FALTA DE AÇO NO MERCADO OBRIGA CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO A FAZER NOVA IMPORTAÇÃO
A edição do Quintas da CBIC marcou um ano do evento com um tema emblemático para a indústria da construção: a odisseia para importar aço no Brasil. Para demonstrar o processo de importação de um dos principais insumos do setor, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) convidou especialistas para explicar os procedimentos ao público. No dia 9 de julho, o Brasil recebeu 20 mil toneladas de aço importado da Turquia. A iniciativa foi uma parceria da Cooperativa da Construção Civil do Estado de Santa Catarina (CooperconSC) com a CBIC. Comprar aço no Brasil está extremamente difícil por conta dos preços. E ainda não há disponibilidade no mercado – quando se encomenda, só se recebe meses depois.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, falou pela união das entidades e pela conquista alcançada: “Estou muito feliz de estar comemorando um ano do Quintas da CBIC com um tema desses, que mostra mais do que nunca aquilo que a gente tem defendido ao longo de todo esse tempo, que a nossa união é que faz a diferença”. Martins ainda afirmou que quanto maior for a união, maior é a probabilidade de alcançar vitórias para a população brasileira.
Para o presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat), Dionysio Klavdianos, a CBIC cresceu em relevância durante a pandemia e o tema debatido demonstrou a força da entidade e das cooperativas que têm lutado a favor dos empresários do setor. Sobre os próximos lotes de importação de aço, o presidente da Coopercon-SC, José Sylvio Ghisi, afirmou que o segundo já foi fechado e contou com a participação de 125 construtoras de nove estados do país. A previsão é que o navio chegue entre o final de agosto e o início de setembro. Ghisi disse que o terceiro lote já está sendo finalizado, mas adiantou que também serão cerca de 20 mil toneladas: “A gente quer concretizar esse terceiro lote entre os dias 10 e 15 de agosto para esse material chegar aqui até o final de outubro.”. Sobre o quarto lote, ele afirmou que vai depender da demanda: “Se precisar, vamos trazer”, completou.
O executivo também destacou que observa a preocupação do empresário por não conseguir lançar seu empreendimento por falta de insumo: “Nós temos aqui no Sul empresas com dez meses de atraso da entrega de vergalhão. O Brasil tem muito a crescer. Estamos vendo o desemprego agora que subiu. A gente está fazendo um esforço danado, que é uma conquista da CBIC, que vem fazendo o trabalho dela, mostrando para os empresários que ela está à frente, indo em cima de diversos setores para não deixar faltar o nosso insumo do dia a dia”, afirmou Ghisi.
Sobre o processo de certificação do material, a gerente da área do Instituto Falcão Bauer, Lenice Silva Rocha, também presente na discussão, explicou que o processo é estabelecido pelo INMETRO: “Certifica-se o produto, emite-se o certificado com o prazo de validade de três anos, depois a cada seis meses eu tenho um novo ciclo com a realização de auditorias do sistema de gestão da qualidade do fabricante, a verificação da sistemática para o tratamento das reclamações e novos ensaios do produto.”
Já o Gestor da SC Supply, Roberth Meinert, disse que a Coopercon-SC tem um case muito bem montado, porque ela conseguiu estruturar todas as etapas: “Desde a certificação ao planejamento de demanda com os cooperados, abertura para outros mercados, as parcerias com entidades para promover e agilizar o fechamento por lotes. E também se certificar de ter grandes parceiros na parte de produção no exterior. Aqui no Brasil, temos parcerias também no porto, com quem vai fazer o carregamento desse material e entregar nas obras.” Sobre o desafio enfrentado com a falta de aço, o presidente do Sinduscon-PR, Rodrigo Assis, afirmou que as barreiras foram mostradas e quebradas e que foi um marco: “Foi de suma importância, porque a gente pôde provar a todos, e principalmente, ao setor do aço que nós somos muito mais competitivos quando a gente se une entre empresas interessadas em um maior bem comum.”
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