FIRJAN VÊ RIO DE JANEIRO BEM POSICIONADO COMO HUB DE ENERGIA, COM INVESTIMENTOS EM ÓLEO, GÁS E NOVAS ENERGIAS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O Rio de Janeiro está bem posicionado como um hub de energia no Brasil, atraindo novos e maiores investimentos em todos os elos da cadeia produtiva de energia, fósseis ou não fósseis. Essa é a visão da Gerente de Petróleo, Gás e Naval da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Karine Fragoso. Ao Petronotícias, ela afirma que o ano de 2022 será uma boa janela de oportunidade para que o estado avance na rentabilização das riquezas que ainda devem ser exploradas. A Firjan lembra que a Petrobrás anunciou investimentos de US$ 16 bilhões para a Bacia de Campos entre 2022 e 2026, além dos recursos aplicados no programa exploratório da empresa na região. Mas os olhos da federação não estão apenas voltados aos recursos petrolíferos fluminenses: “Acompanhamos o avanço de outros projetos de geração de energia pelo grupo Novas Energias, como eólicas offshore, hidrogênio e biomassa, e mapeamos investimentos e demandas de produtos e serviços nesses mercados”, disse. “O Rio de Janeiro tem muito a contribuir e 2022 será um ano cheio de desafios, e com muito trabalho, recheado de boas soluções”, completou.
Como vê o papel do Rio de Janeiro nesse início de ano dentro do cenário energético nacional?
Acreditamos que a indústria do Rio de Janeiro é um dos maiores agentes de mudança do nosso estado. A força dos mercados de óleo, gás natural e energia são os maiores agentes transformadores da nossa economia, diretamente impactada por seus ciclos – recuos e avanços.
Se a oferta de energia precisa responder as mais recentes pressões de demanda por energia, o Rio de Janeiro tem papel relevante nesse desafio. A transição energética para nós se dará muito mais pela integração das fontes que temos disponíveis – e são muitas – do que pela opção de uma em detrimento de outra.
O Rio de Janeiro segue muito bem posicionado, sendo um hub de energia e atraindo novos e maiores investimentos em todos os elos da cadeia produtiva de energia, fósseis ou não fósseis. Também demandam investimentos para adequação, ou mesmo construção, de toda uma infraestrutura de suporte que apoia as atividades de produção, processamento, distribuição, entre outras.
E quais são suas perspectivas para 2022?
O ano de 2022 será um ano para avançarmos na rentabilização das riquezas que ainda devem ser exploradas, e na produção de volumes cada vez mais significativos, o que seguirá contribuindo para o aumento das contratações profissionais nesse mercado e na geração de renda. Assim como, na arrecadação de royalties, que também é função do preço e do dólar, além do volume.
Olhando para o segmento de óleo e gás, quais são as principais pautas em destaque?
Entre os destaques para esse ano, o PROMAR – programa de governo com condução pelo MME, baseado em coordenação e articulação entre órgãos públicos e agentes privados, deve seguir trabalhando com um foco único de aumentar a recuperação de óleo em campos maduros; além de dar condições para que áreas de baixa economicidade possam ser exploradas, colaborando na geração de empregos e renda para governos e famílias.
O programa foi abraçado institucionalmente pela Firjan, Firjan SENAI, ONIP, SEBRAE, Rede Petro BC, ABPIP, IBP, entre outras, que vêm dedicando tempo e esforço às principais pautas do programa. Empresas com presença mundial estão em Macaé e região há bastante tempo e, hoje, podemos perceber toda a região reagindo com a retomada das atividades de apoio às operações.
Como a Firjan olha para o atual momento da Bacia de Campos, que tem recebido novos investimentos em exploração?
No fim de novembro, a Petrobrás anunciou investimentos de US$ 16 bilhões para a Bacia de Campos entre 2022 e 2026, a maioria em plataformas, período em que ocorre ainda um grande programa exploratório, que prevê a perfuração de mais de 100 novos poços.
A Petrobrás demonstra em seu Plano de Negócios sua vontade e como vai se dedicar a explorar, produzir e operar na área, que há muito tempo bate recordes de produção e produtividade. As águas fluminenses – Bacia de Campos e Bacia de Santos, ainda permanecem como o principal local de investimento e rentabilidade da empresa, que hoje não está sozinha e traz consigo muitos parceiros investidores.
Além das tradicionais grandes operadoras, que atuam e ampliam suas presenças, acompanhamos também o surgimento e a chegada de novas operadoras. Assim como o crescimento das independentes, que cada vez mais mostram sua força, sua capacidade de investimento e de inovação.
Isso tudo, amplia o horizonte de impacto desses mercados na economia do Rio de Janeiro e traz para seu território novos e mais agentes, que vão construir novos postos de trabalho e agregar novas rendas.
Como vê o papel do petróleo nesse momento de transição energética?
As áreas licitadas nos últimos anos só vão se tornar campos produtores no médio prazo. Portanto, ainda veremos muita atividade petrolífera nos próximos anos, no curto, no médio e no longo prazo. A demanda por energia cresce mais que a economia. Assim, se queremos crescer, precisaremos de energia, e energia que seja acessível. A produção de óleo e gás ainda tem muito a contribuir com o nosso equilíbrio entre oferta e demanda de energia.
A Firjan, a Firjan SENAI e a ONIP, essa última em âmbito nacional, atuam em ambientes de trabalho que se complementam e criam sinergias positivas. Nossas atuações são extensas e vão desde o apoio a licenciamento ambiental até contribuições em pautas específicas da agenda regulatória da ANP. Como, por exemplo, definições sobre acumulações marginais e aprimoramentos nas regras de Conteúdo Local e PDI, passando também pelo olhar de quem consome os produtos. Como é o caso da estruturação do mercado livre de gás e seus impactos, passando também pela sensibilidade de preço do gás e de outros combustíveis, pressionados pelo que o mercado vem chamando de inflação verde – dada a restrição de investimentos em fósseis.
Por fim, além de óleo e gás, quais outras fontes potencialmente interessantes para o Rio estão no radar da Firjan?
Acompanhamos o avanço de outros projetos de geração de energia pelo grupo Novas Energias, como eólicas offshore, hidrogênio e biomassa, e mapeamos investimentos e demandas de produtos e serviços nesses mercados.
Nos dedicamos às pautas ESG, que tem norteado a conduta das empresas desses mercados e, também, com a Firjan SESI e a Firjan SENAI contribuem com suas competências, agregando na formação de profissionais, na saúde e segurança desses profissionais; bem como no desenvolvimento de tecnologias aplicáveis em linha com as práticas do mercado, e suas aspirações por descarbonização e maior sustentabilidade.
Sim, o Rio de Janeiro tem muito a contribuir e 2022 será um ano cheio de desafios, e com muito trabalho, recheado de boas soluções.
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