ESTUDO APONTA MAIS USINAS NUCLEARES NA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA ATÉ 2040
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), baseado nas perspectivas energéticas do Brasil até 2040, aponta que a participação das usinas nucleares deve aumentar na matriz energética brasileira. As barreiras ao crescimento de novas hidrelétricas no país, que hoje tem cerca de 80% de sua energia proveniente de usinas do tipo, deverão impulsionar a diversificação das fontes de geração nas próximas décadas.
O coordenador de projetos da FGV, Otávio Mielnik (foto), detalhou em apresentação as previsões estipuladas pela análise, que traçou três perfis de crescimento no Brasil para desenvolver as estimativas. Um deles, em que o país cresceria 3% ao ano, prevê que a energia nuclear passe a responder por 8% da matriz em 2040. No segundo, com crescimento anual de 4% do PIB, as usinas nucleares passariam a 12% do total nacional, enquanto que no terceiro, com a economia brasileira crescendo 5% ao ano, chegariam a 15% da geração energética do país.
Em abril, durante o IV Seminário Internacional de Energia Nuclear, Mielnik destacou as diferenças de modelo de regulação na área nuclear entre o Brasil e outros países. No evento, ele ressaltou que nos Estados Unidos, por exemplo, existe uma forte interação entre o governo e o setor privado no segmento nuclear, em que a regulação é totalmente voltada para a mitigação de riscos. Contou ainda que em 1992 foram promulgadas diretrizes (Energy Policy Act 1992) para o licenciamento combinado de construção e operação de usinas, enquanto que em 2005 um novo ato (Energy Policy Act 2005) deu garantias de empréstimos e alavancou investimentos no setor americano.
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