FLEXPIPE INTENSIFICA ATUAÇÃO NO BRASIL DE OLHO NO MERCADO ONSHORE | Petronotícias




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FLEXPIPE INTENSIFICA ATUAÇÃO NO BRASIL DE OLHO NO MERCADO ONSHORE

A Flexpipe, do grupo ShawCor, veio ao Brasil em 2009, mas agora deu um novo passo em busca de aumentar a atuação no mercado brasileiro. O antigo representante da empresa no país, Carl Gudme, que também é gerente regional da Canusa, do mesmo grupo, foi nomeado gerente de vendas da Flexpipe para a América Latina, sendo que sua base principal é no Rio de Janeiro. Ele conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou que a empresa pretende instalar um centro de serviços no país até o ano que vem, e que um dos maiores focos da companhia por aqui é o aumento da utilização de seus tubos com a expansão da exploração onshore.

O que significa o seu novo cargo para a Flexpipe no Brasil?

Representa o compromisso da empresa de levar adiante o projeto de montar uma fábrica aqui e uma fé no mercado brasileiro. Confiamos que a tecnologia será absorvida rapidamente, a ponto de viabilizar a instalação de uma fábrica.

Há prazo para isso?

Primeiro vamos instalar os centros de serviços. Precisamos ter uma interação maior com os usuários e os clientes para que cheguemos ao momento de implantar a fábrica. Mas a intenção é colocar primeiro um Centro de Serviços na Argentina e um na Colômbia, que já estão em discussão avançada com os parceiros locais. O do Brasil virá logo depois desses dois, até o ano que vem.

Por que essa ordem?

Como o mercado de exploração onshore nesses dois países está mais ativo, a ideia é começar por eles. O Brasil está começando a crescer nesse sentido, com a descoberta de gás de Xisto na Bacia de São Francisco, enquanto na Argentina já haviam encontrado reservas muito grandes, e lá já existe uma intensificação da exploração.

Surgiu algum receio com a nacionalização da Repsol na Argentina?

Temos um temor, porque cria instabilidade no mercado. Como precisamos massificar o uso da tecnologia para fazer a fábrica, o Brasil ainda é o país onde sentimos a maior solidez politica, econômica e institucional para isso. Está entre Brasil e Argentina, mas aqui o país reúne condições mais sólidas. Sabemos que a Colômbia pode ser bem atendida pela nossa planta de Houston, assim como o México e a Venezuela. E como não há a politica de conteúdo local lá, não há tanto essa necessidade.

Onde ficaria a fábrica, se fosse no Brasil?

No Nordeste. Caso o país seja escolhido, a fábrica pode inclusive aproximar o fornecimento para a África. Mas como é um produto que tem que estar muito atrelado a parte de serviços, vamos ter que implantar os centros de serviços antes. Para que o usuário tenha segurança de que vai ter o produto, mas também o serviço, a instalação etc. Para dar rapidez na instalação, precisamos do centro de serviços operando nos locais.

Como está o processo de homologação na Petrobrás?

O processo de homologação está em andamento, mas ainda não foi concluído, apesar de já estar bem adiantado. Vemos o interesse deles em ter esse tipo de tecnologia. Apesar de perceber que a maioria dos recursos está indo para offshore, a empresa não quer reduzir a produção onshore no país, então ela tem saído de outros mercados para concentrar os investimentos no pré-sal, sem perder a participação que tem onshore. E isso vai ajudar a Flexpipe.

Já existe um projeto piloto?

O mais provável é que seja em Sergipe. Já temos um piloto na Petrobrás Argentina e na Petrobrás Bolívia, mas no Brasil deve ser em Sergipe, porque lá tem bastante exploração onshore e também tem bastante problema de corrosão. Além disso, eles já têm uma cultura de não utilizar tubos metálicos, foram um dos primeiros a usar tubos de fibras de vidro e têm essa cultura de testar tecnologias novas.

Como está o projeto da Flexpipe com a HRT na Amazônia?

A HRT encontrou gás, então está numa fase de definir o destino do gás e, em função desse destino, existe a possibilidade de utilização dos nossos tubos. Se a solução for colocar uma planta de liquefação, utilizariam nossos tubos flexíveis. E estamos apostando que eles vão encontrar petróleo. As condições na Amazônia são muito favoráveis à nossa tecnologia, para evitar o desmatamento e os danos ao meio ambiente.

Quais são seus desafios no novo cargo?

Conseguir desenvolver a partir do projeto piloto uma cultura nova de utilização de tubos para prospecção e coleta, e rapidamente criar um consumo mínimo a partir desses centros, para que possamos chegar ao estágio de colocar a fábrica.

Como estão os projetos nos outros países da América Latina?

Estamos mais adiantados fora do Brasil. Com a Ecopetrol, na Colômbia, por exemplo, estamos finalizando o processo de homologação para o uso intensivo na exploração lá, enquanto que com a YPF, na Argentina, já foi homologado e estamos com pedido para execução do projeto piloto. Fornecemos o material e vamos instalar esses primeiros. É a partir do piloto que o cliente passa a quantificar os benefícios em rapidez de instalação e a partir dai é que pode ser dado o passo em direção à intensificação do uso da tecnologia.

Em entrevista ao Petronotícias em fevereiro, você disse que um dos motivos da vinda da empresa para o Brasil era o aumento dos investimentos na distribuição de gás no país. Isso tem gerado novos negócios?

Temos visto uma demonstração de que há um novo reinvestimento no gás no Brasil, a medida que hoje a garantia de fornecimento é muito maior, e isso deve gerar novos negócios, sim. Temos os dutos offshore alimentando o sistema nacional, tem também o gás encontrado no Maranhão pela OGX. Estamos em conversas com eles também, mas ainda em fase muito preliminar. A Shell vai começar a explorar a Bacia do São Francisco, assim como vários outros pequenos operadores, então vai haver uma oferta de gás maior no mercado. Com isso, a tecnologia da Flexpipe vai ajudar muitos usuários, que poderão ser rapidamente ligados à rede de gás sem a instalação de uma tubulação de aço, o que reduz muito os custos e diminui a dificuldade do processo.

Quais são as regiões do Brasil que mais interessam à Flexpipe?

Temos interesse em Sergipe, no Rio Grande do Norte, na Bahia e no Amazonas, na região de Mossoró, além dos novos campos de Juruá. Em geral, as áreas onde a Petrobrás vai começar a trabalhar principalmente a questão do gás.

Quais são as expectativas da empresa?

Estou muito animado com a nova responsabilidade, e isso mostra o compromisso com o país do grupo ShawCor, que também já tem uma planta de revestimento em Belo Horizonte, que está sendo ampliada e modernizada. O grupo está vendo o mercado da América Latina como muito atraente, como mercado alvo de abastecimento, e esse é um momento bastante oportuno, principalmente nessas regiões. 

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