GABRIELLI DEFENDE COMPRA DE PASADENA E APRESENTA NOVOS NÚMEROS

Pouco depois do ex-presidente Lula dizer que a Petrobrás deveria ser defendida com “unhas e dentes”, a partir de uma ofensiva do governo, o ex-presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, entrou em campo. O executivo disse a deputados petistas, em reunião fechada na Câmara, que a compra da refinaria de Pasadena foi um negócio “absolutamente normal” e apresentou novos números na tentativa de reduzir a marcha de denúncias e ataques contra a estatal.

De acordo com Gabrielli, a empresa belga Astra não pagou apenas US$ 42 milhões pela refinaria, já que teria assumido US$ 200 milhões em dívidas durante a transação, elevando o valor a mais de US$ 242 milhões. O ex-presidente da petroleira ainda afirmou que a compra não saiu por quase US$ 1,2 bilhão e sim por US$ 486 milhões. Originalmente sim, mas é um sofisma, já que as cláusulas do contrato e a batalha judicial que se seguiu acabaram elevando o custo da unidade para quase US$ 1,2 bilhão.

Atualmente, uma batalha política vem sendo travada no Congresso Nacional, onde um cabo de guerra sem fim retrata a tentativa de criação de uma CPI para investigar a Petrobrás. Enquanto isso, a compra da refinaria já está sendo investigada pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas.

Nesta terça também foi adiada a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que iria avaliar proposta de criação de uma CPI ampla para investigar denúncias contra a Petrobrás, o suposto cartel no Metrô de São Paulo e as obras do Porto de Suape e da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. A pedido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), a discussão passou para quarta (9), às 9h.