FLUKE PREVÊ CRESCIMENTO DE DOIS DÍGITOS E LANÇA TECNOLOGIA PARA DETECÇÃO DE VAZAMENTOS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Algumas empresas estão com bastante otimismo com o setor de óleo e gás. É o caso da Fluke, fornecedora de ferramentas de teste e softwares para medição e monitoramento de condições. No ano passado, a companhia conseguiu uma elevação de 50% neste segmento e a expectativa é de repetir um bom desempenho em 2019, com alta de 20% neste ano em cima do crescimento de 2018. O especialista da Fluke para o setor de óleo e gás, Marco Gonçalves, diz que a empresa está com bons olhos em relação ao futuro do mercado. “Para 2020, nós temos vários projetos. Inclusive, temos contratos com a Petrobrás que foram renovados. Então, percebemos uma possibilidade de crescimento de mais de 30% para 2020”, afirmou. O executivo ainda revela que a Fluke lançou uma tecnologia que é capaz de transformar sons em imagens, com diversas aplicações na indústria petrolífera. O equipamento pode ser usado para identificar o vazamento de gases nocivos. “Com essa câmera, é possível analisar esse ruído a uma distância de 50 metros, por exemplo. Identificando esse foco, será possível agir ativamente para reparar esse vazamento”, explicou.
Como a empresa avalia as oportunidades dentro do mercado de óleo e gás?
A Fluke está avaliando bem positivamente o mercado de óleo e gás. Hoje, em nossos negócios, esse setor representa mais de 10%. É um mercado que teve uma queda em 2014 e tivemos que nos adaptar. Mas hoje, o setor está voltando e já está conseguindo uma representatividade maior. Existem algumas linhas de produtos da Fluke que são bem específicas para esse mercado e que tiveram crescimento de 30% no ano passado. Nesse ano, a alta foi de 50% em cima do crescimento de 30% do ano passado.
Então, estamos com bons olhos porque o mercado está reagindo muito bem. Apesar das questões de privatização das refinarias e dos gasodutos, olhamos com positividade para o setor, mas com alerta para essas alterações. Mesmo com as privatizações, estamos olhando com positividade. As privatizações serão boas para o mercado e para a competitividade.
Qual tem sido o foco de atuação da Fluke no mercado de óleo e gás?
Como uma empresa de equipamentos de medição e calibração, o nosso público-alvo são as áreas de manutenção, principalmente na parte de confiabilidade; instrumentação, englobando toda a parte de processo de refino; e a parte metrológica de laboratórios e de calibração de equipamentos.
Nestas três vertentes, temos linhas específicas de produtos. Por exemplo, na transferência de custódia, que é um ponto bem crítico. Quando o petróleo sai da plataforma, ele vai se transferir da custódia para dentro da refinaria. Esse processo envolve custos. Se houver um erro de 0,01% na quantidade de petróleo que está sendo deslocada, representará um prejuízo de milhões de dólares. A Fluke tem produtos que auxiliam esse processo a ser mais exato.
A Fluke também está pensando muito na liderança da indústria 4.0. Temos equipamentos que fazem monitoramento de condição, sistemas de gestão de manutenção e softwares que permitem ao usuário obter uma automação maior em seu processo de manutenção, reduzindo custos. Nós agimos muito na indústria de óleo e gás com alta tecnologia e novas tendências.
Gostaria que falasse também da atuação na parte offshore.
Na verdade, nós trabalhamos nas três vertentes da Petrobrás. No upstream, que é o offshore, temos a atuação principalmente com equipamentos de calibração de processos e na parte de termografia também (que são análises por radiação infravermelha). Estamos lançando um equipamento também que faz o imageamento de sons. A Fluke transforma o som em uma imagem. Estamos lançando e tem muita aplicação para vazamentos de tubulação em offshore.
Na parte de midstream, que é a parte de tubulação e transferência do petróleo, temos calibradores, manômetros e equipamentos de medição de pressão. E na parte de downstream, isto é, as refinarias, temos uma ampla linha de equipamentos.
Pode detalhar mais sobre a tecnologia de imageamento de sons?
Essa tecnologia é inovadora. É um novo nicho de mercado. Nós chamamos de imageamento de som. Com ela, é possível transformar qualquer ruído, dentro de faixas de frequência específicas, em uma imagem. Vamos supor que há um vazamento de ar comprimido em uma linha de produção ou um vazamento de gás amônia em uma refinaria. Com essa câmera, é possível analisar esse ruído a uma distância de 50 metros, por exemplo. Identificando esse foco, será possível agir ativamente para reparar esse vazamento.
Dentro de refinarias ou plataformas, um vazamento é inaceitável, principalmente quando são gases nocivos, com o H2S [Sulfeto de hidrogênio]. O imageamento de som pode captar o ruído desse vazamento, para que o cliente faça uma manutenção antes que esse vazamento se torne uma catástrofe.
Qual sua opinião sobre as mudanças em andamento no mercado de óleo e gás?
Nós tivemos recentemente o anúncio da abertura do mercado de exploração de gás no Brasil. Isso é uma vitória e deveria já ter acontecido em 1997. Do ponto de vista do consumidor, isso trará uma competição maior e o preço final para o cliente será reduzido. Já para nós, fabricantes de equipamentos de precisão e calibração, isso também será ótimo.
Quanto maior a competição, maior será a necessidade de otimizar os processos. E para fazer essa otimização, as empresas precisam aumentar a exatidão e melhorar automação. Quando há essa combinação de reação do mercado, aumento de competição, novas empresas, é um cenário muito positivo para todos.
Estamos dispostos a agir ativamente com as instituições, como a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos (Abendi). Além de vender equipamentos, a Fluke também oferece qualificação. O mercado está crescendo muito e uma de nossas preocupações é com a qualificação profissional. Precisamos de pessoas aptas. A empresa desenvolveu a Fluke Academy neste ano. É uma iniciativa para certificar profissionais em diversas áreas de conhecimento da área de manutenção. São cursos com base teórica e prática para qualificar os profissionais. E um total de 90% desses cursos são aplicáveis para óleo e gás.
E quais são as previsões de crescimento para o futuro?
Nós crescemos 50% no ano passado. Neste ano, queremos crescer mais 20% em cima do que já crescemos no ano passado. Para 2020, nós temos vários projetos. Inclusive, temos contratos com a Petrobrás que já foram renovados. Então, percebemos uma possibilidade de mais de 30% para 2020.
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