FUP, ANAPETRO E SINDICATO DOS PETROLEIROS DO AMAZONAS ENTRAM COM RECURSO NO CADE CONTRA A VENDA DA REMAN
A Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) e o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) , decidiram entrar com recurso de terceiro interessado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) contra a decisão da superintendência-geral do órgão que aprovou na semana passada a venda, sem restrições, da refinaria Isaac Sabbá (Reman) da Petrobrás, situada em Manaus (AM), ao grupo Atem. Os petroleiros têm até 15 dias para encaminhar o processo antes que a operação de venda da refinaria seja levada ao tribunal do CADE, responsável pela votação final no órgão. A operação de venda ao grupo Atem é questionada também por empresas distribuidoras como Raízen, Fogás, Equador e Ipiranga, que apontam riscos de desabastecimento, de práticas abusivas e de fechamento de mercado. Elas já estão como terceiras interessadas e se opuseram à venda quando analisada pela superintendência do CADE e agora também possuem 15 dias para ingressarem com recurso.
O coordenador-geral a FUP, Deyvid Bacelar, promete que “a venda da Reman está longe de ser concluída” e diz ainda que a FUP vai barrar a operação. “É um dos mais absurdos casos de monopólio privado regional no refino, tanto que praticamente todas as empresas que atuam nesse mercado também foram ao CADE questionar a operação”, afirmou. Segundo com os cálculos estimados em estudo realizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o preço negociado pela Petrobrás para a venda da Reman ao grupo Atem é cerca de 70% inferior ao seu valor. A refinaria, negociada em agosto do ano passado, foi avaliada pelo Ineep pelo valor mínimo de US$ 279 milhões, quando o valor negociado pela estatal com o comprador foi de US$ 189 milhões. Para chegar ao valor, o Ineep utilizou o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), que se baseia no valor presente dos fluxos de caixa, projetando-os para futuro. Do resultado, são descontadas: taxa que reflete o risco do negócio, despesas de capital (investimento em capital fixo) e necessidade adicionais de giro.
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