FLEXPIPE ESTUDA ABRIR FÁBRICA NO BRASIL PARA ATENDER AMÉRICA LATINA | Petronotícias




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FLEXPIPE ESTUDA ABRIR FÁBRICA NO BRASIL PARA ATENDER AMÉRICA LATINA

O mercado de tubos brasileiro atraiu a Canusa, do grupo Shaw, para o Brasil em 1998 e em 2009 foi a vez da Flexpipe, do mesmo grupo, chegar ao país em busca de novos negócios. A empresa surgiu em 2006 no Canadá, foi comprada em 2008 pela Shaw, e hoje pretende massificar a sua atuação na América Latina, com planos de instalar uma fábrica na região em dois anos. O Brasil é um forte candidato a receber a unidade, mas a empresa ainda estuda se outros mercados, como Venezuela, Colômbia e Argentina, serão mais atrativos. O gerente geral da Canusa na América Latina e representante da Flexpipe no Brasil, Carl Gudme, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou os planos para a região.

Como foi a vinda da Canusa para o Brasil?

A nossa vinda coincidiu com a construção do gasoduto Bolívia-Brasil, em 1998. A Canusa já tinha feito obras pontuais no país, mas a partir desse megaprojeto, com a repercussão global, a Canusa fez um esforço mais concentrado para entrar no mercado brasileiro. Foi quando resolveram colocar alguém para cuidar dos negócios aqui e quando fizemos a homologação na Petrobrás. O projeto do Gasbol foi muito importante e teve muitos desafios, com vários tipos de revestimento envolvidos.

Como a Canusa está vendo o mercado de óleo e gás brasileiro?

Estamos otimistas e temos uma boa posição na indústria de óleo e gás do país. Estamos participando ativamente na construção da rede de dutos de gás da Petrobrás e temos também uma grande presença nos dutos offshore dela. Na América Latina toda, a Canusa tem uma força muito grande nos revestimentos de juntas de campo (revestimentos que são colocados após as soldas feitas entre tubos que serão lançados no mar), com cerca de 80% de participação no mercado offshore da região. E não fornecemos apenas o revestimento, temos um trabalho que dá muita atenção à instalação, com uma equipe nossa acompanhando o lançamento nos barcos, para averiguar se tudo está sendo feito da forma adequada.

A maior parte da atuação é offshore?

Atuamos tanto offshore quanto onshore e, inclusive, esperamos grandes oportunidades em terra, porque a disponibilidade de gás está se tornando uma realidade para a Petrobrás, o que deve gerar um incentivo da utilização deste gás e aumentar esse mercado. Acreditamos que deve haver uma interiorização do gás, com maiores investimentos em distribuição e com a busca de novos clientes que ainda não usam o gás como matriz energética. Isso foi um dos motivos que nos fez trazer a Flexpipe para o Brasil.

Como foi a vinda da Flexpipe?

Foi em 2009. A empresa foi criada no Canadá, em 2006, e teve uma expansão muito rápida. Em 2008 ela foi comprada pelo grupo Shaw, que também é dono da Canusa, e no ano seguinte começamos a trabalhar com ela aqui no Brasil.

Qual foi o atrativo principal para a vinda dela?

A intenção de trazer a Flexpipe, que produz tubos RTP (tubos reforçados de polietileno feitos em carretel), era dar solução a um outro problema que o mercado encontra na instalação de tubos onshore: a corrosão. Além disso, os tubos da Flexpipe facilitam a instalação, porque, ao invés de ter um ponto de solda a cada 12 metros, como acontece com os tubos de aço, as conexões podem ser instaladas a cada 600 ou 1.000 metros, o que reduz o custo e agiliza o processo.

Quais negócios a empresa já fechou no Brasil?

A maior venda de 2011, que foi o nosso grande êxito, foi um contrato com a HRT para a instalação de duas linhas na Bacia de Solimões, na Amazônia. Será uma linha de 20 km e outra de 35 km, que vão transportar a produção de um Teste de Longa Duração da empresa. Se fossem colocados tubos de aço no meio da floresta, haveria um impacto maior, então com o tubo da Flexpipe nós descemos os carretéis por helicóptero em pequenas clareiras e, a partir delas, transportamos ou desenrolamos o tubo, fazendo as conexões com o mínimo de impacto ambiental.

Tem planos de fabricar no Brasil?

Temos a intenção de futuramente instalar uma fábrica no país, mas ainda precisamos definir o local exato, porque ela atenderia a toda a América Latina. Esse será um ano chave para a definição de onde colocaremos a fábrica da Flexpipe na região, porque para isso precisamos ter um volume de pedidos que torne viável esse projeto. A nossa intenção é que os produtos da Flexpipe tenham um uso massificado pela Petrobrás, e para isso precisaríamos de uma fábrica aqui. Até chegar a esse momento, precisamos passar pela homologação dos tubos e estabelecer um centro de serviços.

Em que passo está a homologação?

A Petrobrás tem uma equipe de Supply Chain (cadeia de suprimentos) avaliando os critérios necessários para a homologação e o estabelecimento de um projeto piloto, que deve ser feito no Nordeste ou na Amazônia. Nós já fizemos fornecimentos para a Petrobrás Bolívia e para a Petrobrás Argentina, mas ainda estamos em processo de homologação aqui no Brasil.

Onde ficará o centro de serviços?

Vai ficar próximo às regiões onde ocorrem as instalações, na área de exploração e produção onshore. Deve ficar no Nordeste ou na Amazônia mesmo.

Quais são os planos para 2012?

Esse ano a gente está muito concentrado no desenvolvimento da Flexpipe, e é um ano chave para ela, porque de acordo com o que conseguirmos avançar, vai ser determinante para a colocação da fábrica no Brasil. O Brasil não é o principal player onshore da América Latina, se compararmos com o mercado da Argentina, da Colômbia e da Venezuela, que têm uma parcela de exploração onshore muito forte, então esses países também têm uma importância relativamente grande. Mas o Brasil é o país que apresenta as melhores condições políticas e econômicas para a fábrica.

O que pode ajudar a definir o local da fábrica?

A aceitação do produto, com utilização em larga escala, e que seja um ponto estratégico, por isso ainda não definimos o local. Com o apoio da Petrobrás e o incentivo do conteúdo local, esperamos conseguir viabilizar rapidamente a instalação de uma fábrica aqui, mas ainda há discussões em andamento. Mas a intenção é expandir para a América Latina e instalar uma fábrica na região em cerca de dois anos. A Flexpipe surgiu no Canadá em 2006 e cresceu muito rápido, se expandiu para os Estados Unidos e agora estamos com uma fábrica em Houston começando a operar. Hoje esse tubo da Flexpipe representa 12% das linhas de coleta até 4 polegadas de diâmetro no Canadá e no Estados Unidos. O processo é esse: venda, depois centro de serviços, e instalação de uma fábrica.

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