FRIGSTAD BUSCA ESPAÇO PARA SONDAS DE ÁGUAS ULTRAPROFUNDAS NO BRASIL
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
O diretor da Frigstad Offshore no Brasil, José Almeida, vem desde 2009 buscando novos contatos no mercado brasileiro, com o intuito de apresentar a empresa norueguesa ao cenário nacional e iniciar possíveis parcerias. De lá para cá, já se reuniu com representantes das principais operadoras, de estaleiros e no fim de 2012 a companhia ganhou inclusive um investidor nacional, a AEM Capital. Almeida oferece aos executivos desde sondas de work-over até sondas de perfuração de última geração para águas ultraprofundas, como duas que estão em construção no estaleiro CIMC Raffles, na China. Agora ele acredita que as duas unidades devem encontrar espaço no Brasil, já que o ano de 2013 abriu novas perspectivas de exploração no país, com os três leilões da ANP, e tenta formalizar contatos mais fortes com as operadoras atuantes no mercado nacional. A primeira das sondas ficará pronta no final de 2015 e a segunda em meados de 2016, o que deve coincidir com a demanda por unidades do tipo, na opinião dele: “ou seja, vamos chegar ao mercado exatamente quando os donos de Libra vão começar a exploração”.
Como a empresa avalia o ano de 2013?
Atingimos tudo que imaginávamos no ano, porque não temos equipamento à disposição agora. Aqui no Brasil fizemos um trabalho de nos tornar mais conhecidos pelos operadores, e essa troca tem acontecido. A cada dia sentimos uma receptividade maior das empresas para quem apresentamos nossos equipamentos.
O que estão buscando atualmente?
Em agosto, foi feita a cerimônia do primeiro corte de aço para a construção de duas sondas que estamos fazendo em parceria com a CIMC, no estaleiro CIMC Raffles. Com esse início, estamos no mercado à procura de clientes, e o Brasil é um dos focos. Estamos falando com todos os operadores que têm blocos em águas profundas e ultraprofundas, como Petrobrás, BG, Chevron, BP, entre outros.
Quais são as sondas?
Serão duas Frigstad D-90, de sétima geração, que é o modelo mais novo, com capacidade de perfurar em lâmina d’água de quase 4 mil metros e de perfuração total de até 12 mil metros, incluindo os 4 mil de lâmina d’água.
O que elas têm de especial para atender ao mercado brasileiro?
Elas têm uma capacidade altíssima de se manter na locação, podendo operar em correntes de até oito nós, ou seja, é uma sonda perfeitamente adaptada para operar em ambientes mais hostis, como a Foz do Amazonas ou o Golfo do México. Elas possuem guindastes com capacidade de carga de 150 toneladas métricas e o equipamento de perfuração NOV com capacidade para dual drilling [perfuração de dois poços simultaneamente].
Já conversaram com alguma empresa que adquiriu blocos na Foz do Amazonas?
Estamos conversando com as empresas que adquiriram blocos e todas acham que é uma sonda ideal não só para esses ambientes de correntes marítimas muito fortes, mas também para áreas muito longe da costa. Ela é capaz de carregar em seu deque todos os equipamentos necessários para a perfuração de um poço de quatro ou cinco mil metros de profundidade, como os do pré-sal.
Qual a expectativa de conclusão das sondas?
A primeira deve ficar pronta no final de 2015 e a segunda em meados de 2016, ou seja, vamos chegar ao mercado exatamente quando os donos de Libra vão começar a exploração. Além disso, a Total, a BG e a BP devem buscar novas sondas em breve para operações no Brasil.
A Frigstad planeja ampliar sua atuação na operação das sondas também?
Estamos nos preparando para ser um operador de sondas de águas ultraprofundas. Já operamos em lâmina de até mil metros, e agora queremos chegar a águas ultrapfrofundas.
O que estão prevendo para 2014?
A Frigstad vai acabar fechando algum contrato das sondas, mas seria ótimo se conseguíssemos aqui no Brasil. Tem muito bloco novo a ser explorado aqui, tem os campos do pré-sal e achamos que nosso equipamento faz diferença.
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