ESPECIALISTA AFIRMA QUE MUDANÇAS NO FINANCIAMENTO DO BNDES PARA MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS TRARÃO BENEFÍCIOS PARA A INDÚSTRIA | Petronotícias




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ESPECIALISTA AFIRMA QUE MUDANÇAS NO FINANCIAMENTO DO BNDES PARA MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS TRARÃO BENEFÍCIOS PARA A INDÚSTRIA

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fez mudanças na metodologia de credenciamento de produtos na sua linha de financiamento de Máquinas e Equipamentos (FINAME). Na visão da Especialista de Produtos da F. Iniciativas, Andressa Melo, as alterações serão benéficas em diversos sentidos para a industria nacional, favorecendo as empresas que buscam a inovação e nacionalização de suas tecnologias. Além disso, ao credenciarem os seus produtos no FINAME, Melo aponta para algumas vantagens que podem ser obtidas. “Por exemplo, se você vende para um cliente que tem cartão BNDES ou que quer fazer um financiamento do BNDES, existe a possibilidade de oferecer essa forma de pagamento”, explicou a especialista. “O cliente consegue dois anos de carência, quatros anos para pagar o equipamento e a companhia que vende o produto acaba recebendo o valor praticamente à vista. Isso melhora o fluxo de caixa das empresas e diminui o índice de inadimplência”, complementou.

Quais foram as principais mudanças na metodologia de credenciamento no FINAME?

Anteriormente, para calcular o valor do item, era preciso alcançar dois indicadores: o indicador de valor (a porcentagem de nacionalização de determinado produto) e o indicador de peso (porcentagem do peso daquele produto que era nacional). Era até complicado, porque você tinha que pesar todos os componentes. Um exemplo simples para ilustrar: em determinado produto, você usava chumbo importado e uma placa, tecnologia totalmente inovadora nacional. Mas essa placa pesava menos que o chumbo. Então, você não conseguia o indicador de peso.

Para fazer o indicador de valor, era o custo importado versus o valor de venda nacional. Antes, até a margem entrava [no cálculo]. Ou seja, o quanto daqueles itens importados impactavam no valor de venda final do produto. Anteriormente, só poderia ter 30% de itens importados na venda do seu produto. E o que acontecia: para conseguir o indicador, as empresas mexiam na margem do produto, porque quanto mais lucro, melhor era o indicador de valor. 

Agora, a margem do produto não vale mais. O índice principal agora é chamado de Índice de Estrutura do Produto (IEP). Eles levam em conta os componentes, os custos dos componentes, mão de obra de produção e os serviços nacionais e dividem pelo custo total do produto. Então, estamos falando só de custo e não mais de margem. 

Quais serão os benefícios com as mudanças?

Além do novo indicador levar em conta apenas os custos, ainda são considerados os chamados qualificadores. O Índice mínimo de Credenciamento é de 50% [o Índice de Credenciamento é a soma do IEP com os qualificadores]. Mas se uma empresa só conseguir atingir 40%, por exemplo, existem os qualificadores. Ou seja, se uma empresa investe em conteúdo tecnológico – alguns componentes de seu equipamento são de uma tecnologia totalmente nova, ela conseguirá aumentar o qualificador. 

Outro qualificador é o de inovação. Uma empresa que tem Lei do Bem, Lei de Informática, que faz financiamento de P&D e investe nisso, ela receberá outro qualificador que poderá adicionar até 3% em seu índice de credenciamento. Para as micro e pequenas empresas, esse valor pode chegar a 5%.

Entra também a questão se a empresa está exportando o produto, porque se você leva seu produto para fora do país, também é um qualificador que pode aumentar esse indicador de credenciamento. Na parte de mão de obra, se eu tenho especialistas, pesquisadores e projetistas para fazer o equipamento, isso entra como um qualificador para melhorar o índice.

Esses qualificadores impactam bastante no mercado. Aquelas empresas que estão investindo em tecnologia e deixando os equipamentos mais tecnológicos, estão investindo em inovação, acabam ganhando pontos por isso. Se existe tecnologia de ponta em seu equipamento, as empresas conseguirão melhorar seus indicadores.

As mudanças na metodologia vão ajudar a aumentar o índice de nacionalização dos equipamentos?

Sim, acredito que sim. Muitas empresas que não conseguiram o índice antes, podem obtê-lo agora. Muitas companhias que traziam poucas coisas com baixa tecnologia de fora, como a carcaça do equipamento que era mais pesada, não conseguiam o índice antes, mesmo fazendo o projeto nacionalmente. Agora, aumentaram muito mais as chances de conseguirem. 

Quais as vantagens para as empresas ao cadastrarem os seus produtos no FINAME?

As vantagens ao ter o produto credenciado no FINAME é que você aumenta a gama de vendas. Por exemplo, se você vende para um cliente que tem cartão BNDES ou que quer fazer um financiamento do BNDES, existe a possibilidade de oferecer essa forma de pagamento. O cliente consegue dois anos de carência, quatros anos para pagar o equipamento e a companhia que vende o produto acaba recebendo o valor praticamente à vista. Em 30 dias, você recebe o valor inteiro do equipamento. Isso melhora o fluxo de caixa das empresas e diminui o índice de inadimplência. 

Muitas empresas que atendem o setor de óleo e gás usam o FINAME?

Usam sim. E não apenas o financiamento FINAME. As empresas que compram os equipamentos e máquinas podem usar não apenas o FINAME em si, voltado só para as máquinas. Mas elas podem fazer grandes financiamentos com o BNDES. Vamos supor que uma companhia decide comprar máquinas e faz um grande projeto de investimento, todo estrutural. O BNDES tem várias linhas exclusivas para este setor ou que incentivam esse setor. E em todos os financiamentos do BNDES, os equipamentos nacionais precisam ser credenciados no FINAME, necessariamente. Então, melhora muito. Além disso, muitos editais para a compra de equipamentos falam que preferem equipamentos credenciados no FINAME. Então, é um diferencial. 

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