FALTA DE MANUTENÇÃO EM DUTOS NO LAGO DE MACAIBO SE TRANSFORMA EM TRAGÉDIA AMBIENTAL NA VENEZUELA
Não há palavras que possam expressar a real situação da Venezuela neste momento. A disputa é pelo tamanho dos problemas de cada pessoa, cada família, cada cidade, cada região, cada estado. O desgoverno do ditador Nicolás Maduro e o grupo de militares e paramilitares venezuelanos e cubanos que dominam o país a força, conseguem ver o tamanho da tragédia que proporcionam à milhões de pessoas desamparadas, mas a sede de poder, deixa uma marca e um rastro de insensibilidade inominável. Víveres e algum conforto só pode ser encontrado em uma área restrita de Caracas onde os militares graduados residem. Fora desse pequeno bairro, há é desolação.
No Lago de Maracaibo, uma região que era turística, encantava os venezuelanos, foi transformado em um poço de poluição. Sem a manutenção necessárias devido ao colapso econômico. As tubulações que transportam petróleo e derivados vazam direto no lago. O resultado é uma catástrofe. É uma boa oportunidade para que ONGs que defendem animais, como a Greenpeace, tão interessada na Amazônia brasileira, apareça para mostrar a sua “ indignação”. A região de Maracaibo é uma das mais promissoras em termos de produção de petróleo na Venezuela. Os dutos do entrono e que cortam o lago, chegaram a transportar parte dos 160 mil barris produzidos ali.
Os moradores da região dizem que o cheiro lembra o de uma refinaria. O óleo impregna tudo o que toca. O fundo e o subsolo do Lago Maracaibo está cheio de petróleo, sofre com os constantes vazamentos. Há petróleo por toda margem do lago, que é gigantesco, com uma extensão de água de 13,2 mil km², e se liga ao mar do Caribe por um estreito. Animais morrem diariamente e o cheiro de peixes,pássaros e crustáceos, chega a ser insuportável. A contaminação é visível por todos os lados. Manchas de petróleo abrem caminho na água verde e as margens ficam com poças pretas. Os moradores locais chegam a dizer que mais da metade das espécies que vivem do lago, está contaminada. Homens e crianças sofrem também com o cheiro de gás constante.
Há mais de cem anos o petróleo é extraído do fundo do lago, que fez de Maracaibo a segunda cidade do país. Agora, a Venezuela, que abriga as maiores reservas mundiais de petróleo atravessa a pior crise econômica de sua história recente. O país vive uma dicotomia. É rico e pobre ao mesmo tempo. A queda nos preços do petróleo, combinada com as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos para que haja uma possibilidade do governo Maduro cair e o país, aos poucos, voltar a normalidade, ainda não fez o efeito necessário. O governo Maduro é um cadáver insepulcro. A falta de manutenção da infraestrutura do setor de petróleo derrubou a produção de 3,2 milhões de barris por dia (bpd), há dez anos, para menos de um milhão de bpd atualmente. E a tendência é piorar. A estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) não tem os meios para manter milhares de quilômetros de cabos e tubulações submarinas. Pelo menos três das oito plataformas instaladas no lago vazam petróleo há pelo menos um ano, segundo informações do Instituto Venezuelano de Pesquisas Científicas.
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