FEDERAÇÃO DOS PETROLEIROS VIVE EXPECTATIVA DA PETROBRÁS VOLTAR A INVESTIR EM OBRAS NO BRASIL NO NOVO GOVERNO LULA
O Projeto Perspectivas 2023 de hoje (7) abre espaço para ouvir a Federação Única dos Petroleiros (FUP) para sentir a temperatura das expectativas que os petroleiros estão para este novo governo do Presidente Lula. Nós conversamos com o coordenador da federação, Deyvid Bacelar, que mostrou estar muito otimista, porque antes de ser eleito, a FUP e os representantes do novo governo traçaram metas, caso a vitória de Lula se confirmasse. Por isso, Bacelar acredita que haverá uma forte retomada nos investimentos da Petrobrás, principalmente para a conclusão das obras do Comperj, a manutenção e expansão das refinarias e até mesmo a possibilidade da construção de uma nova refinaria. Ele acredita no fim das privatizações na empresa e na maior valorização profissional. Vamos, então, saber quais são as suas principais opiniões:
– Como a Federação navegou durante esse ano de 2022?
– O ano de 2022 foi de muitos desafios, que se desdobraram em três principais eixos. O primeiro, de defesa dos direitos dos petroleiros, tanto daqueles que atuam no sistema Petrobrás, como dos que atuam em empresas do setor privado de petróleo no Brasil, com as várias negociações coletivas que tivemos para garantir acordos com direitos aos trabalhadores. Eixo que trouxe uma dificuldade enorme para garantir esses direitos, devido à truculência do governo Bolsonaro e dos gestores que seguem a cartilha presidente, bem como do ministro Paulo Guedes.
Também tivemos outro grande desafio, que foi o de defesa do sistema Petrobrás, com a luta incessante contra as privatizações de refinarias, campos de petróleo e gás, parques eólicos e demais ativos. Infelizmente, tivemos privatizações que avançaram em 2022, mas conseguimos frear o plano de privatização da Petrobrás, a exemplo do parque de refino: o governo Bolsonaro queria vender 8 refinarias e conseguimos barrar a venda de cinco dessas oito.
Por fim, terceiro e, sem dúvida o maior desafio do país , foi a luta em defesa da democracia. O povo brasileiro foi às urnas de forma democrática, e elegeu Lula presidente da República, para termos, a partir de 2023, um governo popular, democrático, desenvolvimentista, com participação da classe trabalhadora, dos movimentos sociais, da sociedade como um todo, com suas várias representações.
– Como o senhor acredita que será um terceiro governo do Presidente Lula?
– Com o presidente Lula, teremos um governo que se preocupa com a classe trabalhadora e, principalmente, com a população mais pobre do país. Para isso, será importante uma política de valorização do salário mínimo, um projeto econômico que garanta a distribuição de renda, tributação de grandes fortunas e que utilize o Estado, principalmente a partir das empresas públicas estatais, para o desenvolvimento econômico, social e regional do país.
Dentre essas empresas, temos a Petrobrás, com grande capacidade de geração de riquezas e que poderá contribuir muito para o desenvolvimento brasileiro, garantindo combustível a preço justo, geração de emprego e renda, projetos sociais, educacionais, culturais, ambientais, fazendo com que a empresa atue em favor da população e não de acionistas minoritários estrangeiros, como fez durante os governos Temer e principalmente Bolsonaro.
O ano de 2023 promete ser um ano de conquistas para a sociedade como um todo, inclusive para a categoria petroleira, pois, quando se tem uma política federal de valorização do salário mínimo, de valorização de negociações coletivas e de respeito ao diálogo, teremos possibilidade de avançar em negociações que virão no ano que vem.
– O senhor prevê uma retomada mais forte nos investimentos na Petrobrás neste novo governo?
– Numa primeira reunião itinerante com a então equipe de campanha de Lula, realizada na sede da FUP, apresentamos propostas para o setor de petróleo e gás. Entre elas, a de aumentar a capacidade de refino no país, com vistas à autossuficiência no refino e exportações de derivados , via o término das obras das refinarias paradas, como Comperj, no Rio, o segundo trem da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, ampliando refinarias já existentes e, quem sabe, construindo nova refinaria.
Além da ampliação do parque de refino, apresentamos a proposta de a Petrobrás voltar a investir na área petroquímica, a exemplo de fertilizantes nitrogenados, com a reabertura da Fafen Paraná, com o término da obra da Fafen em Mato Grosso do Sul, e também com renegociação sobre o arrendamento das fábricas de fertilizantes nitrogenados em Sergipe e Alagoas. Apontamos também para a necessidade de a Petrobrás voltar a fazer investimentos na transição energética, em energias renováveis, como eólica, solar, biocombustíveis.
A expectativa é que a Petrobrás volte fazer investimentos que geram riquezas que ficavam no país, como a construção de plataformas marítimas em estaleiros da indústria naval brasileira, com engenharia nacional. Há a expectativa também de adoção de uma política de preços justos para os combustíveis, lembrando que o botijão de gás de cozinha já ultrapassa 120 reais, e de interrupção das privatizações.
Com essas sugestões, que estão registradas no plano de governo do presidente Lula, acreditamos que voltaremos a ter a Petrobrás como empresa de energia, integrada, voltada para o povo brasileiro, ao invés de servir aos interesses dos acionistas minoritários e estrangeiros, grandes privilegiados pelo atual governo.
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