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FIRJAN PREPARA NOVAS AÇÕES PARA ESTIMULAR ENERGIAS LIMPAS NO RIO E FORTALECER A CADEIA FORNECEDORA LOCAL

Karine-Fragoso-dez22©vinícius-magalhães_2537A Firjan vem fortalecendo sua atuação em áreas estratégicas para o desenvolvimento industrial do Rio de Janeiro, com destaque para o avanço em novas energias, o reaquecimento do setor naval e iniciativas para apoiar a cadeia de fornecedores. Entre as prioridades da entidade estão o aprofundamento de estudos sobre hidrogênio, eólica offshore, combustíveis sustentáveis e petroquímica, com o objetivo de consolidar o Rio como protagonista na transição energética. “Por isso, nosso grande desafio é justamente esse — garantir um ambiente regulatório que permita ao Rio se fortalecer também como provedor de outras fontes de energia além do óleo e gás”, afirma a Gerente Geral Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso. No segmento naval, a expectativa de novos contratos no âmbito do programa TP25, que prevê a contratação de 25 navios para a Transpetro, abre espaço para movimentar estaleiros e fornecedores locais, o que reforça a importância de mapear demandas e apoiar empresas fluminenses interessadas em ampliar sua participação nesse mercado. Diante desse cenário, a Firjan está preparando o lançamento de uma cartilha orientadora para fornecedores e um novo caderno de tecnologias voltado à transição energética. Também estão programadas novas rodadas do programa Rede de Oportunidades durante a Navalshore, em agosto, e a OTC Brasil, em outubro.

Como está estruturado o trabalho da Gerência de Óleo, Gás, Naval e Energias da Firjan, especialmente no setor de óleo e gás?

Plataforma-P68-740x520-1No setor de óleo e gás, já desenvolvemos um trabalho mais consolidado. O mercado nos reconhece e já conquistamos uma legitimidade importante, com produtos estruturados, como o Anuário do Petróleo, cuja última edição marcou os 10 anos da publicação. Atualmente, dentro da gerência, contamos com mais de 20 painéis dinâmicos — não apenas voltados para o petróleo, mas também para o gás natural e outros segmentos. Nosso foco vai além da produção em si: analisamos toda a cadeia produtiva que dá suporte às atividades de exploração e produção, especialmente a partir do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, acompanhamos o cenário nacional e internacional para contextualizar a posição do estado e identificar caminhos para avançarmos.

No caso do gás natural, também já temos um trabalho bem estruturado. Um exemplo é o documento Perspectivas do Gás, que, desde o ano passado, passou a ser lançado no início do ano, abrindo nossa agenda de trabalho. O ambiente do gás vem passando por muitas transformações, especialmente com o avanço das discussões regulatórias — ainda que não no ritmo ideal, mas dentro do que tem sido possível.

Quais são os principais desafios regulatórios enfrentados hoje pelo setor de energia, especialmente no contexto da atual situação da ANP?

anpVivemos um momento de avanço na agenda regulatória, mas também de muitos desafios. A ANP, por exemplo, enfrenta uma situação bastante delicada. A agência passou a abrigar novas responsabilidades nos últimos anos, mas sem receber, na mesma proporção, os recursos físicos e financeiros necessários para cumprir plenamente seu papel. Isso compromete a capacidade de resposta às demandas do mercado — que, por sua vez, precisa de agilidade para acompanhar as transformações no Brasil e no mundo.

O mundo continuará crescendo juntamente com a demanda por água, alimentos e, sobretudo, energia. Vivemos em um mundo cada vez mais dependente de dados, internet, inteligência artificial e tecnologias como o ChatGPT — tudo isso exige uma infraestrutura energética robusta. O mercado cobra essa resposta, e o Rio de Janeiro, como um dos principais ofertantes de energia no país, precisa se posicionar de forma estratégica.

Quando a regulação não acompanha o ritmo das transformações do mercado, há um impacto direto: a oferta de energia não avança no ritmo necessário. Por isso, nosso grande desafio é justamente esse — garantir um ambiente regulatório que permita ao Rio se fortalecer também como provedor de outras fontes de energia além do óleo e gás.

Quais iniciativas a Firjan tem desenvolvido para acompanhar a transição energética e ampliar a atuação do Rio de Janeiro em fontes mais limpas?

eolica roporTemos intensificado nosso trabalho e nossas discussões sobre novas tecnologias justamente para responder às crescentes demandas por energias mais limpas no mundo. Isso inclui também o setor de óleo e gás, que ainda tem um papel relevante na matriz energética, mas que precisa investir no desenvolvimento de tecnologias para redução de emissões e prolongamento de sua presença de forma sustentável.

Além disso, temos dado foco às chamadas novas energias. Um exemplo é o hidrogênio – de todas as cores -, assim como a energia eólica offshore, na qual o Rio de Janeiro possui grande potencial. Também estamos atentos à evolução dos novos combustíveis e aos avanços no processo de refino, que pode incorporar tecnologias capazes de gerar produtos mais alinhados com a demanda global por uma matriz energética mais limpa.

Outro ponto importante é o SAF (combustível sustentável de aviação), que temos estudado, junto com todo o ambiente da petroquímica. O Brasil ainda apresenta um consumo petroquímico abaixo da média global, o que mostra um espaço significativo para crescimento. A indústria está absorvendo novas tecnologias e conhecimentos para que esse setor também evolua e ofereça soluções compatíveis com as exigências do mercado mundial.

Que oportunidades o Rio de Janeiro pode aproveitar na área de eletricidade dentro do contexto da transição energética?

angraO Rio de Janeiro já se posiciona como um hub de energia, não apenas por sua relevância no setor de óleo e gás, mas também pela sua produção de energia elétrica. Uma das frentes que temos analisado com atenção é o potencial do estado no segmento nuclear. Não se trata apenas de olhar para as usinas já instaladas, mas de compreender o que pode ser desenvolvido a partir do conhecimento e das competências já existentes no Rio de Janeiro. Um bom exemplo são as pequenas centrais nucleares, que representam uma oportunidade estratégica e uma nova frente de atuação importante para o estado.

Também temos estudado o setor de fertilizantes, que pode ganhar força no Rio justamente pela disponibilidade de gás natural. Ao fazer essas conexões, entendemos que a transição energética precisa sempre considerar dois princípios: eficiência e integração. E essa integração não é apenas entre países, mas entre fontes de energia, mercados, competências e tecnologias. É necessário adotar um olhar abrangente, que enxergue o todo e não apenas partes isoladas. Só assim conseguiremos criar escala, fortalecer a indústria e ampliar a produção de energia e de soluções integradas a partir do Rio de Janeiro.

Como a Firjan tem acompanhado e apoiado o setor naval, especialmente diante de novos projetos para os estaleiros nacionais?

Estaleiro-InhaúmaAlém das ações voltadas para o óleo, o gás e as novas tecnologias energéticas, também temos dedicado atenção ao setor naval. As encomendas previstas no programa TP25 da Transpetro, que prevê a contratação de 25 navios para a empresa. Atualmente existem licitações em andamento devem gerar um movimento importante não apenas para os estaleiros, mas também para toda a cadeia de fornecedores de bens e serviços que estão ancorados nessa indústria.

Nosso papel tem sido analisar de forma detalhada a demanda da indústria naval e o potencial de fornecimento da indústria fluminense. Buscamos entender quais fornecedores ainda estão ativos, quais precisam ser fortalecidos e de que forma podemos apoiá-los para ampliar sua participação nesse mercado. Isso exige, mais uma vez, o desenvolvimento de tecnologias, mas também uma adaptação às mudanças que ocorreram no setor ao longo da última década.

O cenário atual é bastante diferente do que tínhamos há 10 ou 15 anos. Por isso, é fundamental promover uma atualização tecnológica e de gestão que permita à indústria naval do Rio de Janeiro aumentar sua competitividade e se posicionar de forma estratégica nesse novo ciclo.

Quais são as próximas ações da Firjan para fortalecer a cadeia de fornecedores e contribuir com a agenda de transição energética?

IC-RdO-Hanwha-OceanNo fim de julho, realizamos a 21ª edição do programa Rede de Oportunidades para Fornecedores: Óleo, Gás, Energias e Naval (RdO Fornecedores), promovido pela Firjan SENAI SESI. Nesta edição, tivemos a participação da Hanwha Ocean, um dos maiores estaleiros da Coreia do Sul, que anunciou estar na fase final de assinatura dos contratos para utilizar uma base em Niterói, onde pretende instalar seu estaleiro brasileiro. Isso representa uma movimentação muito importante para o setor naval do estado.

Para o segundo semestre, estamos aprimorando a metodologia do RdO com novas ferramentas. Uma delas é a Cartilha do Fornecedor, que será lançada em breve. Trata-se de um guia orientador tanto para empresas que já atuam no mercado e buscam apoio para se fortalecer, quanto para aquelas que desejam ingressar nesse ecossistema.

Nos dias 19, 20 e 21 de agosto, o RdO Fornecedores será realizado dentro da programação da Navalshore, no Expo Rio, na Cidade Nova. Estarão presentes como empresas-âncora a Transpetro, a Marinha do Brasil, a Wilson Sons e o Estaleiro São Miguel. Já em outubro, durante a OTC Brasil, também no Expo Rio, teremos novas rodadas do programa nos dias 28, 29 e 30.

Além disso, estamos nos preparando para participar, de alguma forma, da COP30. Antes da conferência, temos previsto o lançamento de mais uma edição do nosso Caderno de Novas Tecnologias para Energias, com foco em transição energética. Ainda estamos fechando os detalhes, mas a previsão é que ele seja lançado no final de outubro.

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