ESTUDO DA FIRJAN APONTA ALTO CUSTO DO GÁS NATURAL PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA
Com uma tarifa média de gás natural de US$ 17,14/MMbtu, a indústria brasileira perde, segundo estudo da Firjan, US$ 4,9 bilhões por ano. De acordo com a entidade, o custo desta tarifa, nos Estados Unidos, é de US$ 4,45/MMbtu, uma diferença que se deve, entre outros fatores, ao advento do gás de xisto no país norte-americano. Com um consumo anual de 10,4 bilhões de metros cúbicos de gás natural, o equivalente a um custo de US$ 6,6 bilhões, o Brasil poderia gastar, na distante realidade americana, apenas US$ 1,7 bilhão.
O estudo mostra que a melhoria da competitividade do gás no país depende de mudanças estruturais, sendo a redução do preço da molécula (parcela variável) um primeiro passo. No entanto, mesmo que o Brasil consiga ter o mesmo custo da molécula do gás natural dos Estados Unidos, a tarifa para a indústria ainda estaria em US$ 11,78/MMBtu, quase o triplo do valor praticado nos Estados Unidos. As questões mais prejudiciais às indústrias brasileiras são os custos de transporte, margem de distribuição e tributos.
Para o economista Cristiano Prado (foto), gerente de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, a queda da tarifa seria significativa, e representaria um importante avanço, mas para que o Brasil se torne realmente competitivo em gás, é necessário que se enfrentem todos os demais componentes formadores de seu preço.
Os impactos do shale gas na matriz de custos de indústria americana e seus efeitos sobre a competitividade global e brasileira estarão em debate na quinta-feira (23), na sede da Firjan, como parte das comemorações do Dia da Indústria. A programação completa do evento se encontra no site da instituição.
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