GAIA VAI PRODUZIR FORJADOS PARA INDÚSTRIA SUBMARINA NO BRASIL
Por Daniel Fraiha / Petronotícias
A Gaia vem desenvolvendo novas frentes a passos largos desde sua criação, em 1995, e uma das novas apostas será uma forjaria para peças de alta qualidade, pensada para atender às indústrias submarina e de óleo e gás. O projeto será uma parceria com a empresa italiana Marcora, que atualmente fornece forjados a partir de sua base em Milão para o Brasil. O presidente da Gaia, Luiz Germano Bodanese, contou que ela ficará no Rio de Janeiro, mas o local exato ainda está sendo definido, e a capacidade avaliada para a unidade deverá girar em torno de 30 mil toneladas anuais, a partir de um investimento de cerca de US$ 30 milhões.
Como você define a atuação da Gaia no mercado de óleo e gás?
A Gaia foi criada em 1995, originalmente como empresa de representação. Com o passar do tempo, nós mudamos para o que chamamos de “Solution Team”, ou seja, agora vendemos soluções. Temos muita tecnologia, não somos apenas um representante. Dentre as grandes coisas que nós temos, por exemplo, está a PGS (Petroleum Geo-Services), que eu trouxe da Noruega para o Brasil. Ela tem o maior barco do mundo aqui no Brasil, que está trabalhando exclusivamente no mercado nacional há quatros anos. Ela é especializada em sísmica e tem um centro de processamento de dados na Barra da Tijuca (RJ).
Como é a relação de vocês com eles?
Até 2006 eu fui presidente da PGS aqui e depois virei representante. Além disso, temos a Drillmac, que fornece sondas de perfuração onshore totalmente automatizadas, operadas por apenas uma pessoa. Estamos levando uma unidade agora para o mar.
Pela primeira vez?
Tem uma instalada na África, mas vamos fazer um projeto novo para cá.
E para águas profundas, também tem um modelo deste tipo?
Não, porque a capacidade dela é de 600 toneladas, o que equivale a 1,2 milhão de libras, então é uma sonda pequena para o pré-sal, onde a média vai de 2,5 milhões a 3 milhões de libras. Mas existem alguns nichos, de águas rasas, em que ela se encaixa perfeitamente, como Campos e Santos.
Quais outras empresas estão no escopo da Gaia?
Temos também a Horton do Brasil, que é uma joint venture com a Horton Wilson Deepwater, de Houston. Então é 50% Horton Wilson e 50% Gaia. Trabalhamos muito usando tecnologia SPAR para fazer sistemas offshore. Os cascos. A nossa vedete é um equipamento chamado Buoyant Tower, que substitui jaquetas. Estamos instalando uma no Peru que levou quatro meses para ser construída. E nossa produção é toda nacional.
Com 100% feito aqui?
Esse caso específico foi feito na China, mas é possível ser feita no Brasil.
Vai começar a ser no país?
Estamos nas fases de projeto, mas vamos começar a fazer aqui.
Onde seria feito?
Em qualquer lugar.
Vocês pretendem ter um estaleiro para isso?
Não. Nós temos a tecnologia. E vamos procurar parceiros, dependendo da situação, para começar a fazer.
Quem são os principais clientes de vocês?
Todas as empresas de petróleo. ExxonMobil, Petrobrás, OGX, Repsol, todas.
Quais são os principais contratos da Gaia atualmente?
A Gaia em si não tem contratos diretos. Os contratos são por meio das representadas ou das parcerias. Por exemplo, o navio da PGS, de sísmica, está afretado para a Petrobrás. Temos também um trocador de calor que é extremamente pequeno, compacto, para gás-gás, que ocupa de 10% a 15% do espaço do trocador tradicional.
E em relação a custo, qual a diferença?
Quase a mesma coisa, porque utiliza o mesmo material, só que com uma tecnologia bem mais avançada.
E tem alguma novidade em andamento?
Vamos montar uma forjaria, em parceria com a empresa italiana Forgiatura Marcora, no Rio de Janeiro. O local exato ainda está sendo decidido, depois deve levar uns 5 ou seis meses de licenciamento ambiental e ao final de 24 ou 30 meses já deve estar em funcionamento. Será voltada para a indústria submarina e para as empresas de petróleo.
Qual será a capacidade?
Ainda vamos analisar tudo de acordo com o terreno e o projeto da unidade, mas será algo em torno de 30 mil toneladas anuais.
E o investimento previsto?
Ainda não está definido, mas será acima de US$ 30 milhões. Mas ainda não está fechado o valor, porque precisamos estimar a fundação, o projeto e tudo mais. Será uma parceria, com 50% da Gaia e 50% da Marcora.
Qual será o foco da produção?
Forjados de alta qualidade para condições submarinas.
Serão tipos de forjados ainda não produzidos no Brasil?
Podem ser produzidos no Brasil, mas não no volume em que é necessário. E nós fornecemos para o Brasil atualmente de Milão.
Terão concorrentes do nível aqui?
Pode ser que sim, mas o mercado é grande.
Como está vendo o mercado brasileiro?
Nossa atuação é muito pautada por tecnologia, então sempre tem um espaço que a gente precisa. Aplicamos tecnologia para redução de custos para as petroleiras, então a demanda é muito grande.
Parabéns Bodanese,
É de empreendedores com coragem em investir que esse país precisa.
Não basta representar, tem que formar parcerias e participar do negócio
Parabéns e muito sucesso!