ESTUDO DA SIEMENS ENERGY VÊ AMÉRICA LATINA ATRASADA NA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA, MAS COM PERSPECTIVAS POSITIVAS

andre-clarkA América Latina é a região com menor nível de prontidão para a transição energética no planeta. A constatação é de um novo estudo publicado recentemente pela Siemens Energy. Segundo a pesquisa, os países da região possuem uma considerável expansão das energias renováveis, porém tecnologias como power-to-X (combustíveis sintéticos e derivados verdes) e captura e armazenamento de carbono mostram um menor progresso. Na avaliação do diretor-geral da Siemens Energy no Brasil, André Clark, para exercer sua influência no compromisso net zero global, as lideranças da América Latina precisam mudar como pensam seu planejamento energético e visar uma estratégia que ultrapasse a demanda local de energia com vistas aos mercados externos.

As nações da América Latina são as mais bem posicionadas para aproveitar a chance de se consolidarem como hubs de exportação de energia verde, uma vez que possuem condições favoráveis em termos de recursos energéticos renováveis de baixo custo, estrutura de mercado e localização geográfica”, avaliou o executivo. O estudo da Siemens Energy, chamado o Índice Global de Prontidão para a Transição Energética, revela que a América do Norte tem o maior índice de prontidão (34%), seguida por Europa (33%), Oriente Médio e África (26%) e Ásia-Pacífico (25%). A América do Sul aparece em último lugar, com 22% de prontidão. A pesquisa foi realizada com mais de 2.000 especialistas, estrategistas e autoridades do setor de energia em todo o mundo.

tabelaApesar do resultado, Clark tem uma boa expectativa com o desenvolvimento de novos projetos renováveis na região. “Em especial na América Latina, o tamanho do desafio só não é maior que a expectativa de ganhos por meio de sua consolidação enquanto potência verde. Apesar de a região apresentar o menor progresso percebido nas prioridades energéticas na comparação com as outras regiões, as perspectivas são positivas, caso seja adotada uma política de desenvolvimento industrial verde, inovadora e voltada para o planeta”, ponderou.

Clark lembra ainda que para além da abundância em energia renovável – principalmente hídrica e cada vez mais eólica e solar -, a América Latina ganha destaque por ter um conjunto de democracias, o que se transmuta em mais confiança e menos chances de intempéries que prejudiquem o fluxo de exportação de energia e soluções. 

fontes renovaveisNesse sentido, iniciativas e políticas voltadas para o hidrogênio verde, Power-to-X (combustíveis sintéticos e derivados verdes) e captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), devem ocupar espaço significativo no avanço das estratégias de transição energética de empresas e governos da região, que já se movimentam no sentido de buscar parcerias e alianças transnacionais”, avaliou. 

Por fim, Clark declara que se governos, empresas e sociedade trabalharem juntos, a transição energética é uma grande oportunidade, possível através de cinco pontos vistos como primordiais: (1) aceleração da energia renovável; (2) aprimoramento da eficiência energética, com economia e aumento da eletrificação nas indústrias; (3) fortalecimento das redes elétricas, com integração para além das fronteiras; (4) utilização da infraestrutura existente como ponte, caso dos gasodutos e operações offshore; e (5) arrumar a cadeia de suprimentos e de matérias-primas minerais e componentes necessárias, usando desde as baterias até os aerogeradores e placas fotovoltaicas.

Não há desculpas para esperar mais. É necessário um esforço global imediato, vigoroso e coordenado para evitar as piores consequências das mudanças climáticas – em todas as regiões do mundo, e em todos os setores”, finalizou.

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