EX-PRIMEIRO-MINISTRO ISRAELENSE NÃO ACREDITA QUE UM ATAQUE CIRÚRGICO POSSA MAIS ATRASAR O AVANÇO NUCLEAR DO IRÃ
A declaração dada hoje (25) do ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Barak (foto principal) sobre o programa nuclear iraniano acendeu todas as luzes de alerta no Ocidente. Ele disse que “o Irã pode transformar-se em um potência nuclear e é tarde demais para pará-lo com um atraque cirúrgico”. O esforço para impedir que o Irã se transforme em uma potência nuclear está em seu ponto mais baixo de todos os tempos, aparentemente fadado ao fracasso. Em 2015, o acordo liderado pelos EUA para atrasar o programa do Irã não foi suficientemente longe e a retirada americana, em 2018, desse mesmo acordo, permitiu que o Irã tivesse suficiente urânio enriquecido para um dispositivo nuclear e a tecnologia para torná-lo uma arma. Em 2018, eles estavam a cerca de 17 meses desse limite. Hoje, eles estão provavelmente por poucos dias desta distância.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken (foto abaixo, à direita), disse que se um acordo não for alcançado em semanas, “ pode não valer a pena assinar”. O Irã continuou enriquecendo urânio e passou a ser um país que fornece à Rússia até drones armados. Neste verão do hemisfério norte, o Irã se transformará em um estado nuclear de fato. E poderá levar de 18 a 24 meses para aperfeiçoar suas habilidades tratando urânio metálico e empacotando-o em uma ogiva de míssil. Mas essas etapas podem ser executadas em um pequeno laboratório ou oficina e não podem ser seguidas facilmente, muito menos paradas. Após mais de 20 anos de tentativas, o Irã está prestes a cruzar o ponto sem retorno ao se tornar membro do “clube nuclear”. Depois que os EUA retiraram o Plano de Ação Abrangente Conjunto em 2018, nem ele e nem Israel prepararam um “plano B” militar disponível para um ataque cinético capaz de atrasar o programa iraniano em pelo menos em alguns anos.
“Tanto Israel quanto os Estados Unidos podem operar sobre os céus do Irã contra este ou aquele local ou instalação e destruí-lo. Mas uma vez que o Irã é um estado nuclear de fato, esse tipo de ataque simplesmente não vai atrasar os iranianos de se tornarem nucleares. De fato, sob certas circunstâncias, isso pode acelerar sua corrida para montar uma bomba e tomar medidas de autodefesa. Operações que poderiam atrasar substancialmente o programa iraniano, arrisca uma guerra com o Irã com pouca probabilidade de atrasar o programa nuclear iraniano”, disse Barak. Para ele, os Estados Unidos ainda podem impedir o Irã de se tornar nuclear por meio de um ultimato diplomático para interromper o programa, apoiado por uma ameaça crível de uma guerra em larga escala. “Nada menos que isso pode garantir um resultado. Os mulás iranianos são fanáticos e extremistas, mas não querem acabar na Idade da Pedra”, declarou. Mas neste tabuleiro ainda tem o convencimento da Turquia, Egito, Arábia Saudita e outros na região que estão devidamente protegidos contra a chantagem nuclear iraniana e não precisam se tornar nucleares.
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