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EUROPA GANHARÁ UM DOS MAIORES SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA, TECNOLOGIA COM POTENCIAL NO BRASIL

Sami JakonenA central nuclear de Olkiluoto, na Finlândia, ganhará um dos maiores sistemas de armazenamento de energia de bateria da Europa. O empreendimento será construído após a assinatura de um contrato entre a Teollisuuden Voima Oyj (TVO), operadora da planta, e a Hitachi ABB Power Grids. O projeto terá 90 MWe de capacidade e atuará como uma fonte de energia de backup de início rápido para garantir a estabilidade da rede de energia do país em caso de desligamento não planejado da terceira unidade de Olkiluoto (OL3). É um tipo de tecnologia que, no longo prazo, pode ter uso ampliado no Brasil. Esse tipo de solução consta no planejamento energético do país como uma alternativa de fornecimento de energia para locais isolados.

A usina OL3 está atualmente em processo de comissionamento. Já o futuro sistema de armazenamento de energia por bateria está programado para iniciar sua operação em 2022. A construção de OL3 começou em 2005. A usina deverá ser conectada à rede da Finlândia no mês de outubro. Já a produção regular de energia para o país está prevista para fevereiro de 2022. Assim que a nova planta estiver em operação, a central de Olkiluoto deverá gerar cerca de 30% da eletricidade da Finlândia.

A contribuição da TVO para a produção nacional de eletricidade está crescendo, e a unidade da planta Olkiluoto 3, a ser concluída em breve, é uma parte crítica desse esforço”, disse o Diretor Técnico da TVO, Sami Jakonen (foto). “Com este investimento no armazenamento de energia da bateria, estamos ajudando a garantir o fornecimento ininterrupto de eletricidade na Finlândia”, completou o executivo.

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Central nuclear de Olkiluoto

Jakonen afirma que o armazenamento de energia por baterias será usado como reserva de energia em caso de distúrbio na produção da usina nuclear, até que um método substitutivo de produção gere eletricidade. A adoção da tecnologia, segundo ele, garante a operação confiável da rede mesmo em uma situação em que uma grande quantidade de eletricidade fosse desligada da rede elétrica.

Já o diretor administrativo nacional dos negócios da Hitachi ABB Power Grids na Finlândia, Matti Vaattovaara, acrescentou que a tecnologia que será fornecida pela empresa ajudará a Finlândia a caminhar em direção a um futuro neutro em carbono. “A revolução energética requer tecnologias pioneiras e novas soluções inteligentes para garantir flexibilidade e fiabilidade do sistema. É também vital para as atividades empresariais e para a competitividade que o futuro do nosso sistema elétrico seja estável e confiável”, avaliou o executivo. “O armazenamento de energia da bateria nesta escala e o crescimento da produção de eletricidade com baixas emissões representam passos significativos para o clima e contribuem para Objetivo da Finlândia de neutralidade de carbono em 2035”, finalizou.

No caso do Brasil, segundo o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, uma perspectiva para a aplicação das tecnologias de armazenamento é o seu uso combinado com fontes renováveis de geração variável e não controlável no setor rural e em regiões remotas, que incluem comunidades isoladas não interligadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), ilhas e regiões de difícil acesso.

amapa

Amapá sofreu novo apagão ontem

O PNE aponta também que esses sistemas podem ser utilizados de backup em caso de desconexão da rede principal, garantindo autonomia e independência dessas regiões. Seria uma alternativa para estados isolados nas extremidades do nosso país. Ontem, conforme noticiamos, o Amapá sofreu um novo apagão devido a uma falha na linha de transmissão de 230 kV entre Laranjal e Macapá. Felizmente, toda a carga foi restabelecida ainda ontem, no início da noite. Este foi o quinto apagão no estado nos últimos sete meses.

As formas de armazenamento que terão impacto efetivo na distribuição de energia elétrica serão aquelas que têm dinâmica rápida e flexibilidade de operação como: volantes de inércia, Usinas Hidrelétricas Reversíveis (UHR), armazenamento de ar comprimido (Compressed Air Energy Storage Systems–CAES) e as baterias. Estas últimas se apresentam como a melhor opção para várias aplicações, devido à portabilidade, escalabilidade e velocidade de atuação, podendo ser instaladas em praticamente qualquer ponto da rede, inclusive no interior da instalação do consumidor”, apontou o PNE.

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