, nas quais o Brasil tem uma vantagem competitiva”, afirmou a EPE no documento “Rodadas de Licitação no Mundo em 2023”, lançado nesta semana. “A Bacia da Foz do Amazonas, dentro da Margem Equatorial, se destaca, pois há fortes expectativas para a exploração no local, devido aos sucessos exploratórios obtidos pelos países vizinhos (Guiana e o Suriname)”, acrescentou. O documento foi produzido pela Diretoria de Estudos do Petróleo Gás e Biocombustíveis da EPE, liderada por Heloísa Borges (foto) e com coordenação técnica de Angela da Costa.
No Brasil, o próximo leilão a ser realizado será o 4º Ciclo da Oferta Permanente da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Os blocos previstos para serem ofertados estão localizados nas bacias Potiguar, de Santos, Pelotas, Campos, Parecis e Espírito Santo, num total de 1.096 blocos. Contudo, não há previsão ainda de quando o ciclo será iniciado.
A EPE também destaca o potencial da Guiana, mas diz que o país tende a crescer menos que as demais regiões. Entre os desafios, estão: gargalos de infraestrutura, insegurança jurídica e regulatória, e escassez de mão de obra especializada. Em julho, o país deve licitar 14 blocos exploratórios em águas rasas e profundas. Há leilões previstos ainda para 2024 no país, ainda sem datas definidas. No Suriname, está previsto o leilão de áreas na formação de Demerara, uma região pouco explorada.
“A demonstração de interesse nesse leilão poderá revelar o nível atual de tolerância a risco exploratório das petroleiras motivadas a investir em E&P offshore. Entre os desafios esperados, estão a falta de um arcabouço regulatório sólido e a possível insegurança jurídica, além da falta de mão de obra especializada para trabalhar na indústria de O&G”, destacou a EPE.
Para 2024, o mercado de óleo e gás mundial poderá ver o retorno da Líbia aos leilões, que não os realiza desde 2007. Atualmente, a Líbia produz 1,1 milhão de barris por dia, e pretende aumentar o número em 900 mil barris por dia nos próximos três a cinco anos.
“Países com reservas de petróleo mais significativas ou com volumes recém descobertos estão em busca de monetizá-las. Para os países sem atividade petrolífera anterior, o estabelecimento de um arcabouço legal/regulatório requer considerar o contexto global de transição energética e ESG nas atividades de E&P. O segmento upstream da indústria está em transformação, considerando mudanças estruturais em curso no mundo, voltadas à proteção do meio ambiente e à redução da emissão de gases do efeito estufa”, finalizou a EPE.
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