FEDERAÇÕES DAS INDÚSTRIAS DA REGIÃO SUL BUSCAM SOLUÇÕES PARA AUMENTAR ABASTECIMENTO DE GÁS NATURAL
Um estudo encomendado pelas Federações das Indústrias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – FIERGS, FIESC e FIEP – fez um levantamento do potencial de demanda industrial de gás natural na região Sul do país e chegou a soluções viáveis para alcançar seu objetivo, subsidiar um pedido de aumento do abastecimento. Desenvolvido em conjunto pela Chemtech, Gas Energy e Vortex, o estudo inicialmente traçou dez soluções para suprir um incremento de até 15 milhões de m³/dia na oferta de gás natural para a região até 2020.
O abastecimento de gás natural na Região Sul é atualmente restrito ao Gasoduto Bolívia-Brasil (GASBOL), único fornecedor atual de gás natural. No trabalho constam possíveis alternativas de abastecimento, opções de transporte do recurso para demandas futuras, a definição dos investimentos necessários e o tempo de desenvolvimento das soluções.
“Além de contribuir para o desenvolvimento da região Sul do Brasil, o projeto representou uma ótima oportunidade para a Chemtech, pois ela manteve contato com importantes stakeholders de federações das indústrias, do Ministério de Minas e Energia e de distribuidoras de gás dos três estados dessa região, além de parceiros técnicos na área de gás natural”, afirmou o gerente de projetos da Chemtech, Leandro Russo (foto).
A primeira opção traçada consiste em cerca de 30% do novo volume poder ser obtido através de uma recompressão do Gasbol a partir do trecho Sul em Campinas (SP). Para isso, seria necessária a construção de seis estações de compressão no trecho para redirecionar uma parcela do gás boliviano importado que atende a região Sudeste. Para compensar as perdas da região Sudeste, um volume adicional de GNL importado por meio do terminal de regaseificação do Rio de Janeiro seria incentivado.
Outra alternativa é disponibilizar o novo volume com a liquefação do gás natural produzido no pré-sal em uma futura embarcação do tipo FLNG (floating liquefied natural gas), em estudo na Petrobrás, que abasteceria o terminal do Rio Grande, contribuiria com um volume da ordem de 8 milhões de m³/dia, correspondente à capacidade de regaseificação da planta não utilizada pela usina térmica do projeto. Esta sobra de gás seria injetada na ponta do Gasbol em Porto Alegre (RS).
Por fim, uma ação prevê o suprimento a partir de uma planta de gaseificação de carvão com capacidade para produzir cerca de 2 milhões de m³/dia de gás. A tecnologia de conversão do carvão já está em estudo na região em um projeto da Copelmi, no Rio Grande do Sul.
Especialistas apontam que nos próximos anos deve crescer a demanda de gás natural na região Sul, devido ao grande volume do recurso para os campos de exploração do pré-sal. A sua condição de menos poluente que outros combustíveis fósseis aumenta a atratividade do produto para as empresas que buscam uma melhor adequação ambiental.
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