FAPESP VAI LANÇAR NA TERÇA-FEIRA UM NOVO PROGRAMA DE PESQUISA COM FOCO NO ATLÂNTICO SUL E NA ANTÁRTIDA
A FAPESP lançará no dia 2 de abril, durante a abertura de um seminário na sede da instituição, o Programa para o Atlântico Sul e a Antártida (PROASA), que reunirá pesquisadores do Brasil e do exterior. O objetivo do novo programa é estabelecer uma nova estratégia de financiamento à pesquisa sobre a porção sul do oceano Atlântico e sobre o continente mais frio do planeta. A expectativa é que isso contribua para o fortalecimento e o aumento do financiamento de projetos de pesquisa científica e tecnológica sobre os dois ambientes, realizados por pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo em colaboração com cientistas de outras regiões do Brasil e de outros países. Alexandre Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP) e coordenador do PROASA, disse que “O programa permitirá suprir lacunas no conhecimento sobre o Atlântico Sul por meio da consolidação e diversificação de grupos de pesquisa na região e da integração nos projetos de diferentes áreas do conhecimento, como as ciências sociais, naturais e as artes, visando a aproximação do oceano com a sociedade.”
De acordo com o pesquisador, outras metas do PROASA são criar uma infraestrutura de pesquisa compartilhada entre pesquisadores de São Paulo e de outros Estados, formar novos cientistas em áreas correlatas e atuar no campo da diplomacia científica.“Já em relação à Antártida, a expectativa é que a iniciativa possibilite aumentar a realização de pesquisas na região por pesquisadores do Estado de São Paulo, de modo a gerar mais conhecimento tanto em relação ao oceano austral como à parte continental”, afirma Turra. De acordo com o pesquisador, outras metas do PROASA são criar uma infraestrutura de pesquisa compartilhada entre pesquisadores de São Paulo e de outros Estados, formar novos cientistas em áreas correlatas e atuar no campo da diplomacia científica. “Um dos objetivos do programa é apoiar a criação do Ipos [International Panel on Ocean Sustainability] para fomentar fortemente a ciência para a sustentabilidade dos oceanos”, diz Turra.
A FAPESP integra a coalizão formada por 16 instituições de pesquisa de todo o mundo e liderada pelo Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, França) para criar esse painel científico internacional para subsidiar decisões políticas em defesa do oceano. A expectativa da coalizão, formada em abril de 2023 em reunião ocorrida em Bruxelas (Bélgica), é de que o Ipos seja oficializado na próxima Conferência das Nações Unidas sobre os oceanos, que será realizada em Nice (França), em 2025. Durante a 28ª Conferência das Partes das Nações Unidas (COP28), que aconteceu no início de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, representantes da FAPESP e de outras instituições internacionais relacionadas à pesquisa e ao fomento à pesquisa oceânica se reuniram para reforçar a criação do Ipos. Turra diz ainda que “O evento de lançamento do PROASA terá a participação de representantes de instituições do Brasil e do mundo que estão na base da criação do Ipos com o intuito de evidenciar a importância da agenda dos oceanos e como o novo programa da FAPESP se insere nesse contexto.”
o PROASA deriva dessa conjuntura de iniciativas internacionais anunciadas nos últimos anos e voltadas a promover uma agenda transdisciplinar de ciência e ação para a sustentabilidade dos oceanos, impulsionadas pela Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (Década do Oceano), proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para os anos de 2021 a 2030. Esse período corresponde à última fase da Agenda 2030 – um plano de ação estabelecido pela ONU em 2015 para erradicar a pobreza e proteger o planeta, que contém 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Um deles, o ODS 14, sobre vida na água, estabelece a necessidade de gerenciar de forma sustentável e proteger os ecossistemas marinhos e costeiros; acabar com a perda de biodiversidade biológica e a degradação dos hábitats naturais; e enfrentar os efeitos da acidificação dos oceanos e regulamentar a exploração da pesca. Algumas das metas da Década do Oceano são tornar os oceanos limpos, saudáveis, resilientes e seguros, além de produtivos, de forma que possam ser explorados de modo sustentável: oceano limpo, saudável e resiliente; oceano produtivo e utilizado de forma sustentável; oceano previsível, seguro e acessível; e oceano envolvente e inspirador – educação, comunicação, diferentes sistemas de conhecimento, ciências sociais e governança.
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