FUP QUER MANTER A MESMA INFLUÊNCIA NA PETROBRÁS DA ERA PRATES FAZENDO DEZ EXIGÊNCIAS PARA CHAMBRIARD, COM AMEAÇA DE GREVE
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) está querendo manter com a nova direção da Petrobrás a mesma influência que tinha com o ex-presidente Jean Paul Prates. E já solicitou à nova presidente, Magda Chambriard, o agendamento de uma reunião com as representações sindicais para apresentação e discussão das principais pautas da categoria petroleira que ainda aguardam definição da diretoria da empresa. A reunião foi confirmada para 11 de junho, 14h30, no edifício sede (Edisen) da companhia, no Rio de Janeiro. Enquanto aguardava a definição da data, a FUP e seus sindicatos adiaram para o próximo mês a realização de ato nacional que havia sido convocado para hoje (29). Os petroleiros aprovaram em assembleias, na semana passada, estado de greve e paralisações para pressionar os gestores da Petrobrás que estão dificultando o atendimento das pautas estruturais da categoria, que teve direitos abolidos nos governos Temer e Bolsonaro. E como ainda não foram atendidos, o comunicado omite, mas também no governo Lula eles ainda não foram atendidos. Caso contrário, não haveria as reivindicações.
Em documento enviado também à Chambriard, a FUP destacou temas prioritários, tanto em relação ao resgate de direitos, quanto ao fortalecimento da Petrobrás como empresa pública e integrada. A solução dos déficits estruturais do fundo de previdência e do plano de saúde, cuja conta está sendo imposta aos trabalhadores, é o primeiro ponto da pauta corporativa destacado no documento, “assim como a anistia das punições e demissões políticas de petroleiros e dirigentes sindicais perseguidos pelos últimos governos.” Querendo impor um pensamento administrativo, a FUP em seu comunicado à Magda Chambriard dá a linha para que ela siga: “a federação reitera a urgência da empresa assumir papel de relevância na indústria nacional e o protagonismo na reconstrução do Brasil e na transição energética justa.”
Em relação ao papel da Petrobrás para o Brasil, a FUP cita principais pontos:
1 – Revisão do horizonte temporal do processo de planejamento da Petrobrás, com a retomada de planos estratégicos de longo prazo;
2 – Resgate da empresa integrada, com atuação em todo o território nacional, com o retorno dos investimentos em tecnologia, pesquisa e inovação;
3 – Expansão da capacidade instalada do parque de refino nacional, visando reduzir a dependência da importação de derivados e a exposição à volatilidade internacional de seus preços;
4 – Tratamento diferenciado para o gás de cozinha, gasolina e óleo diesel, devido à importância destes itens no custo de vida. A Petrobrás também deve atuar junto ao governo federal para a implantação de um estoque regulador de derivados, e para a criação de um imposto sobre exportação de petróleo cru, de modo a capitalizar um fundo moderador dos preços de derivados;
5 – Retomada de uma política de recuperação das reservas da companhia no longo prazo, atuando em novas fronteiras, como a Margem Equatorial, e em potenciais exploratórios onshore no nordeste brasileiro e nas bacias offshore de Pelotas e Margem Leste. É preciso ainda a retomada de uma política exploratória ativa e própria, com expansão para novas áreas e respeito a legislação e parâmetros ambientais;
6 – Adoção de uma política industrial ativa de conteúdo local, capaz de dinamizar segmentos estratégicos da cadeia de óleo e gás, como a indústria naval e o setor de logística;
7 – Ampliação da infraestrutura de escoamento de gás natural no país, insumo importante para descarbonização do parque industrial brasileiro;
8 – Definição de uma estratégia ambiciosa e transparente do papel da Petrobrás na descarbonização da matriz energética nacional e para a transição energética justa, através de pesquisa e desenvolvimento de novas rotas tecnológicas de baixo carbono. Para tanto, propomos a revitalização do programa de biocombustíveis, com a preservação da PBio – Petrobrás Biocombustíveis – e a retomada de suas plantas de produção;
9 – Retorno da Petrobrás na geração de energia eólica e solar, e investimentos em pesquisas para o desenvolvimento do hidrogênio verde e de uma neoindústria para a produção de combustíveis verdes;
10 – Reavaliação dos parâmetros de distribuição de remuneração a seus acionistas.
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