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ESPECIALISTAS ACREDITAM QUE A CRISE NO SETOR NAVAL PODERÁ AINDA NÃO SE RECUPERAR EM 2016

navium-56283O setor naval brasileiro, que viveu um renascimento no início do governo Lula, passou de bestial a besta, já no primeiro governo Dilma. Hoje, há inúmeros estaleiros fechados, parados, numa crise sem precedentes. As razões para isso não podem ser contadas nos dedos das mãos. Cada lugar, um problema diferente. Em todos, algum tipo de dificuldade no relacionamento com a Petrobrás. No projeto Perspectivas 2016 desta terça-feira (15), dois profissionais ligados ao setor naval, Marcelo Campos, Presidente da Câmara Setorial Naval e Offshore da Abimaq, e Mário Jorge Coutinho, Presidente da Navium Engenharia.

Mário Jorge, experiente profissional, atualizado em seu conhecimento, sempre busca a relação com  empresas internacionais nas várias feiras que frequenta, como as de Houston, Rio, Aberdeen e New Orleans. Conheça agora o pensamento dele:

 – Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

“São acontecimentos já esperados em função das decisões do governo em alterar o marco regulatório e lançar o pré-sal, abandonando as áreas que vinham sendo arrematadas por empresas de menor porte, o que fez com que as empresas estrangeiras deixassem de participar dos leilões desde 2008. Lembro que 2007 foi o último ano de leilões com o critério inicial.

Isso foi agravado agora com os escândalos envolvendo a Petrobrás, o que torna tudo mais complicado, haja vista que no exterior ninguém pensa em vir para cá até esse ‘’imbróglio’’ findar. Isso já vinha sendo observado desde aquela época pelas empresas com as quais mantivemos contato aqui e no exterior durante as feiras internacionais. Espero que este movimento de reestruturação do setor de petróleo seja efetivo e não fique só no discurso.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

“Voltar ao regime criado no governo Fernando Henrique e sem obrigar a Petrobrás a participar em áreas que ela, como empresa, não tenha interesse.”

 – Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

“A realidade do quadro atual e a falta de leilões indicam que só podemos ser pessimistas, pois o que movimentará o mercado serão os leilões das áreas de exploração de campos maduros, cujos projetos demandam uma média de 4 a 5 anos, mas já são conhecidos. O pré-sal demandará mais tempo, inclusive uma real avaliação dos custos e de tecnologia para saber da sua rentabilidade

marcelo cvamposÉ outro empresário ligado ao setor naval, Marcelo Campos, mostra também o pensamento da Abimaq sobre este tema:

 – Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

“Como representante da Indústria de Máquinas voltadas aos segmentos Naval e Offshore, tenho que lamentar e muito pelos acontecimentos dos últimos 2 anos. Uma série de políticas desastrosas advindas de um Governo intervencionista, corrupto, sem legitimidade e carente de lideranças jogou a Indústria em uma recessão sem precedentes. 2015 foi um ano perdido, uma vez que a outrora pujante demanda que foi alardeada pela Petrobrás em seus planos de negócios anteriores não se concretizou, os negócios minguaram, o crédito desapareceu e o mercado sentiu na pele os efeitos das investigações e prisões que vieram a reboque da Operação Lava jato.

A Indústria se preparou, investiu pesado em qualificação de mão de obra, montou parques industriais novos e modernos para atender às encomendas dos estaleiros, contrariou os pessimistas e manteve o emprego por muito tempo, mesmo sem encomendas, lutou contra um regime cambial esquizofrênico, uma carga tributária impeditiva, uma falta de política industrial clara, inadimplência galopante e diversos outros entraves já conhecidos, mas no final não conseguiu obter os ganhos esperados e agora luta para sobreviver em um mercado que não tem projetos. Os próprios estaleiros hoje evidenciam os problemas que descrevi, com poucas encomendas em carteira, transferência de encomendas ao exterior pela Petrobrás, exportação de empregos e renda para os países asiáticos, pouco ou nenhum crédito disponível e ausência completa de uma política por parte do atual Governo.

Em resumo, o ano de 2015 deve servir de case para que não tenhamos os mesmos erros no futuro. Não podemos passar um ano inteiro tratando das negociatas políticas em um país que se propõe a figurar entre as 10 maiores economias do Mundo. É irresponsável por parte de nossos governantes que tenhamos perdido tanto tempo discutindo quem manda no País, enquanto milhões de empregos são ceifados da indústria que deveria ser motivo de orgulho.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

 “Em primeiro lugar, precisamos que o Governo atual tome as rédeas da articulação Político-Econômica e passe a viabilizar o andamento das principais demandas que existem hoje no País. Precisamos reestabelecer as bases para a criação e execução de uma agenda de reformas estruturais, que possibilitem destravar os gargalos de que o país ainda possui. Precisamos pensar em um país daqui 10, 20, 30 anos, pois hoje pensamos o país para os próximos 4 anos e isso é atuar de maneira irresponsável. Os problemas atrelados aos casos de corrupção recentes nos mostram que estamos caminhando de forma a mitigar tais riscos e expurgar seus efeitos nocivos na sociedade, haja vista o impacto que a Operação Lava Jato causou na economia, principalmente nos segmentos Naval e Offshore.

É salutar que tenhamos uma agenda positiva, que englobe itens há muito discutidos sem qualquer ação concreta para solucioná-los. Precisamos destravar os gargalos de infraestrutura, discutir a Reforma Previdenciária com urgência, dar andamento a uma proposta de Reforma Tributária profunda e severa, para que não mais imputemos à sociedade todo o ônus da ineficiência da máquina estatal. Devemos flexibilizar as Leis Trabalhistas, atualizar seus conceitos para que reflitam o momento atual da relação capital-trabalho, deixando de punir o investidor e viabilizando contratações e gerando mais empregos e renda, que viriam a impulsionar muito mais a nossa economia. Devemos dinamizar nossa economia através destas mesmas reformas, desonerando investimentos na produção, permitindo que o mercado regule os preços e que possamos ser mais competitivos, mitigando de uma vez o temeroso “custo Brasil”.

Devemos abandonar os modelos econômicos mirabolantes, focando nossas ações em austeridade, no maior compromisso com a coisa pública, na total lisura das relações entre sociedade e governo, além de utilizarmos uma plataforma educacional que nos permita dar perenidade às nossas ações, não mais realizando feitos eleitoreiros de curto prazo. Temos que criar Políticas Anticíclicas de desenvolvimento regional da Indústria, com foco em APLs e P&D, gerando inovação em toda a cadeia e permitindo que nossa Indústria seja competitiva a nível mundial, nos moldes do que as maiores economias mundiais já fazem há pelo menos 20-30 anos. Precisamos pensar num país de longo prazo.”

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

“Esperamos uma leve piora para 2016, como consequência do que ocorreu durante o ano de 2015. Devemos olhar os prognósticos com muita cautela, principalmente porque não temos histórico do momento atual na nossa história recente, transformando a situação atual em fato quase que inédito para a Indústria em geral, mas somos sempre otimistas e entendemos que este país teve grande crescimento após sua industrialização e precisa manter o foco na retomada dos investimentos.

Entendemos também que um país que tem ambições de se manter na elite da economia mundial não pode fazê-lo sem uma indústria forte e consolidada. O Brasil tem um histórico de sucesso na indústria mundial, mesmo tendo perdido competitividade ao longo das últimas quatro décadas, mantém-se hoje vivo e com potencial latente. Basta que o Governo crie políticas que viabilizem o ressurgimento desta indústria. Portanto, não acreditamos que essa ausência de políticas de desenvolvimento perdure por muito mais tempo. Estamos lutando para que a indústria volte a exercer seu papel de grande gerador de riquezas e empregos, talvez por isso esperamos que 2016 seja um ano de ajustes e que em 2017 voltaremos ao caminho do crescimento”. 

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Bernardino
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Bernardino

Fruto de uma falsa produtividade, em nome de uma política semi-escrava praticada pela China e aprovada pelo falso governo trabalhista brasileiro. A construção naval não pode ter um cliente “Petrobras”, quando esse cliente ficou doente, matou toda enfermaria. Para recuperar a construção naval, temos que fazer a reforma tributária, e também mexer na CLT, não podemos ter uma legislação onde quem paga é muito, e que recebe é pouco. Vou dar minha opinião, o calo do governo é o INSS, o trabalhador desconta 8.5% e o empresário 20% e acaba com todos os outros imposto em cima do trabalhador a… Read more »

Biffy
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Biffy

Vai sim! Teremos que tirar passaporte e pedir cidadania chinesa.
Vai enganar a outro o povo metalúrgico, onshore e offshore, já está de malas ou galo de briga pronto, para aprender mandarim, comer cachorro, e se não rezar na cartilha de Mao Tsé Tung, tomar chibatadas em praça pública, com transmissão de TV.