ESTALEIRO PORTUGUÊS CHEGA AO BRASIL DE OLHO NO MERCADO DE RECUPERAÇÃO DE EMBARCAÇÕES
Devagar, no melhor estilo mineiro, o estaleiro Atlantic Eagle, com sede em Portugal, está entrando no mercado brasileiro. Sem chamar muita atenção, os portugueses, que estão vendo o mercado brasileiro com grande interesse, não foca apenas no setor de óleo e gás ou só construção. Eles olham com muito interesse o setor de recuperação de embarcações. A empresa se posiciona como um operador inovador, competitivo e explorador. Bastante confiante na sua capacidade, um de seus diretores, Joaquim Peres, que foi mandado para o Brasil em busca de conhecer e analisar o mercado, conversou com o repórter Davi de Souza, do Petronotícias. Ele já por aqui há meses. Já fez contatos com empresas e autoridades e ressaltou que a empresa tem um grande cliente no mercado asiático, exatamente onde há fortes estaleiros como na China, Indonésia, Coréia, Japão e Cingapura. Tem um forte cliente, diz, porque ” a empresa é muito competitiva e moderna.” Além do segmento de óleo e gás, a Atlantic Eagle está olhando recuperação de graneleiros, barcaças, cargueiros, rebocadores e até navios da Marinha. Em Portugal, a empresa também constrói navios militares. Veja a entrevista:
– Qual é foco da empresa atualmente ?
– Nossa situação no Brasil, no momento, não é nada. É a primeira vez que estamos chegando no Brasil como empresa. Temos acompanhado já há muito tempo a evolução da construção e recuperação naval no Brasil. Nós temos acompanhado desde antes do grande boom com a Petrobrás no setor de óleo e gás, e agora estamos acompanhando também este período difícil. O Brasil tem um potencial tremendo na questão de recuperação naval no nosso ponto de vista, Tem especificidades próprias, que são boas e nós em Portugal, achamos que temos que ser um parceiro, para exatamente trabalharmos aqui no Brasil. Temos aqui um estaleiro, uma localização.
– Qual é o planejamento para atuar no mercado brasileiro ?
– Veja bem, neste momento, estamos estudando a hipótese de fazer algum investimento aqui no Brasil. Estamos fazendo alguns contatos, com as empresas do setor, com autoridades, enfim, com algumas pessoas do nosso setor e fora do nosso setor potencial dos nossos clientes. Fora do segmento de óleo e gás, que é imenso, mas fora desse setor também. Estamos fazendo esses contatos, estamos trabalhando há alguns meses nisso. Estar na OTC foi mais um passo para novos contatos.
– Que outros setores seriam esses ?
– Você tem, por exemplo navios ambulância, pilotos, rebocadores, enfim, tudo aquilo que são navios. Navios cargueiros de médio porte, balsas, barcaças, graneleiros. Navios da Marinha brasileira, pela própria especificidade do Brasil. Um mercado imenso que o Brasil tem. Uma demanda muito grande. E nós somos muito fortes na construção de navios militares. Um conjunto muito grande de construção naval.
– E fora do Brasil como tem sido a atuação da empresa ?
– Nós, em Portugal, temos o nosso estaleiro. E tudo que produzimos é para exportação. Temos construção. Recuperação, não. Nós hoje vivemos no mundo da globalização, não é ? Então estamos no mundo inteiro. Nós temos clientes na Ásia, um cliente muito forte do outro lado do mundo, onde aparentemente haveriam estaleiros melhores posicionados, como na Indonésia, como na China, como em Cingapura, Aparentemente melhor posicionados, para produzirem, fornecer as embarcações, e nós conseguimos estar lá. Hoje em dia, temos sido competitivos, a nível mundial. Não podemos dizer que competitivos só em Portugal, na Europa, ou ter medo da competição dos países asiáticos, que são muito fortes, como a Coréia, o Japão ou a China. Nós somos assim, nossas empresas, tentamos ser competitivos. Temos que ter apresentação, ter unidades fora de Portugal e é isso que estamos fazendo.
– Então o Brasil pode receber alguma unidade ?
– Estamos estudando a possibilidade de ter uma nova unidade no Brasil. Recuperar alguma já existente. Nós estamos estudando as várias hipóteses, as várias opções. Posso dizer que estamos sendo muito bem recebidos nas empresas e estamos muito contentes com os contatos muito positivos. Até concretizar, vamos ver, não é ? Mas está positivo.
Estaleiro Português ?
E os nacionais será que o governo vai apoiar, como os apoiou, fazendo de estaleiros como o atlântico Sul chegarem a falência ou misera redução de jornada de trabalho para quem operou com 20.000 homens operar com 5.000, ou será que este vais ser mais um pagador de propinas em nosso mercado corrupto para não dizer mafia politica.