ESTUDO DA CNI APONTA QUE O BRASIL JÁ TEM R$ 188,7 BILHÕES EM 20 PROJETOS DE PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO NO PAÍS | Petronotícias




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ESTUDO DA CNI APONTA QUE O BRASIL JÁ TEM R$ 188,7 BILHÕES EM 20 PROJETOS DE PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO NO PAÍS

cniUm estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta segunda-feira (26), aponta que o Brasil terá mais de R$ 188 bilhões de investimentos em 20 projetos de produção de Hidrogênio. O  estudo tem o nome de Hidrogênio Sustentável: Perspectivas para o Desenvolvimento e Potencial para a Indústria Brasileira. A aprovação do marco legal do hidrogênio de baixo carbono estabeleceu um momento histórico para a indústria brasileira, segundo a CNI. Assim como a Lei do Petróleo foi fundamental para a exploração de hidrocarbonetos no Brasil em 1998, essa lei marca o início do desenvolvimento da cadeia do hidrogênio e reforça o comprometimento do país com a descarbonização da economia.  Já existem investimentos anunciados em projetos de hidrogênio a partir de fontes renováveis no Brasil que somam exatos R$ 188,7 bilhões. O baixo custo e alta elasticidade de oferta da geração elétrica renovável colocam o país em condição de vantagem competitiva. Por essa razão, existe a expectativa que o Brasil produza hidrogênio com um dos menores custos do mundo em 2030.

A CNI tem um papel catalisador no engajamento do setor industrial nesse processo. Por meio dopecem Comitê da Indústria para o Hidrogênio Sustentável, atuamos em parceria com empresas e stakeholders para difundir conhecimento, monitorar e debater as políticas públicas. Uma das principais iniciativas foi a criação da Plataforma da Indústria para o Hidrogênio Sustentável, que permite acompanhar as iniciativas empresariais e de política pública na área do hidrogênio sustentável”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O hidrogênio produzido a partir de fontes renováveis ou de fontes fósseis associadas à captura e estocagem do dióxido de carbono (CO2) tem sido visto como uma estratégia para a descarbonização dos segmentos hard to abate. É o caso dos setores industriais que precisam de calor em alta temperatura, indústrias como aço, vidro, química, alumínio e a de fertilizantes.

hidro tuboDiversos portos brasileiros estão desenvolvendo projetos para se posicionar como hubs de hidrogênio de baixo carbono – centros geográficos que envolvem uma cadeia de atividades de produção, transporte, entrega e uso final dessa fonte de energia. Entre os investimentos identificados, o Porto de Pecém (CE) se destaca como destino que deve receber mais aportes financeiros – cerca de R$ 110,6 bilhões.  O hub do Ceará foi lançado em fevereiro de 2021 pelo governo do estado, em parceria com Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Complexo do Pecém (CIPP S/A). De lá para cá, foram assinados 34 memorandos de entendimento que evoluíram para quatro pré-contratos com empresas nacionais e internacionais.  De acordo com o levantamento da CNI, destacam-se também os portos de Parnaíba (PI) com R$ 20,4 bilhões; Suape (PE) com R$ 19,6 bilhões; e Açu (RJ) com R$ 16,5 bilhões.

 A amônia é o produto químico com maior demanda industrial de hidrogênio. Em 2021, foram produzidas, globalmente, 190 megatoneladas de amônia, que consumiramhidro aproximadamente 34 megatoneladas de hidrogênio, conforme dados da Agência Internacional de Energia (IEA). No Brasil, a produção de amônia consome cerca de 145 mil toneladas de hidrogênio por ano.  Esse composto químico tem um papel crucial na agropecuária e, consequentemente, na garantia da segurança alimentar mundial, já que 70% de sua produção é direcionada para produção de fertilizantes nitrogenados.  Como o Brasil ainda importa quantidades significativas de fertilizantes nitrogenados, o desenvolvimento da produção interna de amônia, a partir do fomento do mercado de hidrogênio de baixo carbono, pode ser uma oportunidade de o país gerenciar a balança comercial da commodity, e para alinhar-se com as metas do Plano Nacional de Fertilizantes 2050.  Um acordo de dois anos entre Vale e Petrobrás, que contempla o desenvolvimento de projetos de baixo carbono, elencou a amônia como uma alternativa para as atividades logísticas. A companhia de mineração tem uma frota marítima robusta, e desde 2021, junto a outros agentes, estuda a possibilidade de incorporar amônia verde como combustível marítimo.

hidro 3Segundo o levantamento da CNI, o projeto com maior capacidade de eletrólise ficará localizado no Porto de Parnaíba, com 10 GW de potência. Essa energia seria suficiente para abastecer cerca de 15 milhões de pessoas – número superior à quantidade de habitantes da cidade de São Paulo. Quando se olha para os estados, no entanto, o Ceará é que o tem a maior capacidade instalada com cerca de 15,9 GW, enquanto o Piauí possui 15,6 GW. O terceiro estado brasileiro com maior capacidade de eletrólise é o Rio de Janeiro, com 2,1 GW. Atualmente, existem 87 países com pelo menos um projeto de produção de hidrogênio de baixo carbono. Os 10 primeiros países representam 3/5 do total de projetos: Alemanha (198), Estados Unidos (164), Austrália (147), Espanha (143), França (126), Grã-Bretanha (111), Holanda (89), China (81), Índia (79) e Dinamarca (61).

Embora os projetos anunciados tenham como objetivo a exportação, a produção de hidrogênio de baixo carbono de forma descentralizada no Brasil, usando energia dahidro prata rede ou a geração distribuída, é o caminho mais viável para iniciar o desenvolvimento da indústria no país.  Para a CNI, esses projetos podem se materializar mais rapidamente em função da menor escala de produção e de complexidade comercial.

  • A produção no local de consumo evita custos com o transporte do hidrogênio;
  • A energia elétrica da rede no Brasil é basicamente descarbonizada. Atingiu o nível de 92% de fontes renováveis em 2022;
  • As economias de escala na produção de hidrogênio verde ainda são modestas, uma vez que os eletrolisadores disponíveis comercialmente ainda estão limitados a 20 MW de potência;
  • Ao produzir localmente o hidrogênio, as empresas podem aproveitá-lo não apenas para substituir combustíveis fósseis, mas também o oxigênio produzido para melhorar a qualidade da combustão de gás e do próprio hidrogênio em fornos, aquecedores e secadores.
  • A autoprodução do hidrogênio evita a sua comercialização e impostos associados à venda.

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