FIBERTEX APOSTA NO RIO DE JANEIRO PARA CRESCER NO SEGMENTO OFFSHORE
Apesar da lei de conteúdo local, muitas empresas brasileiras ainda encontram dificuldades para estabelecer uma posição de destaque no mercado naval e offshore. No mercado de fornecedores de equipamentos, um dos principais fatores para se conseguir um bom contrato, além do preço, é a certificação de cada empresa. A Fibertex atua na produção de tecidos especiais para isolamento, compósitos e fibra de vidro. Há 19 anos na ativa, a empresa tem no setor naval e offshore uma das suas principais apostas para o futuro. Para conversar mais sobre a atuação da Fibertex, o repórter André Dutra conversou com o diretor comercial da empresa, Gilberto Campovilla.
Qual a participação do mercado de óleo e gás no faturamento da Fibertex?
Os mercados offshore e naval representam algo em torno de 15% do nosso faturamento. Mas se compararmos com o percentual que representam os tecidos isolantes, que são os materiais vendidos para esse mercado, chegamos a conclusão de que quase metade dos nossos materiais isolantes térmicos e elétricos são destinados aos setores naval e offshore.
Em quais mercados a Fibertex atua, além do naval e offshore?
Nossos produtos têm aplicações muito versáteis, então na verdade nós dependemos mais do cliente, não fazemos um direcionamento para mercados específicos. Por exemplo, o mesmo produto que é usado na indústria naval pode ser utilizado na construção civil ou até mesmo na fabricação de pranchas de surfe, que, aliás, é um mercado em que temos 60% de participação na fibra de vidro da qual é construída a prancha.
Vocês possuem alguma certificação nos seus produtos?
Com certeza. Nós temos todos os tecidos da parte térmica homologada pela Diretoria de Portos e Costas (DPC) com teste de fogo e de combustível. Nós somos a única empresa do nosso setor que possui essa qualificação, além é claro da ISO9001.
Onde a empresa está localizada? A Fibertex tem algum mercado-alvo?
Nós possuímos uma fábrica em Louveiras-SP, mas temos representantes em todo o Brasil, sejam eles da própria empresa ou então revendedores. Mais recentemente temos investido muito na nossa presença no Rio de Janeiro, porque achamos que os setores naval e offshore irão representar uma fatia cada vez maior no nosso faturamento, então até mesmo com nossa presença na Navalshore nós mostramos cada vez mais interesse no estado.
Vocês possuem muita concorrência?
Nacionalmente eu posso dizer que nós trabalhamos em conjunto com nossos concorrentes, porque muitas vezes além de concorrente a empresa também é minha cliente em termos de matéria-prima. Porém, internacionalmente os produtos chineses têm sido uma concorrência muito dura, principalmente por causa do seu preço, que muitas vezes chega a ser 30% ou 40% inferior ao nacional, por causa do maior volume e menor custo de produção na China.
O conteúdo local ajuda a superar este tipo de concorrência? E a conseguir contratos?
O conteúdo local ajudou sim nos últimos tempos, mas para falar a verdade não foi uma diferença notável. A empresa vem crescendo de forma saudável nestes 19 anos, mas recentemente sentimos certa estagnação, e por isso estamos buscando aumentar nossa presença em determinados locais, como no Rio de Janeiro.
Deixe seu comentário