ESTUDANTES DE ENGENHARIA DE SANTA CATARINA PARTICIPAM DO PROGRAMA DA TENENGE PARA CONHECER AS OBRAS DO TERMINAL GÁS SUL

DCIM101MEDIADJI_0265.JPGUma turma de  alunos do curso de Engenharia Civil do campus de Florianópolis da Universidade Federal de Santa Catarina visitou a obra do Terminal Gás Sul (TGS), na Baía de Babitonga (SC). A visita faz parte do programa de relacionamento com a comunidade organizado pela equipe gestora da obra. Uma nova turma de estudantes, desta vez da Universidade Estadual do Paraná (UTFPR-PR), já está agendada para visitar o empreendimento ainda neste mês de abril. Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer  uma das obras mais relevantes em andamento no estado de Santa Catarina. O TGS está sendo construído pelo Consórcio Gás Sul (CGS), formado pelas empresas Tenenge e OEC.

A primeira parte da visita técnica foi nas obras offshore. A bordo de uma das seis balsas que compõem o sistema logístico do projeto, os estudantes puderam observar diversas atividades, como a concretagem de uma das estruturas marítimas do projeto, composta por dois dolphins de atracação, quatro dolphins de amarração e uma plataforma operacional, onde ficarão os equipamentos do Terminal para descarga do gás, que será operado remotamente. Estas estruturas são suportadas por 85 estacas de aço com diâmetro de um metro, cada, fabricadas com comprimentos que variam entre 48 e 57 metros e cravadas em profundidades de até 30 metros abaixo do leito marinho.

No dia da visita foi possível observar a complexa operação logística para transporte do concreto usinado que navega por 18 km para chegar no local das obras em mar. Conforme explicado pelo Engenheiro Ricardo Corregio, gerente responsável pelas obras offshore, a balsa concreteira, como é chamada, transporta até oito caminhõesTGS betoneiras com 64 metros cúbicos de concreto e pesa cerca de 300 toneladas. Levando em consideração que somente a navegação tem duração de aproximadamente duas horas, foi necessário o desenvolvimento de traço de concreto especial para a obra com validade de 10 horas, com necessidade de refinada coordenação de logística para que o intervalo entre a usinagem e aplicação seja o mais curto possível. As obras civis do terminal marítimo, iniciadas em outubro de 2021, têm previsão de conclusão neste mês de abril de 2022.

A segunda etapa da visita promoveu a apreciação do furo direcional que fará a conexão do gasoduto onshore e offshore. Em comparação ao modelo tradicional de abertura de valas, a metodologia de HDD apresenta consideráveis vantagens, como menor impacto na execução e ocupação de espaços, baixa interferência no ambiente marinho, menor impacto na navegação. A realização do furo direcional se dá em três etapas: a primeira consiste na perfuração do furo piloto, quando durante a perfuração um sensor é instalado na broca para assegurar a navegação georreferenciada, conforme determinado no projeto. Na etapa seguinte, após a realização do furo piloto, a broca é trocada por alargadores que aumentam o diâmetro do furo, até que alcance uma vez e meia o diâmetro do gasoduto a ser instalado. Já na última fase ocorre a instalação do duto, quando é feito o “pullback” e a coluna de dutos já soldada é puxada para dentro do furo.

De acordo com o professor da UFSC Marcos Aurélio Marques Noronha, coordenador do grupo de alunos, esta foi a melhor visita já feita pelos estudantes sob sua orientação. “Uma chance como esta, onde você tem a oportunidade de ver na prática temas como concretagem, cravação de estacas, escavações em rocha, obra em terra e em mar, operação de guindastes, entre outros, vale mais que um curso inteiro de engenharia”, afirmou. Atualmente as obras geram mais de mil empregos diretos e alcançaram a importante marca de 250 mil pessoas/horas trabalhadas sem acidentes.

Para lembrar, o empreendimento vai fornecer 15 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, representando um aumento de mais de três vezes no total disponível atualmente no estado de Santa Catarina. O Terminal está localizado a 300 metros da costa da cidade de São Francisco do Sul, e inclui infraestrutura para receber, armazenar, regaseificar e distribuir o gás natural que chegará na forma de GNL (Gás Natural Liquefeito) pelo mar através de navios metaneiros e será transferido pelo sistema ship to ship para um FSRU (unidade flutuante de armazenamento e regaseificação) com capacidade de armazenar 160 mil metros cúbicos de GNL, que, por sua vez, será interligada por 33 km de dutos de 20 polegadas com o GASBOL (Gasoduto Bolívia-Brasil).

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