EXPERIÊNCIA DE 140 ANOS FAZ A BUNKER ONE DESENVOLVER NOVO COMBUSTÍVEL PARA NAVEGAÇÃO COM UNIVERSIDADE POTIGUAR
A Bunker One, com sede no Rio de Janeiro, de onde são coordenadas suas atividades em vários portos brasileiros, está investindo no desenvolvimento de uma nova categoria de combustível marítimo no Brasil. A empresa firmou uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para estudar a viabilidade da adição de 7% de biodiesel ao óleo diesel marítimo. A expectativa é que, em até oito meses, sejam apresentados resultados que confirmem essa viabilidade e que possam contribuir para a criação de uma política pública sustentável para a indústria de navegação. O objetivo do projeto é reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aproveitar o potencial desta fonte de energia renovável no Brasil, que é o segundo maior produtor de biodiesel do mundo.
A companhia está em processo de expansão, que prevê a abertura de filiais em outras regiões do país com oportunidades de negócios que combinem demandas de desenvolvimento local com a expertise do grupo. A Bunker One é um grupo dinamarquês com 140 anos, pioneiro na comercialização de bunker, com operações em mais de 20 países e líder mundial no fornecimento de combustíveis e lubrificantes para navegação.
“O mercado de navegação pode oferecer um ganho de escala ímpar ao setor do biodiesel e acreditamos que viabilizar a adição segura de biodiesel aos combustíveis marítimos é uma solução estratégica para o fortalecimento do Brasil”, disse o presidente da companhia, Flávio Ribeiro (foto). “A Bunker One já desenvolve com sucesso projetos deste tipo em outros países e o Brasil é um mercado importante para nossas operações. Queremos inovar aqui também, colaborando para o crescimento sustentável do setor de navegação na região, além de criar uma alternativa para indústria do biodiesel, que foi impactada com a redução da quantidade de biodiesel na mistura com o diesel rodoviário”, declarou.
As pesquisas em campo serão realizadas nos rebocadores da Bunker One que operam no Rio de Janeiro e os demais estudos serão realizados no Laboratório de Análises de Ambientais, Processamento Primário e Biocombustíveis da UFRN, uma referência nacional nos estudos relacionados ao setor de biocombustíveis. O trabalho será conduzido por sete pesquisadores da UFRN, com a coordenação da professora Amanda Duarte Gondim, Doutora em Química, Petróleo e Energias Renováveis. Todos os testes serão realizados de acordo com as resoluções da Agência Nacional de Petróleo, a partir de misturas que serão avaliadas durante a armazenagem e aplicação.
A aplicação do biodiesel no transporte terrestre já é uma realidade no Brasil, mas ainda não acontece no transporte aquaviário. Esta mudança tem potencial para reduzir a dependência de combustíveis fósseis para o meio de transporte marítimo, ajudar no combate às alterações climáticas e melhorar a qualidade do ar: “Acreditamos que esse projeto possa ter um impacto macroeconômico significativo para o Brasil. Viabilizando a adição do biodiesel nos combustíveis para navegação e buscando a homologação desse produto no cenário mundial, os produtores de biodiesel poderão aumentar sua escala através da possibilidade de exportação desse insumo para a indústria de bunker internacional. Dada a vocação do Brasil para a produção de matérias-primas renováveis, setores do agronegócio também tendem a ser impactados positivamente. Um exemplo é o farelo de soja que é o principal ingrediente da ração animal e poderia ter seu preço reduzido em função do aumento do esmagamento da soja para produção de biodiesel“, analisa Flavio Ribeiro.
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