EXÉRCITO AMERICANO CRIA PROGRAMA PARA MICROREATORES NUCLEARES DESTINADOS À DEFESA NACIONAL

O Departamento do Exército dos Estados Unidos anunciou o lançamento do Programa Janus, uma iniciativa de nova geração em energia nuclear voltada para oferecer energia resiliente, segura e confiável a instalações de defesa nacional e missões estratégicas. A criação do programa decorre de uma Ordem Executiva assinada pelo presidente Donald Trump, em maio deste ano, que prevê a implantação de tecnologias avançadas de reatores nucleares para a segurança nacional. O documento determina que o Departamento de Guerra inicie a operação de um reator nuclear regulado pelo Exército em uma instalação militar doméstica até 30 de setembro de 2028. O Departamento do Exército, designado como agente executivo para essa missão, será responsável por conduzir o Programa Janus em nome do Departamento de Guerra.

Segundo o secretário de Energia, Chris Wright (foto principal), desde o Projeto Manhattan, o Departamento de Energia e o Departamento de Guerra formaram uma das parcerias mais definidoras da história americana — impulsionando a ciência, a engenharia e a capacidade industrial que sustentam nossa segurança nacional. “Sob a liderança do presidente Trump, estamos ampliando esse legado com o Programa Janus, acelerando a implantação de reatores de próxima geração e fortalecendo os alicerces nucleares da energia e da defesa dos Estados Unidos”, disse.

O lançamento da iniciativa ocorreu em 14 de outubro, durante um painel do encontro anual da Associação do Exército dos Estados Unidos (AUSA), com a presença de líderes militares e do secretário  Chris Wright, que destacaram a importância da nova iniciativa. “O Programa Janus aproveitará as autoridades regulatórias nucleares do Exército, em estreita parceria com o Departamento de Energia (DOE), para garantir os mais altos padrões de segurança, supervisão e transparência”, informou o setor de Relações Públicas do Exército.

O programa prevê o desenvolvimento de microreatores comerciais por meio de um modelo de contratação ágil e baseada em marcos, em colaboração com a Defense Innovation Unit (DIU). Os reatores serão de propriedade e operação privadas, e os pagamentos por etapas ajudarão as empresas a viabilizar financeiramente seus projetos à medida que avançam para a produção em escala. O modelo contratual se baseará no programa Commercial Orbital Transportation Services, da NASA. O Exército fornecerá supervisão técnica e apoio em todo o ciclo do combustível nuclear e na cadeia de suprimentos, fortalecendo as capacidades industriais e de defesa do país.

O Programa Janus se apoia nas lições do Projeto Pele, que desenvolveu um reator nuclear transportável para geração de energia. As equipes dos laboratórios do DOE que atuaram nos aspectos técnicos, legais e políticos do Projeto Pele também participarão do novo programa. “O Exército dos EUA está liderando o caminho na adoção de tecnologias inovadoras e disruptivas”, afirmou o secretário do Exército, Dan Driscoll (foto ao lado). “Estamos eliminando barreiras burocráticas e incubando capacidades de próxima geração em setores críticos, incluindo energia nuclear”, acrescentou.

Em maio de 2024, o governo americano já havia anunciado um programa para implantar reatores avançados em instalações militares do país. Na época, destacou-se que reatores modulares pequenos (SMRs) e microreatores poderiam fornecer energia resistente a ameaças físicas ou cibernéticas, eventos climáticos extremos ou pandemias capazes de interromper redes comerciais.

O esforço do Exército, junto a outros dois programas de defesa nuclear em andamento — o microreator da Força Aérea na Base Aérea de Eielson, no Alasca, e o protótipo de microreator transportável do Escritório de Capacidades Estratégicas do Departamento de Defesa (Projeto Pele) — ajudará a definir os caminhos regulatórios e de cadeia de suprimentos para futuras implantações de tecnologias nucleares avançadas destinadas a fornecer energia limpa e confiável a instalações federais e infraestrutura crítica.