FALCK EXPANDIRÁ ATUAÇÃO NO RIO DE JANEIRO E PREVÊ CRESCIMENTO DE ATÉ 15% EM 2017

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

O ano de 2017 promete de ser de bons negócios para a Falck, que oferece cursos de segurança para empresas de vários setores, como o de óleo e gás. A companhia agora já mira a expansão no mercado do Rio de Janeiro, passando a oferecer todo seu portfólio de cursos na região. E não será apenas o setor de óleo e gás o foco da atuação da empresa em terras cariocas. De acordo com o diretor da Falck no Brasil, Renato Escochi, a atividade no Rio também mira em outros mercados, como o de navegação. O executivo afirmou que a companhia precisou fazer readequações durante o ano passado, mas a expectativa para 2017 é de crescimento entre 10% e 15%. A Falck também passará a oferecer duas modalidades de cursos (e-learning e virtual) neste ano e já está negociando com clientes do setor de óleo e gás para fechar novos contratos. Além disso, até a metade do ano, a companhia vai disponibilizar no Brasil os treinamentos para perfuração e controle de poços – já que o País foi mapeado como um potencial mercado. Em um de seus projetos mais recentes, a empresa realizou o treinamento contra acidentes de helicóptero no mar para a Petrobrás – toda diretoria da petroleira participou do curso, incluindo o seu presidente, Pedro Parente.

Como a Falck passa pelo atual momento da economia brasileira?

Com relação ao momento atual, tivemos de fazer ajustes durante o ano de 2016 para nos adequarmos ao novo volume de mercado. Durante o ano passado, fizemos o dever de casa para conseguir manter um nível de resultado aceitável. Para 2017, a empresa enxerga o mercado se estabilizando. Por mais que nossa visão seja otimista, entendemos que ainda não haverá um cenário de crescimento. No entanto, aquela apreensão toda sobre o País diminuiu. Agora é mais um momento de expectativas sobre o que vai acontecer. Nosso setor passou pelo que é chamado de “tempestade perfeita”. A crise no petróleo foi mundial, mas além disso a gente teve a crise política-econômica, e também a crise da Petrobrás. Isso atingiu todas as prestadoras de serviço. 

E quais serão os próximos passos da companhia?

A empresa tem uma estrutura bem montada. Durante o final de 2016 e começo do ano desenvolvemos projetos que estamos para seguir nesse crescimento. O nosso grande projeto é a expansão para o mercado do Rio de Janeiro. Em 2016, montamos uma estrutura no Rio para oferecer uma parte dos nossos treinamentos mais técnicos. Agora estamos fechando parcerias com empresas para fornecer todos os treinamentos que temos em Macaé (RJ). 

Além deste projetos, quais outras iniciativas a empresa adotará em 2017?

Outros projetos são os treinamentos E-learning, buscamos essa modalidade para diminuir o tempo de sala de aula, mas também para garantir a qualidade do ensinamento. Também temos os projetos de treinamentos virtuais, que funcionam como se os alunos estivessem no ambiente de sala de aula, só que de modo virtual. Já temos alguns clientes do setor de óleo e gás para fazer estes projetos. 

Outra questão é que a Falck global adquiriu participação numa empresa chamada Aberdeen Drilling School, que é líder mundial de treinamento de controle de poços e perfuração. Estamos desenvolvendo projetos para poder aumentar nosso portfólio de treinamento e o Brasil foi mapeado como país prioridade para esses treinamentos. Nossa meta é oferecer até metade do ano o treinamento de controle de poços e perfuração.

Como foi o resultado da Falck em 2016 e qual expectativa para esse ano?

Em 2016, comparado com 2015, a empresa teve queda de receita de 25%, mas conseguimos manter o resultado final. Para 2017, a Falck prevê crescimento de 10% a 15 %. Basicamente, esse crescimento não é só de demanda de Macaé, mas de outros mercados.

E como está a demanda atual?

A demanda atual continua estável, comparada à do segundo semestre de 2016. A empresa espera manter esse nível, ganhando um pouco mais de mercado no Rio de Janeiro. Com relação ao número de alunos, na comparação entre 2016 e 2015, houve uma queda de 30%. 

E quais são as expectativas para a expansão da atuação no Rio de Janeiro?

Pelo mapeamento que fizemos no ano passado, feito com clientes que têm escritório no Rio de Janeiro, o mercado de óleo e gás em si tem demanda de 30% a 40% menor comparativamente ao mercado de Macaé. Mas existem outros mercados no Rio de Janeiro que também precisam de treinamento, como o de combate a incêndio, por exemplo. A indústria de navegação também é um destes setores que enxergamos como potenciais.

Qual a importância do setor de óleo e gás para a empresa?

O mercado de óleo e gás é o principal mundialmente. O que nós da Falck estamos buscando no Brasil é realizar a entrada em indústrias, como a de mineração. 

Como a empresa planeja crescer dentro do setor de óleo e gás?

Além dos projetos citados anteriormente, também temos a perspectiva de aumentar nossa participação em treinamentos de níveis mais altos. A Falck hoje é a unica empresa certificada pela Opito, credenciadora de treinamentos em óleo e gás. Empresas como Shell e Statoil exigem essa certificação. Nós percebemos que as companhias, priorizando a questão da qualidade, estão mudando a visão sobre treinamentos. O mercado espera que os treinamentos efetivamente sejam eficazes.

A própria Petrobrás durante o final de 2016 realizou treinamento para acidentes de helicópteros em alto mar. Toda a direção da estatal fez o treinamento, inclusive o presidente da empresa, Pedro Parente. O feed back tem sido muito positivo. 

Nós temos treinamentos específicos para dar respostas a grandes emergências, envolvendo desde o soldador até o presidente de uma empresa. Ensinamos como eles devem agir e se comportar antes, durante e depois do incidente.

Está prevista a expansão física da Falck no Rio?

A Falck tem salas alugadas no Rio. Em virtude do momento, a empresa decidiu não fazer um investimento alto em termos de aquisição de propriedades. Estamos buscando parceiras com empresas de treinamento do Rio. Estamos em fase final de negociação para usar estruturas dessas companhias que já promovem treinamentos no Rio, mas que não são nossos concorrentes diretos. Essas companhias não têm o treinamento que temos, mas usaremos o espaço deles para dar nossos treinamentos.