FROTAS CORPORATIVAS QUE USAM BIOCOMBUSTÍVEIS JÁ PODEM GERAR CRÉDITOS DE CARBONO NO BRASIL

Um programa voltado para a substituição de gasolina por etanol em frotas corporativas de veículos no Brasil conseguiu aprovação para usar a geração de créditos de carbono. Segundo a Ecofrotas, empresa que lidera o projeto, um lote inicial de 2.195 créditos voluntários de carbono já foi emitido pela Verified Carbon Standard (VCS), instituição sem fins lucrativos que tem o maior programa global de redução de emissões de gases estufa no mercado voluntário. Um segundo lote, de aproximadamente 6 mil créditos, deverá ser lançado em breve.

Projetos de geração de créditos de carbono a partir de troca de combustível são comuns no setor de energia, com, por exemplo, a substituição de carvão por biomassa ou outra fonte renovável. Mas usar o mesmo sistema na troca de derivados de petróleo por biocombustíveis em veículos é algo mais polêmico, já que, por usarem muita energia em sua produção ou gerarem impactos no uso do solo devido ao aumento do cultivo das matérias-primas, alguns combustíveis renováveis não teriam credenciais tão verdes.

Uma análise de 2010 da agência de proteção ambiental dos Estados Unidos disse que a substituição da gasolina pelo etanol de cana-de-açúcar poderia reduzir emissões de dióxido de carbono em 61%. Uma diretiva da União Europeia diz que esse percentual poderia chegar a 71%.

A Ecofrotas é a maior gestora de frotas corporativas do país, com cerca de 700 mil carros. No Brasil, onde mais de 60% dos carros podem rodar com etanol, a iniciativa pode oferecer a empresas uma opção para reduzir suas pegadas de carbono ou uma forma de gerar receita extra com a venda dos créditos.