ESCOLHA POR GERADORES JÁ FABRICADOS PELA SIEMENS PODE REDUZIR PREJUÍZOS DA PETROBRÁS COM A P-71 | Petronotícias




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ESCOLHA POR GERADORES JÁ FABRICADOS PELA SIEMENS PODE REDUZIR PREJUÍZOS DA PETROBRÁS COM A P-71

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Christian-Schock-200x300O naufrágio dos módulos de geração do FPSO P-71 está prestes a completar 10 dias. Ainda não há, por parte da Petrobrás, um anúncio sobre como a situação será contornada. Há estimativas não oficiais de que o atraso no início da operação da unidade fique entre um e dois anos. Contudo, há uma opção disponível no mercado que pode mitigar os efeitos do acidente. A Siemens guarda geradores na Holanda que seriam usados em projetos cancelados de FPSOs replicantes. E há o interesse por parte do grupo alemão em oferecer os equipamentos para a Petrobrás. “Felizmente, a Siemens possui equipamentos disponíveis para aplicação imediata, potencialmente eliminando todo o custo envolvido com atraso de operação da plataforma”, afirma o CEO de Óleo e Gás da companhia, Christian Schöck. O executivo detalha ainda que além de fornecer os geradores, a Siemens conta também com capacidade para fabricar os novos módulos entre 10 e 12 meses. Schöck considera que a escolha pelos geradores já prontos pode contribuir para reduzir drasticamente o impacto do incidente, trazendo os resultados esperados da produção da P-71 no prazo mais breve possível. Por fim, caso as negociações envolvendo este caso não avancem, o diretor revela que há outro “iminente projeto” que pode se tornar o destino das máquinas.

O senhor poderia detalhar como seria o processo de uma eventual entrega destes geradores para a Petrobrás? Quais seriam os procedimentos necessários para realizar este acerto?

No momento, há alguns fatores a serem definidos antes que o processo de entrega possa ser definido. O principal fator se baseia em que estratégia a Petrobrás definirá para as contratações. Felizmente, a Siemens possui equipamentos disponíveis para aplicação imediata, potencialmente eliminando todo o custo envolvido com atraso de operação da plataforma.

Quanto tempo demoraria para construir o módulo completo? A Siemens também poderia assumir a construção do módulo?

O prazo para fabricação deste tipo de módulo circula entre 10 a 12 meses, incluindo engenharia, aquisições e fabricação. Alguns destes podem ser reduzidos em função de pré-projeto, projeto existente, disponibilidade de material, etc. 

E, sim, a Siemens conta não somente com capacidade própria mas também com opção de empresas parceiras para oferecer a melhor solução para fabricação de módulos. Temos intenção de oferecer a opção de melhor valor para auxiliar a Petrobrás e seus parceiros a finalizarem a construção da P-71 e iniciar sua operação. 

Onde estão os geradores atualmente?

A Siemens possui trens de geração especificamente fabricados para as plataformas Replicantes armazenados e preservados na Holanda.

Ao seu ver, a escolha pelos geradores da Siemens pode evitar atrasos na entrada de produção da plataforma?

Com certeza. Os trens de geração são equipamentos engenheirados e com longo prazo de fabricação de cerca de 12 meses. Além dos custos diretos de manter os demais equipamento prontos, o custo financeiro de atraso de produção é exorbitante. Por este motivo, consideramos que a Siemens pode contribuir para reduzir drasticamente o impacto deste incidente e para trazer os resultados esperados da produção deste FPSO o mais breve possível.

Pode dar alguns detalhes dos geradores que já estão prontos, como a sua capacidade de geração?

p-71

P-71 no estaleiro chinês CIMC Raffles

Os trens de geração em questão foram fabricados no Brasil, na época pela Rolls-Royce (hoje parcialmente parte do grupo Siemens) com alto teor de conteúdo local. Trata-se de equipamentos de alta confiabilidade e eficiência, atestados pelo mercado há anos. Equipamentos idênticos foram fornecidos para as plataformas P-66 a P-70, sendo que três destas estão atualmente operando. O modelo SGT-A35 (antigo RB-211) na configuração das plataformas Replicantes gera 25MW, mas é desenhado para rated power de 31.25 MVA. 

Caso a Petrobrás decida não comprar os geradores, quais seriam os planos da Siemens para estes equipamentos?

Considerando os limites de informação que posso dividir, comento que temos outro eminente projeto para destino destas máquinas.

Por fim, pode nos detalhar quais suas perspectivas de novos negócios no mercado brasileiro de óleo e gás para os próximos anos?

O mercado de óleo e gás no Brasil apresenta atualmente sinais de aquecimento em função de alguns fatores, mais especialmente pelo aumento do valor do barril de petróleo no mercado mundial e crescente matriz energética. Inúmeros estudos recentes mostram crescimento de energias renováveis, num mix com combustíveis fósseis. Por este motivo, a Siemens promove fortemente um mercado O&G mais “verde”, mais comprometido com o meio ambiente. Atualmente, oferecemos ao mercado produtos e soluções de maior eficiência, com menor emissão de carbono, de aproveitamento de fontes de energia antes desperdiçadas, de armazenamento de energia, entre inúmeros outros. Aliado a isto, a Siemens inova com soluções digitais que maximizam eficiência, reduzem exposição a riscos de pessoas e meio ambiente, que otimizam maquinário e energia, permitem melhoria contínua de processos, etc, ao mesmo tempo que reduz custos e complexidade de operações. 

Os investimentos e desenvolvimentos acima estão alinhados com nossa perspectiva de crescimento do mercado de óleo e gás e no Brasil. Fatores como grandes reservas disponíveis, novos entrantes no mercado, otimização do custo de extração em águas profundas entre outros já mencionados tendem a justificar a perspectiva de crescimento, que pode ser aproveitada e promovida pela indústria local. 

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