FRIGSTAD OFFSHORE QUER AUXILIAR EMPRESAS BRASILEIRAS NA CONSTRUÇÃO DE SONDAS PARA ÁGUAS PROFUNDAS

Por Daniel Fraiha / Petronotícias

A Frigstad Offshore já está investindo no mercado brasileiro de sondas desde 2009, quando José Almeida passou a dirigir a empresa no Brasil, mas a construção de uma sonda para águas ultraprofundas na China acabou tomando muito tempo e boa parte da atenção da companhia nesse período. De lá para cá, a empresa passou a ver outras possibilidades na indústria de óleo e gás nacional, como a prestação de consultoria para operadores e estaleiros envolvidos com as grandes encomendas de sondas de perfuração em águas profundas, além da operação de sondas de work-over (utilizadas para completação, intervenção etc), cuja taxa diária varia de 50% a 70% do custo de uma sonda de perfuração. Almeida contou que está se reunindo com uma série de empresas e estaleiros para apresentar propostas e disse que a companhia também poderia ser uma espécie de auditora em contratos de construção de sondas, para apontar os caminhos aos que entraram recentemente neste mercado.

Como a empresa começou a atuar no Brasil?

A empresa está desde 2009 no Brasil, mas ficamos muito envolvidos com a construção de uma sonda na China, que depois foi vendida para a Saipem, então agora é que estamos nos voltando mais para cá.

Qual o objetivo da Frigstad no mercado brasileiro?

Queremos nos fortalecer aqui como a empresa de engenharia que somos, buscando participar do processo de construção de sondas semissubmersíveis. Somos muitos fortes na engenharia, no acompanhamento e na condução. Essa expertise que estamos na esperança de trazer para o Brasil.

Já formaram parcerias aqui?

Fizemos uma parceria com a AEM Capital, no fim do ano passado. Nossa parceria é na busca de possiblidades na área financeira do Brasil e com o networking deles vamos desenvolver coisas junto à Petrobrás, à Sete Brasil, a alguns estaleiros, com a possibilidade de prestar serviços de construção de sondas no Brasil.

Como estão as conversas com os estaleiros?

Conversamos com quase todos, mas não para fazer as sondas, e sim para prestarmos consultoria e serviços na construção delas. Falamos com o Ecovix, com o EAS, com o Paraguaçu. Alguns estão começando agora o processo de construção e nós já passamos por isso.

Como?

Fizemos a nossa primeira plataforma semissubmersível – a D90 – no estaleiro de Yantai, na China, que estava muito no começo, era muito menos preparado que os outros estaleiros chineses. Então tivemos que colocar um exército de gente para fazer a sonda sair, o que gerou uma expertise muito grande de construção de sondas em ambientes novos. Por isso estamos conversando com a Sete Brasil, com os estaleiros e com a Petrobrás.

Como poderia ser a atuação de vocês neste sentido?

Estávamos conversando para sermos uma espécie de auditores das construções das sondas da Sete Brasil, podendo atuar com os operadores que estão trabalhando com ela, com os estaleiros, ou com a própria Petrobrás. Tivemos duas reuniões com a Petrobrás e eles devem nos chamar em abril para conversar de novo. Poderíamos trabalhar nas duas pontas, mostrando para ela as coisas que não estão indo bem, e auxiliando os estaleiros a se manterem no caminho certo.

Quais tipos de sonda fazem parte do escopo de trabalho da Frigstad?

Estamos trabalhando muito forte para entrar no mercado de sonda de workover, de águas profundas e de águas ultraprofundas do Brasil. Estamos ativos na busca de um primeiro negócio para nos estabelecer, começar a montar um time e ter um crescimento orgânico.

No caso de novas encomendas de sondas, elas seriam construídas aqui?

Estamos imaginando que os estaleiros estão cheios, então no primeiro momento seriam feitas fora, para acelerar a entrega.