FUP DISCORDA DE PLANO DE INCENTIVO AO DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO LANÇADO PELA PETROBRÁS E COBRA CUMPRIMENTO DE NORMA

A Petrobrás não vive seu melhor momento há algum tempo, em diversos aspectos. Além dos problemas econômicos, a companhia tem encontrado resistência junto a classes trabalhadoras para desenvolver seus planos de readequação ao novo cenário imposto. Na última quarta-feira (6), foi a vez da Federação Única dos Petroleiros (FUP) enviar um documento à estatal pedindo a suspensão do Plano de  Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV) enquanto a Cláusula 91 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) não for cumprida.

O dispositivo do ACT define a criação e manutenção de “um fórum corporativo para discutir questões envolvendo o efetivo de pessoal”. A conduta é bem diferente da decisão da Petrobrás de dispensar 12 mil trabalhadores, “independente de idade e tempo de empresa”, como comunicou ao mercado.

As condições de trabalho dos petroleiros foi criticada, em nota emitida pela FUP. “Em um intervalo de apenas dois anos, a companhia pretende eliminar cerca de 20 mil postos de trabalho, enquanto os petroleiros sofrem no dia-a-dia com jornadas extenuantes, em função das dobras e multifunções geradas pela redução de efetivos. O resultado dessa política equivocada é um acidente atrás do outro, que, quando não mata, mutila e adoece”, trazia o documento.

A primeira edição do PIDV foi em 2014, com 6.254 funcionários já desligados da companhia e outros 1.055 inscritos que deixarão seus postos até maio de 2017. As saídas colocam em situação delicada os que continuam na companhia, como afirma a representante da classe. “Foram 15 óbitos por acidentes de trabalho só naquele ano. De lá para cá, já tivemos mais 21 mortes de trabalhadores em acidentes na Petrobrás, sem que a empresa aponte mudanças em sua política de SMS, se recusando a discutir efetivos, como asseguram o Acordo Coletivo e a NR-20”. A norma garante critérios e parâmetros para discussões com a participação de representações dos trabalhadores e documentados pela estatal.