FRAMES PLANEJA FORNECER MÓDULOS DE PROCESSO COMPLETOS NO BRASIL | Petronotícias




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FRAMES PLANEJA FORNECER MÓDULOS DE PROCESSO COMPLETOS NO BRASIL

Felipe Santiago, gerente comercial da FramesO brasileiro Felipe Santiago já vinha atuando próximo à Frames desde 2011, quando trabalhava na EBSE, e no início deste ano decidiu sair do Brasil, sendo contratado como gerente comercial da divisão Oil & Gas Processing da empresa holandesa. Agora, já estabelecido no país europeu, o executivo conta como a Frames vem se empenhando para desenvolver novas tecnologias, além de buscar constantemente a redução de custos e o aumento da produtividade. No Brasil, a empresa já soma dezenas de equipamentos e módulos compactos concluídos com alto índice de conteúdo local, como separadores, tratadores eletrostáticos, unidades completas de desidratação de gás, de remoção de H2S e de tratamento de água produzida, entre outros, e pretende ampliar cada vez mais essa carteira de projetos no País. “O próximo passo da Frames no Brasil é o fornecimento de módulos completos de processo em parceria com fornecedores nacionais”, conta Santiago, para quem os preços baixos do barril de petróleo nem sempre são ruins. “Isso é o que nos desafia a sermos cada vez melhores no que fazemos”, afirma. Ele destaca como bons exemplos desse processo de otimização alguns avanços conquistados em equipamentos e módulos fornecidos para os FPSOs replicantes, da Petrobrás, para o FPSO Kraken, da Bumi Armada, e para o FPSO Petrojarl I, da Teekay.

Gostaria que você falasse como foi a sua transferência do Brasil para a Holanda e da EBSE para a Frames.  O que você fazia aqui e o que está fazendo na Frames?

Tomei a decisão de sair do país no início de 2015, devido ao cenário que se desenhou no mercado nacional brasileiro. Meu trabalho na EBSE, a partir de 2011, foi focado no relacionamento com a Frames. Eu era gerente executivo responsável pela interação entre as empresas e pela promoção da parceria no mercado desde os planos de marketing à elaboração de propostas e execução dos projetos. Tudo foi conversado abertamente com o apoio e interesse de ambas as diretorias. A transição levou em torno de quatro meses e, em 1º de setembro, iniciei na Frames Oil & Gas Processing (OGP), na Holanda, como gerente comercial. A OGP é responsável pelas tecnologias diversas de tratamento de gás natural e unidades acessórias, e pela integração de todas as tecnologias da Frames em sistemas completos, como unidades ou módulos de processo.

A Frames tem uma longa tradição na construção de equipamentos para FPSOs. Há alguma novidade que pode ser aproveita no mercado brasileiro atendendo às grandes construtoras ou operadoras?

A construção de novos FPSOs tem sido um processo cada vez mais complicado, especialmente com o clima de dificuldades econômicas que estamos enfrentando hoje. Para nós, empresas de petróleo e empreiteiras, é extremamente necessário melhorar a produtividade e reduzir os custos. Com mais de 90 projetos para FPSOs em todo o mundo, a Frames é capaz de fornecer todas as tecnologias necessárias para os projetos existentes, desde unidades compactas a módulos completos de processo. Nossa campanha de marketing mais recente foca em nossa abordagem a projetos para FPSOs de forma mais eficiente.

A fim de manter a eficiência e garantir futuras otimizações, incluir novas tecnologias ao nosso portfólio é crucial. Dessa forma, a Frames investe em constante pesquisa e desenvolvimento. Desenvolvemos e implementamos com sucesso novas tecnologias para desemulsificação, tratamento eletrostático, desulfatação, remoção de sal do Glycol, remoção de BTEX através da tecnologia OVC™, além da separação líquido/areia.

Para o futuro, entendemos que técnicas de separação mais compactas serão cada vez mais importantes para unidades flutuantes com limitação de espaço. Nossa mais nova tecnologia para separação é o SwirlSep que, comparada a tecnologias concorrentes, possui uma versatilidade maior. Através desse processo de separação gás-líquido atingimos a especificação desejada mesmo com equipamentos muito maiores.

Quais os tipos de equipamentos a Frames já produz no Brasil e que outras tecnologias ela pode trazer?

Há nove anos atuando no Brasil, a Frames já forneceu, com conteúdo local, mais de 40 separadores, 10 tratadores eletrostáticos, 10 unidades completas de desidratação de gás, duas unidades de remoção de H2S, seis unidades de tratamento de água produzida, quatro unidades de injeção química, dentre outros. Nosso foco no atendimento à política de conteúdo local do Brasil nos faz investigar constantemente o mercado, desenvolvendo parcerias e pessoas no nosso escritório no Rio de Janeiro, que atende ao mercado de serviços relacionados às instalações, treinamentos, assistência técnica para comissionamento, start-up de unidades e solução de problemas.

O próximo passo da Frames no Brasil é o fornecimento de módulos completos de processo em parceria com fornecedores nacionais.

O Petronotícias esteve recentemente na Feira de Aberdeen e encontrou um mercado europeu também sofrendo as consequências dos preços do petróleo. Custos mais baixos e maior eficiência eram os fatores mais procurados. Como a Frames está lidando com isso na Europa e o que oferecer para o mercado brasileiro neste campo?

Preços baixos para o petróleo nem sempre são ruins. Isso é o que nos desafia a sermos cada vez melhores no que fazemos. Esse processo se estende à toda cadeia de fornecimento.

A Frames vem se preparando desde sempre para enfrentar esses desafios. Nosso segredo de sucesso está nas pessoas. Nossa engenharia tem sido capaz de projetar unidades menores e mais leves, que resultam em redução de custo e tempo para fabricação. Além disso, abordamos os fabricantes como parceiros. Mantemos os pontos de contato com o cliente de forma simples, para evitar ruídos de comunicação que levem a atrasos. Compartilhar nosso conhecimento com os fornecedores nos ajuda a melhorar a tecnologia aplicada e os resultados obtidos. Investimos em novas tecnologias para reduzir os tamanhos e os pesos das unidades, além da necessidade de manutenção. Enxergamos a planta de processamento como um processo integrado e, assim, podemos otimizar o projeto sempre levando em conta sua funcionalidade, qualidade e segurança.

No caso de conversões ou revamps, buscamos encontrar o balanço ideal entre reutilização dos equipamentos existentes, modificação ou nova construção com o suporte dos nossos parceiros.

Buscamos sempre aumentar a eficiência no projeto e na construção de unidades para topsides de FPSOs. Um bom exemplo de otimização conseguimos foi com a unidade de Tratamento de Água Produzida para a FPSO Kraken, da Bumi Armada. Outro bom exemplo foi nossa contribuição para o projeto Replicantes, um marco de gerenciamento de projetos e presença mundial em diversos segmentos tecnológicos. Sem esquecer do projeto de retrofit do FPSO Petrojarl I, uma conversão contratada à Teekay onde mais uma vez em parceria somos capazes de dividir as responsabilidades, reduzindo o custo do projeto para cada parte envolvida. Os detalhes dos projetos podem ser conhecidos no site da Frames.

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