FALHA GEOLÓGICA E EXCESSO DE CHUVAS ENGOLEM A CONSTRUÇÃO DA MAIOR HIDRELÉTRICA DA COLÔMBIA
O grande volume de chuvas que ocasionou uma falha geológica na obra de construção da maior hidrelétrica da Colômbia, sob a responsabilidade de um consórcio liderado pela empreiteira brasileira Camargo Corrêa, literalmente pôs a obra água abaixo. Um investimento de mais de US$ 3 bilhões que se perdeu, além de atingir mais de 100 mil pessoas, que estão sendo deslocadas. A obra projetada para ser o orgulho do país era previsto para atender a quase um quinto da demanda energética da Colômbia. Agora as discussões dos especialistas não descartam que erros de engenharia e planejamento, ou até que uma política de redução de custos no projeto, tenham ameaçado uma obra iniciada em 2010 que envolve 12 municípios do noroeste colombiano. As obras estavam a cargo do consórcio CCC Ituango, integrado pela construtora brasileira Camargo Corrêa (55%) e as colombianas Conconcreto (35%) e Coninsa-Ramón H (10%).Para ver o projeto, acesse a este link, de uma reportagem especial da TV Caracol, da Colômbia:
Primeiro acendeu um sinal amarelo, de emergência, há duas semanas, quando um deslizamento de terra bloqueou o túnel de desvio do Rio Cauca, o segundo maior do país, que alimenta a hidrelétrica Hidroituango. Isso levou o reservatório a encher sem estar concluído, até a altura do aterro, por onde o canal deveria seguir. A Empresas Públicas de Medellín (EPM), principal sócia do projeto, acelerou os trabalhos para a estrutura chegar ao nível do aterro e permitiu que a sala de máquinas fosse usada como um conduto de desague. Mas antes de conseguir fazer isso, no sábado, a força da água inundou o túnel de desvio, provocando um crescimento violento do nível do afluente.
Mais de 100 mil pessoas já foram evacuadas de locais como Puerto Valdivia, no departamento de Antioquia, a 40 km da represa. 200 mil m³ de terra verteram para o túnel de desvio descoberto. A casa de máquinas voltou a ser a única saída de água e devido a um colapso interno, ela teve um bloqueio temporário e explosões esporádicas de água com um aumento significativo de descontrolado do leito do Rio Cauca. Ficaram em risco especialmente os municípios de Puerto Valdivia, Tarazá, Nechí, Cáceres, Caucasia e a região de La Mojana – que somam cerca de 120 mil habitantes.
A empresa defendeu o planejamento e execução do projeto, que segundo especialistas iniciou em 2015 uma “etapa de aceleração” para cumprir a data de entrega, em junho, dois meses antes de Santos deixar o poder. O consórcio venceu uma licitação internacional em 2012 para a construção da represa, do aterro, dos túneis de condução, das estruturas de captação, dos túneis de descarga e da casa de máquinas.
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