FECHAMENTO DAS FÁBRICAS DE FERTILIZANTES DA PETROBRÁS CAUSA REVOLTA E INDIGNAÇÃO DE VÁRIOS SETORES DO PAÍS
Como justificar o fechamento duas fábricas e abandonar o projeto de produção de fertilizantes num país que tem mais de 80 % de sua economia apoiada no agronegócio ? E como comunicar, do alto de uma poltrona confortável , direto do Rio de Janeiro, ganhando salário de mais de R$ 100 mil por mês, que mais de 700 serão demitidos porque estrategicamente decidiu-se “ hibernar” duas fábricas ? Certamente esta não foi uma decisão monocrática do Diretor de Refino Jorge Celestino (foto). Provavelmente teve a participação do diretor de estratégias, Nelson Silva, inspirador das vendas dos melhores ativos da companhia, do Diretor Financeiro Ivan Monteiro e, principalmente, do Presidente da companhia, Pedro Parente. Celestino foi apenas o anunciador da má notícia. O Brasil importa fertilizantes e o agronegócio nacional é dependente deles. Será preciso uma justificativa bem justificada para se entender os objetivos de uma decisão desta ordem da presidência da Petrobrás. As reações em todo Brasil, principalmente nos setores do agronegócio foram de revolta e indignação. Os próprios engenheiros da Petrobrás, através de sua associação de classes, se posicionaram de forma muito dura. A decisão da Petrobrás foi tão surpreendente quanto injustificável num país agrícola como o Brasil. E para ela cabe uma pergunta bem objetiva: Quem vai lucrar com a decisão da Petrobrás deixar de produzir fertilizantes no país ?
A AEPET, entidade que representa os engenheiros da companhia, reagiu com indignação e surpresa a decisão da companhia paralisar as atividades da Fafen-BA e
Fafen-SE. As duas unidades, segundo a empresa, estão alinhadas com as diretrizes do Plano de Negócios e Gestão 1918/2022.; A “saída integral da produção de fertilizantes…a decisão de encerrar as atividades produtivas das unidades se deve às perspectivas de perdas da companhia com estas operações”. A AEPET diz que “As grandes empresas internacionais de petróleo são integradas e possuem seu segmento na área de fertilizantes, como alternativa para o gás produzido. São de rentabilidade reduzida quanto à valorização do gás vendido, assim como as térmicas, as estratégias por ser uma alternativa para produtos de baixo consumo. Os fertilizantes não produzidos serão importados, agravando as contas do país, que já é obrigado a trazer do exterior mais de 75% do necessário para o abastecimento do mercado interno e para a exportação. Apesar de ser uma potência agrícola, o Brasil é extremamente dependente de insumos externos.”
A decisão da Petrobrás afetará a operação de pelo menos 15 outras empresas, afetando diretamente a vida de 675 trabalhadores só na Bahia. A decisão foi tomada apesar dos aumentos sucessivos na produção agrícola brasileira, de um modo geral, e na baiana, em particular – o que impulsionou o consumo de fertilizantes. Como exemplo do cenário, no ano passado, as importações do insumo agrícola através do Porto de Aratu apresentaram crescimento recorde de 28%, atingindo a marca 1,267 milhão de toneladas movimentadas. A Fafen utiliza gás natural para produzir amônia, ureia, ácido nítrico, hidrogênio, gás carbônico e Agente Redutor Líquido Automotivo. O diretor de Refino e Gás Natural da Petrobrás, Jorge Celestino, disse que “A hibernação da Fábrica de Fertilizantes da Bahia é parte do nosso esforço para focar os investimentos da Petrobrás em ativos que tenham menor risco e tragam mais retorno para a companhia. Nosso planejamento estratégico concentra investimentos na produção de óleo e gás no Brasil, incluindo os investimentos para aumento da produção nos campos do Nordeste”.
Por essa justificativa, não deveriam ser vendidas a BR Distribuidora, a Liquigás, a TAG, a NTS. O termo “hibernação” é utilizado pela Petrobrás porque ela pretende adotar medidas de conservação para evitar a deterioração dos equipamentos. Para tentar manter a Fafen-BA, a empresa diz que otimizou custos, aumento de produtividade e melhoria de desempenho operacional. A Fafen-BA tem 275 empregados próprios, de acordo com a Petrobrás. O Sindicato dos Petroleiros da Bahia e a prefeitura de Camaçari estimam outros 400 terceirizados trabalhando na unidade diretamente. A Petrobrás se comprometeu em fazer um esforço para realocar os 275 empregados próprios em outras unidades, mas o futuro dos terceirizados é incerto. O presidente do Sindipetro, Deyvid Bacelar, disse que: “ Esses postos de trabalho não existirão mais. Os terceirizados serão sumariamente demitidos, já os concursados nós temos algumas dúvidas”.
Pelo menos 15 empresas são listadas pelo Sindipetro como diretamente prejudicadas pela hibernação da unidade. A produção de amônia é necessária para Oxiteno, Acrinor, Proquigel, IPC do Nordeste e PVC. A ureia é utilizada na Heringer, Fertpar, Yara, Masaic, Cibrafertil, Usiquímica e Adubos Araguaia; e o gás carbônico, na Carbonor, IPC e White Martins. A Petrobrás afirmou que o abastecimento do mercado de ureia fertilizante será feito por importação. Numa mobilização que passou tanto pelos governos da Bahia e de Sergipe, quanto pela prefeitura de Camaçari, o poder público se movimentou para tentar reverter a decisão. Outra reunião foi realizada entre o sindicato dos petroleiros (Sindipetro) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).
A PETROBRAS DE PEDRO PULLEN PARENTE E SÉQUITO DEVERIA: COMISSIONAR, PROSPECTAR, PESQUISAR, CRESCER E GERAR EMPREGO E RENDA, JAMAIS HIBERNAR, SEJA LÁ O QUE FOSSE. Este artigo confirma a tese em que a Petrobras de P.Parente e séquito esta se tornando especialista em hibernação. Desta vez hibernam as fábricas de Fertilizantes. Não faz muito tempo, lá pelos anos de 2015, a Ouvidoria Geral da Petrobras hibernou as denuncias que formulei acerca de ilícitos no Petrolão, protocolada sob numero 13178-2015. O Ouvidor Geral da Petrobras, Sr Spnelli sabe muito bem das relevantes denúncias que efetuei, quando resolveu me processar, ocasião que… Read more »
De grão em grão continuam a privatização da Petrobras. A quebra do elo do poço ao poço continua célere e fazendo seus estragos cada vez mais acentuados. Seremos agora também importadores da totalidade de fertilizantes apesar de termos jazidas sais de potássio abundantes no Amazonas, área de Fazendinha, onde eu mesmo trabalhei na década de 70 em poços, amostrando toda a coluna de evaporitos. Isso sem ao menos falar dos sais de Sergipe e muito menos dos imensos pacotes com espessuras superiores a 2.500m (dois mil e quinhentos metros por extenso para não haver dúvidas) dos depósitos salinos existentes no… Read more »