FLUXCON AMPLIA NEGÓCIOS COM MEDIDORES DE VAZÃO E APOSTA EM NOVOS CONTRATOS DE FORNECIMENTO COM A PETROBRÁS
Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –
Ainda sob os impactos da crise na indústria de óleo e gás, a cadeia brasileira de fornecedores começa a traçar os primeiros passos para uma retomada e o horizonte é de otimismo para os próximos meses. No passo das novas diretrizes do setor, a expectativa é de que o futuro traga uma expansão de negócios e a retomada pode ter início já em 2017. É com essa visão que trabalha hoje a Fluxcon, companhia especializada no fornecimento de conexões que busca agora consolidar seu carro-chefe na indústria brasileira: os medidores de vazão porta placas. Pioneira na fabricação nacional e quarta empresa do mundo a fabricar peças desse tipo, com investimentos somados de R$ 4,5 milhões, a empresa vem ampliando suas atividades a partir de demandas da Petrobrás e já mira novos contratos, após ter recebido recentemente a aprovação técnica da estatal. Segundo o diretor presidente da Fluxcon, Maurício Bonzanini, as atenções se voltam hoje à reposição de medidores em plataformas como a P-48 e a P-43. Ao passo que surgem novas oportunidades de negócios, as previsões são otimistas: ao longo do próximo ano, a companhia espera chegar à marca de R$ 20 milhões faturados com o fornecimento dos medidores. “Além de vendermos para as próximas plataformas que virão, conseguimos fornecer hoje para as que estão in loco, fazendo manutenção e reposição”, afirma o executivo. “Estamos competindo com empresas grandes, mas o mercado tem nos dado uma grande receptividade”.
Quais são hoje os principais projetos da Fluxcon?
A Fluxcon vem fazendo uma revolução no mercado brasileiro de porta placas. É um projeto que está em desenvolvimento há cerca de quatro anos e hoje estamos vendendo para as empresas do setor de óleo e gás. Isso inclui, indiretamente, a Petrobrás, com medidores de vazão para as plataformas P-43, P-48 e P-76. A receptividade está sendo excelente, e recentemente patenteamos novas melhorias no produto.
Como vem sendo feito esse fornecimento?
Nós começamos o projeto em 2012, com a ideia de fazer algo diferenciado no Brasil. Os medidores são feitos internamente com aço inoxidável. Hoje nós fornecemos para a SBM Offshore e trabalhamos com um total de 36 porta placas para a P-48. No último mês, entregamos dois medidores de 10 polegadas para a Technip, com fornecimento voltado à P-76. Esse é um produto que nunca foi fabricado no Brasil. Agora nós conseguimos a homologação na Petrobrás, que tem um quesito muito técnico. Nossa ideia é que o porta placas abra as portas do mercado para a Fluxcon. Cada plataforma de produção tem até 60 medidores desses para instalar, e o nosso projeto é aumentar cada vez mais o fornecimento.
Qual é o índice de conteúdo local atingido com a fabricação dos equipamentos?
Nós conseguimos 100% de conteúdo local. A fábrica fica em Indaiatuba, São Paulo.
De que a forma a Fluxcon tem atuado com a Petrobrás?
Através da Conaut, que é prestadora de serviços da Petrobrás. Eles estão acompanhando o nosso projeto de perto.
Há perspectiva de novos contratos?
Nós conseguimos a homologação com a Petrobrás, e para nós isso é uma coisa imensurável. Além de vendermos para as próximas plataformas que virão, conseguimos fornecer hoje para as que estão in loco, fazendo manutenção e reposição. Nós também fazemos a recuperação de porta placas no Brasil, porque eles requerem assistência técnica anualmente. Estamos competindo com empresas grandes, mas o mercado tem nos dado uma grande receptividade e agora recebemos aprovação da Petrobrás. Isso vai facilitar uma contratação mais à frente.
A Fluxcon tem contratos de manutenção em plataformas hoje?
Não temos contratos de manutenção ainda, mas poderemos ter em futuros projetos.
O foco então vem sendo a reposição de medidores de vazão?
Sim, porque a Petrobrás deve ter entre 5 mil e 7 mil porta placas instalados hoje em suas plataformas, segundo a ANP. Alguns levam à recuperação e outros precisam de reposição, e é isso que estamos fazendo na P-43 e na P-48. Fazemos a reposição com peças novas através da Conaut. Temos um produto novo e a Petrobrás está acompanhando de perto.
Há algum novo projeto em vista com a Petrobrás?
A Petrobrás vai fechar um novo contrato global de manutenção no próximo semestre, e provavelmente vamos entrar com parecer. É um contrato de três anos, que vai ser fechado através da UO-RIO. A Fluxcon está montando uma parceria para poder entrar em conjunto no projeto, que também envolve o fornecimento de porta placas.
Como será a atuação prática dessa parceria?
A nossa parceira vai fazer toda a parte de instalação e manutenção, enquanto nós seremos responsáveis pela fabricação dos equipamentos.
Qual foi o investimento da Fluxcon na fabricação dos porta placas?
Nós investimos aproximadamente R$ 4,5 milhões nesse projeto.
E como vem sendo o retorno desse investimento?
Com o retorno que tivemos até agora, o investimento inicial já foi recuperado. Até o final do próximo ano, nós esperamos receber entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões em contratos para fornecimento.
Quais foram os impactos da crise sobre a empresa?
O mercado de reposição diminuiu cerca de 25%, mas nós mantivemos a empresa e conseguimos manter nossa participação no setor. Acreditamos também na diversificação para outros segmentos em que atuamos, como siderurgia e a indústria de papel e celulose. Mas a expectativa é de que tenhamos grandes investimentos nesse próximo ano. A nossa perspectiva é boa porque somos o único fabricante nacional desse produto homologado pela Petrobrás.
Quanto o setor de óleo representa hoje para a Fluxcon?
Eu diria que representa 60% do nosso faturamento hoje. No ano passado, somando todos os setores, a empresa faturou um total de R$ 22 milhões.
Essa fatia do setor deve aumentar nos próximos anos?
Acho que ele deve aumentar sua participação, e o faturamento também deve crescer cerca de 30%. O mercado está começando uma retomada com a chegada da nova presidência da Petrobrás. Em 2017, o setor deve retomar investimentos que estavam engavetados.
A empresa busca novos projetos fora do país?
Acabamos de participar da OTC em Houston e começamos a procurar novos parceiros nos Estados Unidos. No próximo ano estrearemos uma unidade em Houston, então estamos em busca de projetos. Também queremos atender os mercados do México e da Arábia Saudita.
Esses projetos serão voltados ao fornecimento de porta placas?
A princípio serão direcionados para o segmento de porta placas, que vai abrir o mercado para nós. Existem apenas quatro três fabricantes de porta placas no mundo além da Fluxcon (Canalta, Daniel e FMC Technologies), então acreditamos que existe um espaço imenso para nós.
Parabéns a todos que contribuiram e contribuiem para o sucesso da empresa.
É um prazer fazer parte da família FLUXCON.
Em tempos de crise isso é uma benção, glória a Deus. O céu é o limite!
O Brasil é um país incrível, posso dizer que ainda que haja tudo envolto ao cenário politico atual, temos oportunidades surpreendentes. Um produto como o Porta Placa, onde temos sim as três maiores do mundo presentes bem aqui em nossa nação, porém há alguns meses a força, a expressão, a dedicação, e o trabalho intenso da Fluxcon tem feito à bandeira nacional brasileira adejar no território que pertencia até então a estrangeiros. Parabenizo a Fluxcon, mas vos digo, chegar no topo se faz com trabalho intenso, dedicação e muito mais, entretanto permanecer no topo é uma atividade que requer sapiência,… Read more »
“…existem apenas quatro três fabricantes de porta placas no mundo além da Fluxcon (Canalta, Daniel e FMC Technologies)…”
Obs.: Esqueceram de mencionar Cameron, FMASTER (FLOWMASTER).
Lembro que existe a FMASTER e que a Fluxcon copiou o projeto.
Se 15% dessa entrevista fosse verdade, haveria uma realidade bem diferente. Tanto para fornecedores quanto para os funcionários do referido Mega Empresário.