FIRJAN CONSIDERA QUE O ACORDO ENTRE MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA VAI FORTALECER O COMÉRCIO BRASILEIRO
O final de semana chega ao fim com um anúncio que, certamente, dominará a pauta de executivos ao longo dos próximos dias: o anúncio do acordo entre Mercosul e União Europeia. Com a finalização das negociações entre os dois blocos econômicos, o acordo agora passará por uma revisão legal e traduções para os idiomas dos países envolvidos antes de ter o seu teor revelado. Depois dessa etapa, precisará da ratificação por parte de cada um dos integrantes do Mercosul e de 55% dos países que compõe a UE antes de entrar em vigor. Mesmo assim, os agentes econômicos brasileiros já começaram a repercutir o anúncio. Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o acordo entre Mercosul e União Europeia é um “importante passo para garantir ampliação do papel estratégico brasileiro e o fortalecimento da pauta comercial do país”.
“A ampliação das oportunidades comerciais e a melhoria no ambiente de negócios facilitarão a atração de investimentos do exterior para o mercado brasileiro. Estima-se que o Acordo aumentaria os investimentos estrangeiros no Brasil em 1,5%, segundo dados do IPEA”, disse a Firjan. “Aumentos também podem ser esperados tanto na balança comercial brasileira como no PIB. O IPEA também apresentou dados de que, até 2040, o PIB do país poderá crescer aproximadamente US$ 9,3 bilhões, mais do que a previsão de aumento nos países vizinhos. Por sua vez, os ganhos na balança comercial, consequência do livre comércio entre o Mercosul e a UE, seriam de cerca de US$ 300 milhões”, pontuou a entidade.
A Firjan avalia também que, considerando as exportações de Bens Industriais, é esperado que cerca de 97% das vendas para o bloco europeu tenham tarifa zero. Segundo as estimativas, as mercadorias brasileiras terão acesso preferencial à 37% do mercado mundial. Ao todo, cerca de 95% das linhas tarifárias das exportações do Mercosul para UE estarão livres de taxações. Em paralelo, 91% das linhas tarifárias do Mercosul serão liberalizadas para as importações com origem no bloco europeu. Reforça-se, neste aspecto, a importância da implementação de requisitos modernos e claros para as regras de origem estabelecidas no acordo.
“Diante deste cenário, é esperado que ainda surjam desafios a serem superados para sua efetivação. Contudo, a conclusão do Acordo entre os blocos significará um incremento no ambiente de negócio entre os parceiros, permitindo o fortalecimento das condições de competitividade da indústria fluminense e um crescimento econômico diversificado e sustentável”, finalizou a Firjan.
O anúncio do acordo aconteceu mais cedo, durante a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Montevideo, no Uruguai. A Cúpula marcou o encerramento das negociações do Acordo de Parceria entre o Mercosul e a União Europeia, após quase 30 anos de esforços. Os dois blocos representam um total de aproximadamente 718 milhões de pessoas e economias que, juntas, somam cerca de US$ 22 trilhões.
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