FIESP ACREDITA QUE RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA SERÁ MAIS DIFÍCIL APÓS DECISÃO SOBRE CONTEÚDO LOCAL
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A crise econômica que assola o Brasil tem afetado não apenas os balanços do PIB do País, mas também a vida da população. O setor de óleo e gás, devido à sua importância nas finanças brasileiras, é apontado pelo mercado em geral como um dos pilares da tão sonhada retomada econômica. Mas na opinião de José Ricardo Roriz, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o governo enterrou as chances da melhora de nossa economia com a recente decisão de quebrar a política de conteúdo local para os próximos leilões de campos de petróleo. Ao atender apenas aos interesses das petroleiras, o Palácio do Planalto decretou, na opinião do executivo, a manutenção da crise e do alto desemprego.”Tínhamos a chance de usar esse mercado como uma alternativa para fazer nossa economia crescer de novo. Mas agora, com os novos índices, isso não será possível. Não será por aí que o governo vai conseguir trazer alguma reação para a economia“, lamentou.
Como a entidade recebe a decisão do governo em relação ao conteúdo local?
Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo essa decisão do governo foi, naturalmente, muito negativa. Nós não concordamos e achamos que foi uma decisão errada, porque só favorece algumas empresas. Mas para o Brasil, como um todo, é ruim. Os produtos de maior valor agregado serão feitos lá fora. Para o Brasil, restará apenas a pequena parte de serviços. Para nós da Fiesp, que participamos das discussões sobre o tema junto ao governo, é um motivo de preocupação. Vemos que não existiu sensibilidade para o momento do Brasil, em um momento que o País tem 12 milhões de desempregados.
Qual será o impacto disso na indústria brasileira?
A decisão do governo de reduzir os índices de conteúdo local irá prejudicar centenas de empresas, tirando o emprego do Brasil e levando para o exterior. O principal impacto será a finalização do setor de óleo e gás. Tínhamos a chance de usar esse mercado como um alternativa para fazer nossa economia crescer de novo. Mas agora, com os novos índices, isso não será possível. Não será por aí que o governo vai conseguir trazer alguma reação para a economia.
Como pretendem reagir a isso?
Nós vamos tentar fazer o governo reconhecer que esse não é o melhor caminho. Ainda há uma chance, porque esses novos percentuais precisam ainda passar pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Queremos sensibilizar o governo, para que ele veja o conteúdo local não apenas como uma política para poucas empresas, e sim como uma política de Estado. Com ela em vigor, temos a chance de desenvolver nossas empresas, e aumentar a competitividade do setor de óleo e gás brasileiro.
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