FEDERAÇÃO DOS PETROLEIROS REAGE A VENDA DE MAIS UMA REFINARIA E AVALIA ENTRAR NA JUSTIÇA CONTRA A COMPANHIA

Deyvid-BacelarA Federação Única dos Petroleiros (FUP) reagiu de imediato ao anúncio da Petrobrás sobre a venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas, para a Atem’s Distribuidora de Petróleo S.A. (Atem). Conforme o Petronotícias informou, o valor  da venda é de US$ 189,5 milhões, sendo US$ 28,4 milhões pagos hoje (25) a título de caução e  US$ 161,1 milhões a serem pagos no fechamento da operação – sujeito a ajustes previstos no contrato. A operação, que precisa cumprir condições precedentes, precisará do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). A FUP e seus sindicatos filiados já avaliam com seu Departamento Jurídico medidas para impedir mais este desinvestimento anunciado pela gestão da Petrobrás.

A FUP diz que “Além de um processo que tenta se justificar como uma ‘imposição’ inexistente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), já que a venda de refinarias foi proposta pela gestão da Petrobrás antes mesmo do julgamento do mérito, novamente vemos um ativo de suma importância para a petroleira, para o país e em particular para a região Norte entregue a preço de banana, assim como ocorreu com a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia.”

A FUP diz que ela e seus e sindicatos filiados “não vão se cansar de repetir o que estudos técnicos já mostraram: a venda das refinarias da Petrobrás não vai aumentar a concorrência e abaixar os preços já elevadíssimos dos derivados de petróleo. Pelo contrário: a criação de monopólios privados a partir dessa privatização aos pedaços é certa, com o estabelecimento de preços regionais ao bel-prazer dos novos proprietários, sem qualquer chance de queda, por absoluta ausência de concorrentes”.

Marcus Ribeiro, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), filiado à FUP, também se manifestou sobre o caso: “A gestão da Petrobrás, a mando da política entreguista de Bolsonaro e Paulo Guedes, entrega de bandeja um ativo de suma importância para o abastecimento da região Norte e também para seu desenvolvimento econômico e social. A população de Manaus, do Amazonas e de cidades e estados abastecidos pela Reman vão estar nas mãos de um agente privado, que irá impor preços e sequer terá obrigação de oferecer produtos”.

Já o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar (foto), avalia que a decisão da gestão da empresa de vender a RLAM, a Reman e outras refinarias não se trata só de causar prejuízo à empresa, mas também a todo o país. “É uma forma de impor na marra a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), criando à força uma política de Estado que favoreça o mercado e prejudique a população, o que é ainda mais absurdo”, afirmou.

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