FIRJAN ESTIMA QUE BRASIL PRECISARÁ PRODUZIR 1,1 BILHÃO DE LITROS DE COMBUSTÍVEL SUSTENTÁVEL DE AVIAÇÃO ATÉ 2037
O Brasil terá de produzir 1,1 bilhão de litros de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) até 2037 para atender às metas de descarbonização previstas no marco legal do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/24). A estimativa está na nota técnica “Panorama dos Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF)”, elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e lançada hoje durante a Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho (SP).
O estudo da Firjan utiliza como referência as projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre o consumo de combustíveis sustentáveis na aviação doméstica. Pelo cronograma do Combustível do Futuro, em 2027 e 2028, a redução mínima de emissões será de 1% em cada ano. Para isso, serão necessários 83 milhões de litros em 2027 e 153 milhões de litros em 2028 para atender os voos domésticos. A partir daí, o percentual de redução subirá 1 ponto percentual por ano, até alcançar 10% em 2037. (Veja o detalhamento dos números ao final desta reportagem)
O planejamento prevê a introdução gradual do SAF, que será misturado aos combustíveis tradicionais de aviação, estimulando investimentos em novas tecnologias e no aumento da capacidade de produção no país.
De acordo com a Firjan, considerando a projeção de consumo de querosene de aviação em 2027 e o histórico de vendas internas, a proporção de SAF misturado aos combustíveis de voos domésticos ficará em torno de 1,7%, variando conforme a intensidade de carbono da rota de produção adotada. Para efeito de comparação, o biodiesel iniciou em 2008 com obrigatoriedade de 2% de mistura, chegando a 15% em 2024.
A demanda por SAF também deverá crescer em função de compromissos internacionais do setor de aviação civil, que exigem a adição do biocombustível ao querosene de aviação derivado do petróleo. Atualmente, o país conta com apenas seis projetos voltados à produção de SAF.
“O Brasil, com sua experiência na produção de biocombustíveis e a alta disponibilidade de matérias-primas renováveis, possui um grande potencial para assumir a liderança desse mercado de SAF e contribuir também nessa frente para uma economia global de baixo carbono. O Rio de Janeiro, como um dos principais hubs logísticos e aeroportuários do país, tem papel estratégico na consolidação do SAF no país”, afirmou o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
A gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da federação, Karine Fragoso, também destacou a urgência em estruturar a produção e o fornecimento de SAF no Brasil até 2027. “Apesar de ainda não haver capacidade produtiva instalada no país para produção de SAF, o Brasil é líder em biocombustíveis e tem abundância em matéria-prima renovável que pode ser utilizada em plantas de produção no futuro. Precisamos avançar de forma coordenada para superarmos potenciais gargalos, preparando o país para produzir combustível de baixa emissão de forma sustentável e atendendo à legislação em vigor”, disse.

publicada em 13 de agosto de 2025 às 14:00 





