GABRIELLI VOLTA A DEFENDER AQUISIÇÃO DE PASADENA NO SENADO
Em depoimento à CPI Mista da Petrobrás, o ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli (foto) voltou a dar explicações sobre a aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela companhia. Assim como fez em outras duas presenças no Senado, Gabrielli disse que a compra da refinaria foi “barata, abaixo do preço de mercado”. Desta vez, no entanto, ele adotou um discurso que foi mais ao encontro do da atual mandatária da Petrobrás, Graça Foster. “Foi um bom negócio na época e hoje em dia não é”, disse, quase parafraseando a declaração de Foster também ao Senado.
Gabrielli justificou a compra de Pasadena por sua capacidade de refino, de 100 mil barris ao dia, sendo equivalente a ”pouco mais da metade do preço das refinarias compradas nos EUA”, disse. De acordo com o ex-presidente da Petrobrás, o valor total da compra chegou a 1,25 bilhão de dólares ao somar o valor da comercializadora de derivados de petróleo e custas judiciais. O convidado argumentou ainda que Pasadena tem sido “razoavelmente lucrativa” e chegou a ganhar neste ano um prêmio promovido pelas próprias refinarias norte-americanas.
Gabrielli também voltou a afirmar que não houve ilegalidade na aquisição de Pasadena por não haver no resumo analisado pelo conselho de administração da estatal as cláusulas put-option e Marlim. “Não tem discussão sobre irregularidade ou ilegalidade”, defendeu.
Gabrielli esteve à frente da petroleira entre 2005 e 2012. A operação foi iniciada em 2006 e concluída em 2012, após a Petrobrás perder uma batalha judicial com a Astra Oil. Na audiência anterior, quando foi ouvido pela CPI do Senado, o executivo isentou Dilma Rousseff de ser a responsável pela negociação, mas, dias antes, disse em entrevista ao jornal Estado de São Paulo que a atual presidente do Brasil não poderia “fugir de sua responsabilidade” sobre Pasadena.
Quando perguntado sobre a relação com Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da estatal que está preso por diversas acusações, Gabrielli negou que ele fosse seu homem de confiança, afirmando que teve relações estritamente profissionais com ele.
Sobre a ausência da PDVSA na construção da Refinaria Abreu e Lima, que deveria contar com 40% de participação da empresa venezuelana, o ex-presidente da estatal afirmou que não se poderia falar em inadimplência, porque o acordo com a Petrobrás nunca chegou a ser assinado.
“Tentamos uma associação entre sócios, mas não conseguimos, então não se pode falar em inadimplência, pois a refinaria é 100% da Petrobrás”, afirmou.
O depoimento da diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, que falaria à CPI exclusiva do Senado, também nesta quarta, foi adiado.
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