GALVÃO ENGENHARIA PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DEPOIS DA OPERAÇÃO LAVA JATO E DE NÃO RECEBER DA PETROBRÁS

A Galvão é mais uma grande empresa de engenharia a pedir Recuperação Judicial. Com ela, a sua controladora,  Galvão Participações, apresentaram à Justiça do Estado do Rio de Janeiro os pedidos de recuperação judicial. O grupo não é só vítima da Operação Lava Jato, mas também dos não pagamentos devidos pela Petrobrás nas obras que realizou em algumas refinarias. O pedido não inclui as demais empresas do grupo (o CAB Ambiental, a Galvão Óleo e Gás, a Concessionária de Rodovias Galvão BR-153 e a Galvão Finanças).

O pedido de recuperação judicial é devido a atual condição financeira da Galvão Engenharia e suas consequências na Galvão Participações, que acusa frontalmente a estatal de não honrar  os  “ pagamentos pelos serviços executados.”

A Galvão paralisou as obras da unidade de fertilizantes UFN-3, em Três Lagoas (MS), onde trabalhavam 6 mil funcionários, mas a construção foi interrompida com 83% do projeto executado. Em dezembro, na última grande demissão, 1.200 funcionários foram dispensados. A empresa reclama que a Petrobras deve nesse caso R$1 bilhão. A empresa está ainda envolvida nas obras do Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj), e da Refinaria Abreu e Lima (PE), das quais tenta negociar sua exclusão. As obras dos dois empreendimentos enfrentam atrasos.

Em nota, a empresa, que era dirigida por Erton Medeiros ( foto), preso na Operação Lava Jato, diz que :

“Apesar de todos os esforços feitos para a execução dos empreendimentos a cargo da Galvão Engenharia, a partir do final de 2013 houve atrasos recorrentes em pagamentos devidos pela Petrobras em diversos contratos. Junte-se a isto a retração do mercado de crédito para o segmento de infraestrutura, fortemente impactado pela Operação Lava Jato. O Grupo Galvão declara que sempre esteve à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e que jamais participou de qualquer tipo de suposto ‘cartel’ de empresas em prejuízo dos interesses de seus clientes.Todos os seus contratos foram obtidos dentro da legislação vigente e com significativas vantagens para a Petrobras”.