EQUINOR TERÁ ATÉ 20% DE SEUS INVESTIMENTOS EM ENERGIA RENOVÁVEL E APOSTA EM NOVA TECNOLOGIA DE TURBINA EÓLICA
O setor mundial de energia está se preparando para o processo de transição das fontes fósseis para as renováveis. A gigante norueguesa Equinor é uma das que lideram esse movimento, com grandes investimentos planejados ao longo dos próximos anos. Até 2030, a companhia pretende direcionar entre 15% e 20% de seus recursos em energias renováveis e o Brasil será parte importante nesses planos. Hoje, a empresa já tem um projeto de energia solar no país, mas pretende também avançar no segmento eólico offshore. Além disso, a Equinor está apostando em uma nova tecnologia – a de turbina flutuante. A ideia é levar o modelo de equipamento para escala industrial até 2030 e desenvolver a tecnologia como o conceito mais competitivo em termos de custo.
Como se sabe, a Equinor é a operadora da primeira fazenda flutuante de energia eólica do mundo – a Hywind Scotland. A planta possui 30 MW de capacidade e está localizada a 25 quilômetros da costa de Peterhead, em Aberdeenshire, na Escócia, sendo capaz de abastecer aproximadamente 20.000 residências. A Equinor acredita que a energia eólica offshore flutuante é “a próxima onda em energia renovável”. Por isso, já na próxima década, a companhia quer tornar a fonte competitiva. Os noruegueses já possuem um mapeamento de potenciais futuros mercados, como é o caso dos Estados Unidos e Europa. Mas a companhia também considera outras possíveis regiões em perspectivas de longo prazo, como o Brasil, África, Oceania e Ásia.
A tecnologia Hywind pode ser usada em profundidades de água de até 800 metros, o que abre novas fronteiras para diferentes lugares. A fonte eólica offshore (incluindo as turbinas tradicionais) já tem uma forte presença na Europa e, de acordo com a Equinor, o continente conta com capacidade instalada próxima de 15 GW. A empresa calcula que a fonte pode passar dos 100 GW até 2030 em todo o mundo e, por isso, deseja estar na vanguarda desta tecnologia.
Até lá, existem alguns desafios no caminho. A direção da companhia ressalta que a tecnologia flutuante ainda tem uma desvantagem de custo em relação à energia eólica convencional e outros recursos renováveis. Porém, pelo fato dos projetos flutuantes serem colocados em águas muito mais profundas, existirá a vantagem de ventos mais consistentes e fortes sobre o mar, devido à ausência de características topográficas que interrompem o fluxo.
Enquanto vislumbra o futuro, a empresa tem consolidado no presente importantes passos para marcar presença no mercado de energia renovável. Como se sabe, no final do ano passado, a companhia assinou um memorando de entendimento com a Petrobrás para promover o desenvolvimento de iniciativas focadas em energias renováveis no Brasil. Na ocasião, a estatal norueguesa justificou a iniciativa pelo fato do país ter boas condições de vento, e disse que a nação tem um “potencial significativo para geração de energia eólica offshore”. Pelo acordo, as duas empresas vão realizar estudos que visam o desenvolvimento de um potencial projeto eólico offshore no Brasil.
Hoje, a Equinor opera três parques eólicos no Mar do Norte e também desenvolve projetos de larga escala na Europa e Estados Unidos. Neste ano, os projetos da companhia já estavam fornecendo energia para 1 milhão de residências na Europa. O investimentos da estatal no setor já somam US$ 2,3 bilhões, que incluem o desenvolvimento de usinas eólicas de grande escala no Reino Unido e Alemanha e a já mencionada tecnologia de turbina flutuante, na Escócia.
Aqui no Brasil, a empresa também produz 162 MW de energia a partir da usina Apodi Solar, localizado em Quixeré (CE). O complexo conta com 500 mil painéis solares, que geram energia suficiente para abastecer 170 mil famílias. O projeto Apodi foi o primeiro passo da Equinor em energia solar e o fato de ter escolhido o Brasil como cenário para este iniciar este tipo de investimento demonstra o interesse da companhia pelo mercado nacional.
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