FRANÇA CONTINUA COM AS SUAS REFINARIAS EM GREVE E PAÍS MERGULHA NUM CAOS SEM COMBUSTÍVEL, PROTESTOS E LIXO PARA TODO LADO
Mais um dia de greve na França, mais um dia sem produção de combustíveis no país. Todas as refinarias francesas estão paradas, sem produção e, a cada dia, os estoques de reserva estão sendo consumidos. O país vive um caos, com sujeira pra todo lado. A greve, para lembrar, é contra o governo de Emmanuel Macron, devido às mudanças no sistema previdenciário do país. Elas provocaram uma perturbação generalizada em toda França, com trens e aviões cancelados, lixos deixados nas ruas e refinarias de petróleo bloqueadas por manifestantes. Espera- se que os serviços de metrô, ônibus e trens suburbanos de Paris sejam gravemente interrompidos. Mais da metade dos trens TGV de alta velocidade do país foram cancelados. Os comboios TER e Intercites também funcionam em horário reduzido.
Os montes de lixo que se acumulam nas ruas da capital, hoje estimados em 10 mil toneladas, ficaram parados por mais um dia. A Direção-Geral da Aviação Civil disse que cerca de um terço dos voos dentro e fora do aeroporto de Orly fora de Paris foram afetados. As viagens internacionais também estão com longos atrasos e o serviço ferroviário Eurostar, que cruza os canais, também cancelados em mais da metade. Seis dos 15 serviços programados para hoje (23) entre Paris e Londres – três em cada direção -, um serviço de Londres para Bruxelas e um serviço de Amsterdã para Londres estão interrompidos.
Tudo isso acontece quase dez dias depois que Macron forçou seu amplamente impopular projeto de reforma das pensões à Assembleia Nacional sem votação. Isso levou milhares de manifestantes enfurecidos às ruas, e três dias depois de seu governo sobreviver a dois votos de desconfiança. “Esta reforma não é um luxo, não é um prazer, é uma necessidade”, disse um desafiador Macron à televisão francesa antes das greves, prometendo nunca recuar. “Você acha que eu gosto de aprovar esta reforma? Não. Quanto mais esperarmos, mais o déficit vai deteriorar as aposentadorias”. Macron disse que a raiva dos manifestantes foi levada em consideração e, embora eles tenham o direito de ir às ruas, a violência é inaceitável. Em uma manobra, o presidente francês conseguiu que sua legislação aumentasse a idade de aposentadoria nacional de 62 para 64 anos por meio da Assembleia Nacional, usando uma parte da constituição francesa que permite ao governo aprovar uma lei sem o voto dos parlamentares. A mudança é contestada pelos sindicatos e pela maioria da população, mas Macron, que fez da reforma a pedra angular de sua presidência, diz que o país não pode arcar com os déficits crescentes que terá nos próximos 25 anos. população do país envelhece. Atualmente, há apenas 1,7 trabalhadores para cada aposentado na França, abaixo dos 2,1 em 2000.
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