ESTALEIRO RIO GRANDE SE MOVIMENTA PARA CONTRATAR E QUALIFICAR PROFISSIONAIS ANTES DAS OBRAS DE NAVIOS DA TRANSPETRO
O polo naval da região Sul vive um momento de expectativa e otimismo após a assinatura de um contrato para a construção de quatro novos navios para a Transpetro no estaleiro Rio Grande, do grupo Ecovix. Ao todo, serão mais de mil empregos gerados, com até 1.400 pessoas atuando no pico da produção das embarcações. O foco estará em funções ligadas ao processo construtivo, como caldeireiros, mecânicos montadores, operadores de máquinas especiais (máquinas de corte e soldagem automática), soldadores, encanadores, eletricistas, entre outros. Por conta disso, o setor naval já começa a pensar em alternativas para qualificar a mão de obra necessária para o projeto. O diretor operacional da Ecovix, Ricardo Ávila, afirma que ainda há na região boa oferta de mão de obra, apesar dos vários anos sem encomendas. No entanto, serão necessários treinamentos para capacitar os profissionais nos processos específicos da construção naval. Ele destaca que o Rio Grande do Sul terá, no mínimo, dois grandes projetos que demandarão mão de obra técnica nos próximos cinco anos. Por isso, Ávila defende que haja um movimento do setor público para manter um estoque de profissionais qualificados para futuros empreendimentos.
Para começar, poderia falar os próximos passos após a assinatura do contrato com a Transpetro?
As fases seguintes à assinatura são as de apresentação de documentação técnica inerente ao contrato e desenvolvimento da engenharia, que possibilitará o início efetivo da construção em aproximadamente seis meses.
E em relação à contratação de mão de obra? Quais serão os tipos de profissionais mais demandados?
A demanda é por profissionais que atendam todas as fases de um processo construtivo de uma embarcação, como caldeireiros, mecânicos montadores, operadores de máquinas especiais (máquinas de corte e soldagem automática), soldadores, encanadores, eletricistas, etc. Além disso, há uma demanda menor, mas não menos importante, por engenheiros navais, mecânicos, eletricistas e profissionais de gestão como de planejamento, suprimentos, etc.
O polo naval do Sul passou por muitos anos sem grandes encomendas. Existe alguma avaliação sobre como está a qualificação dos profissionais na região atualmente?
Entendemos que há ainda na região boa oferta de mão de obra. Porém, serão necessários treinamentos para qualificar esses profissionais nos processos específicos que são próprios de uma construção de navios.
A empresa considera oferecer programas próprios de capacitação ou parcerias com entidades do setor para requalificar trabalhadores que migraram para outras áreas?
Ainda estamos estudando essas alternativas, mas é importante que haja um movimento do setor público através do sistema S, por exemplo, para manter um estoque de mão de obra treinada para os próximos projetos, anunciados principalmente pela Petrobras, para os próximos cinco anos. De toda forma, a empresa terá seu próprio programa de formação, para funções mais específicas do processo.
Ao seu ver, o que pode ser feito para garantir uma base de trabalhadores qualificados de forma contínua e evitar futuras crises de escassez de profissionais?
Programas permanentes de qualificação, com ênfase em formação profissional dedicada à construção metal-mecânica, não necessariamente só para a área naval. O Rio Grande do Sul, por exemplo, terá no mínimo dois grandes projetos que demandarão mão de obra técnica nos próximos 4-5 anos. Essa demanda precisa ser suprida, preferencialmente por pessoal local, culturalmente habituado e com custo agregado mais competitivo.
Por fim, quais são suas perspectivas com a indústria naval brasileira neste momento de retomada das atividades de construções de embarcações na região Sul?
Temos boas expectativas, em se confirmando a demanda anunciada pelo maior contratante desse setor, que é a Petrobras.
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