FUNDAÇÃO E GETÚLIO VARGAS E ALEMANHA ESTUDAM MANEIRAS DE RECUPERAR LOCAIS DEGRADADOS PELA MINERAÇÃO EM MINAS GERAIS
A Fundação Getúlio Vargas e o Consulado Geral da Alemanha no Rio de Janeiro firmaram acordo para desenvolver a iniciativa de cooperação técnica bilateral “Rumo a uma transição justa: uma oportunidade para Minas Gerais“. Com apoio do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, a iniciativa será lançada e discutida em um evento nos próximos dias 18 e 19 de março, em Belo Horizonte. Serão promovidos nesses dois dias uma conferência e um workshop. O evento visa abordar tanto as experiências alemães, quanto as oportunidades e os desafios da implementação de um processo de transição para o desenvolvimento sustentável em Minas Gerais. A iniciativa tem como objetivo propor e apoiar a implantação de um novo modelo de desenvolvimento econômico para as regiões de mineração do Estado de Minas Gerais, baseado no conceito de “transição justa” – transformação de uma economia regional dependente de atividades extrativistas (principalmente minerais) em uma economia mais diversificada, dinâmica e social e ambientalmente sustentável.
A ideia central da iniciativa é trazer para o Brasil as experiências e o conhecimento das antigas regiões carboníferas da Alemanha, que passaram ou estão em processo de “transição justa” e são consideradas boas práticas em nível internacional. Os modelos já trilhados na Alemanha, considerando as especificidades do contexto brasileiro, é preciso adaptar os modelos de planejamento e governança, assim como promover a transferência e absorção de competências e tecnologias, e definir possíveis estruturas
Serão estudados dois casos alemães que podem ajudar na implementação do processo de transição justa em Minas Gerais. Um dos casos é o do Vale de Ruhr, uma das maiores regiões de indústria pesada da Europa e um antigo centro de
mineração de carvão. Em resposta ao declínio da região, foram executados 117 projetos, entre eles a renovação ecológica do antigo canal de esgoto da região e o estabelecimento de uma estrutura regional de parques chamada Emscher Landscape Park.
O segundo caso é o da região de Lausitz, que por mais de 150 anos foi caracterizada pela mineração e o processamento de linhito, um tipo de carvão mineral. Mais de 20 minas a céu aberto foram fechadas no início dos anos 1990. Com o objetivo de renovar a paisagem nessa região rural após a mineração foram implementadas nove ilhas paisagísticas com mais de 30 projetos de diferentes categorias: patrimônio industrial, paisagens aquáticas, paisagens energéticas, novos territórios, paisagens fronteiriças, paisagens urbanas e paisagens de transição.
Local: Hotel Ouro Minas, Belo Horizonte, MG
Dia 18/03 – CONFERÊNCIA
9h00 – 9h30 Abertura
9h30 – 11h00 Painel I: Modelos de desenvolvimento econômico, planejamento, engajamento dos stakeholders
Panorama da economia baseada na mineração no estado de Minas Gerais e a necessidade de identificar um modelo de desenvolvimento mais sustentável. Apresentação
dos casos alemães de “transição justa” do Vale da Ruhr e da região da Lausitz.
11h15 – 12h45 Painel II: Recuperação e valorização do patrimônio ambiental, florestal, cultural e turístico
Apresentação das ferramentas de desenvolvimento sustentável que foram implementadas com sucesso na Alemanha.
14h00 – 15h30 Painel III: Cadeias produtivas: mineração 4.0, siderurgia, logística e energia
Introdução à necessidade de usos inovadores das infraestruturas de transporte e energia existentes nas regiões ligadas prioritariamente à mineração.
15h45 – 17h15 Painel IV: Inovação, financiamento do desenvolvimento
Apresentação da importância do desenvolvimento e da inclusão de centros de competência e inovação locais.
17h15 – 17h30 Encerramento
Dia 19/03 – WORKSHOP
10h00 – 13h00 Sessão da manhã
Apresentação e discussão do potencial dos instrumentos aplicados nos casos de sucesso da Alemanha.
14h00 – 17h00 Sessão da tarde
Identificação de soluções econômicas, tecnológicas e socioambientais; definição de uma agenda de cooperação bilateral de atividades, que podem também envolver a identificação de projetos pilotos no curto prazo (dois a três anos).
Nós riodocense conhecedores da região temos muito a contribuir.