ESTADOS UNIDOS ANUNCIA FEITO INÉDITO NA PRODUÇÃO DE ENERGIA LIMPA BASEADA EM FUSÃO NUCLEAR

FOTOUm avanço histórico para o setor nuclear mundial. O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) anunciou hoje (13) que conseguiu reproduzir uma reação de fusão nuclear que gerou mais energia do que gastou. O experimento bem-sucedido aconteceu no início deste mês no National Ignition Facility (NIF), localizado dentro do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), no estado da Califórnia.

Esta é uma conquista histórica para os pesquisadores e funcionários do National Ignition Facility que dedicaram suas carreiras para ver a ignição por fusão se tornar uma realidade, e este marco sem dúvida desencadeará ainda mais descobertas”, disse a secretária de energia dos EUA, Jennifer M. Granholm (foto).

A fusão nuclear é o processo pelo qual dois núcleos leves se combinam para formar um único núcleo mais pesado, liberando uma grande quantidade de energia. O LLNL tem buscado o uso de lasers para induzir a fusão em um ambiente de laboratório desde a década de 1960, construindo uma série de sistemas de laser cada vez mais poderosos no laboratório da Califórnia e levando à criação do NIF, descrito como o maior e mais energético sistema de laser do mundo.

O experimento usou 192 feixes de laser para fornecer mais de 2 milhões de joules (MJ) de energia ultravioleta a um pellet de combustível de deutério-trítio para criar a chamada ignição por fusão – também conhecida como equilíbrio de energia científica. Ao atingir uma produção de 3,15 MJ de energia de fusão a partir da entrega de 2,05 MJ ao alvo de combustível, o experimento demonstrou a base científica fundamental para a energia de fusão de confinamento inercial pela primeira vez.

Contudo, a aplicação comercial da fusão nuclear provavelmente ainda está a anos de distância. Há um longo caminho pela frente. “Muitos desenvolvimentos avançados de ciência e tecnologia ainda são necessários para alcançar energia de fusão de confinamento inercial simples e acessível para alimentar residências e empresas, e o DOE está atualmente reiniciando um programa energia de fusão de confinamento inercial coordenado e de base ampla nos Estados Unidos. Combinado com o investimento do setor privado, há muito impulso para impulsionar o progresso rápido em direção à comercialização da fusão”, disse o Departamento de Energia dos Estados Unidos.

Hoje, os reatores comerciais em operação operam com base no processo de fissão nuclear, no qual um átomo pesado de urânio é dividido em átomos menores, o que gera altas quantidades de energia e calor. No entanto, esse processo gera rejeitos radioativos que podem durar por muitos anos. Já a fusão nuclear é um processo que não gera resíduos radioativos, o que traria um grande ganho ambiental para o planeta.

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